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Gazeta Esportiva.com
·14 de febrero de 2025
Ex-diretor do Corinthians foi a Goiânia antes de sócio de Gusttavo Lima depor sobre VaideBet
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·14 de febrero de 2025
Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo do Corinthians e principal articulador da gestão liderada por Augusto Melo, ganhou posição de destaque na investigação policial que está apurando se houve lavagem de dinheiro e envolvimento com o crime organizado no acordo firmado entre Corinthians e VaideBet.
No dia 10 de janeiro, às 5h06min, a Gazeta Esportiva publicou a matéria ‘Dono da VaideBet não reconhece intermediário, e sócio de Gusttavo Lima acusa Corinthians de golpe’. Nela, Antônio Pereira dos Santos, conhecido como Toninho Duettos, sócio do cantor Gusttavo Lima, afirmou ter sido “passado para trás” na negociação entre Corinthians e VaideBet. Segundo o empresário, foi ele o responsável pela intermediação do acordo, com auxílio de Sandro dos Santos Ribeiro, seu ex-funcionário, e Washington Araújo, funcionário do Corinthians que também trabalhou na campanha eleitoral de Augusto Melo.
Nas versões relatadas por Toninho à Gazeta e por José André da Rocha Neto, proprietário da VaideBet, à Polícia Civil, Marcelo Mariano era o representante principal do clube nas conversas.
No dia seguinte à publicação da matéria da Gazeta Esportiva, Marcelo Mariano, ainda sob posse do cargo de diretor administrativo do Timão, pegou um avião no aeroporto de Congonhas-SP e foi a Goiânia, cidade natal de Toninho e Sandro. Ele desembarcou no Aeroporto Internacional Santa Genoveva por volta das 18h30 e, cerca de uma hora após isso, esteve na mesma região do escritório de Toninho, que fica localizado no Condomínio Comercial Flamboyant Park Business.
Toninho e Sandro prestaram esclarecimentos à Polícia Civil dias 15 e 16 de janeiro, ou seja, poucos dias após a ida de Marcelo Mariano a Goiânia. No dia 16, o Corinthians soltou uma nota oficial comunicando o afastamento do então diretor administrativo.
A viagem de Marcelinho pode levar a conclusão da Polícia de que ele buscou, de alguma forma, encontrar-se com Toninho e Sandro, sob qualquer justificativa suspeita, em meio a investigação.
Segundo o Código do Processo Penal Brasileiro, artigo 312, a prisão preventiva é possível, entre tantos fatores, toda vez que um acusado ou investigado buscar atrapalhar a investigação, a colheita de provas ou causar constrangimento de testemunhas. Neste caso, a Polícia tem de fazer uma representação a um Juiz, que pode ordenar a prisão preventiva se concordar que a pessoa atuou com intuito de atrapalhar o andamento do trabalho das autoridades.
Procurado pela reportagem, Marcelo Mariano preferiu não se manifestar sobre a viagem. Toninho e Sandro explicaram à Gazeta que optaram por não fazer mais qualquer comentário sobre o assunto. O Corinthians, por sua vez, respondeu em nota que “o clube não tem conhecimento sobre a viagem mencionada e não acompanha a agenda pessoal de seus ex-diretores”.
CONTRADIÇÃO NA INTERMEDIAÇÃO Nas oitivas de Toninho Duettos e Sandro dos Santos Ribeiro à Polícia, levantou-se a suspeita sobre o cadastramento da Rede Social Media Design no Corinthians. A empresa de Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que trabalhou com Washington Araújo na campanha eleitoral de Augusto Melo, figurou no contrato com a VaideBet como responsável pela intermediação.
Esta participação deu à empresa de Cassundé o direito a receber 7% do valor total do acordo, o que, à época da vigência da parceria, renderia, ao fim do período de três anos, R$ 25,2 milhões, quantia que deveria ser repassada pelo clube, em parcelas mensais de R$ 700 mil.
Antes mesmo das testemunhas prestarem esclarecimentos, Toninho falou sobre este tema em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.
“Era para ser eu, o combinado era pra ser eu, Washington e o Sandro. Depois de fechado, o pessoal mudou tudo, disse que não podia ser eu, que tinha que ser uma empresa que atendia eles e aí rodei no negócio. Cobrei, mas o Marcelinho disse que depois via alguma coisa. Levei uma bolada nas costas, literalmente. Sandro ligou, xingou o Marcelinho, foi feio”, afirmou Toninho, que voltou ao tema em outra oportunidade. “Tudo combinado de boca, depois de fechado, falaram que tinha de ser uma empresa que já era credenciada deles (Corinthians)”.
No entanto, o cadastro da Rede Social Media Design no Corinthians foi feito no dia 22 de janeiro, 18 dias depois da assinatura de contrato entre o clube e a VaideBet.
Quando da assinatura do acordo, dia 4 de janeiro, a Rede Social Media Design LTDA, não possuía registro para exercer àquela atividade econômica, sequer tinha a atividade de intermediação de negócios como oferta de serviço aos seus clientes. A empresa nunca havia feito nenhum tipo de intermediação de negócios entre partes até ser inserida neste acordo entre Corinthians e VaideBet.
Entretanto, a primeira nota fiscal emitida para pagamento do clube, no valor de R$ 1,4 milhão, tem a data de 10 de janeiro, quando a empresa ainda não estava regularizada. Parte deste valor foi repassado a uma empresa laranja, segundo constatação dos investigadores.
A polícia nunca obteve provas de que Cassundé intermediou a negociação junto a dirigentes do Corinthians e representantes da empresa de apostas também porque o próprio empresário admitiu ter deletado todos os e-mails e mensagens trocadas, assim como reconheceu ter formatado o celular e dado fim ao computador que ele utilizava.
PRÓXIMOS PASSOS A Polícia Civil espera terminar as oitivas até o fim deste mês de fevereiro e concluir os eventuais indiciamentos dentro do primeiro semestre deste ano. No Corinthians, o caso VaideBet se tornou um processo que discute a possibilidade de destituição de Augusto Melo do cargo de presidente.