Zerozero
·15 de marzo de 2025
Entre os pingos da chuva, leão pode derrapar, mas não escorrega

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·15 de marzo de 2025
Entre os pingos da chuva, houve um leão que rondou a auto-sabotagem, um FC Famalicão atrevido e um Viktor faminto. Entre os pingos da chuva, o Sporting pode-se ter colocado a jeito, mas não escorregou e isolou-se na liderança do campeonato (3-1).
Para a chuvosa noite em Alvalade, Rui Borges fez alinhar um onze não tão beliscado pelas baixas - sobretudo, quando comparado com os últimos. Ainda que Pote e Inácio, claros titulares, tenham continuado de fora, Morita e Hjulmand voltaram ao meio-campo e compuseram o miolo leonino, tantas vezes debilitado.
Do outro lado, em equipa que ganha - e não sofre golos - não se mexe. Por isso, Hugo Oliveira repetiu o onze que elegeu para o último duelo, contra o Rio Ave.
Após a considerável tromba de água que caiu em Alvalade na altura das típicas músicas iniciais, os leões não tiveram tempo a perder. Apito inicial e uns quantos lances divididos até Gyökeres ser lançado na profundidade - quando isso acontece, o golo fica mais perto. O sueco desequilibrou pela esquerda, cruzou, Trincão desviou e Fresneda apareceu na área para abrir o ativo. Tudo simples, leão na frente com mais facilidade que o eventualmente esperado.
Não obstante, desde o golo inaugural, a queda leonina foi gradual. Pelo meio, o ala espanhol quase bisou, mas o destino do leão era outro. Aos poucos, as linhas baixaram e a bola começou a picar. Por consequência, o FC Famalicão cresceu.
Pelos 20 minutos, o conjunto de Hugo Oliveira mostrava personalidade na casa do campeão nacional. Tinha bola no meio-campo adversário, qualidade técnica e fazia o bem mais precioso do jogo queimar nos pés adversários.
Teve bola, incomodou Rui Silva... e chegou ao golo. Diomande abriu os braços na grande área e acertou em cheio na cabeça de Sejk. Dos onze metros, Aranda não tremeu face ao coro de assobios e silenciou as bancadas com um tiro certeiro.
Empate no marcador e FC Famalicão por cima: motivos mais que suficientes para o Sporting arregaçar as mangas. O necessário foi feito: nos últimos dez minutos, Quenda e Maxi - por duas vezes - estiveram perto do golo. Bons indícios, à partida, para o que faltava jogar.
Se, no final do primeiro tempo, as melhores oportunidades foram do uruguaio, no recomeço do encontro foi o jovem português, já de contrato fechado com o Chelsea, que se mostrou irrequieto. Quenda apoiou-se na meia distância para, primeiro, ameaçar e, depois, atirar ao poste. Famalicenses postos em sentido.
Alvalade cheirava a golo. Para aumentar o odor, Rui Borges baixou Quenda para a ala direita e lançou Geny na frente - saiu Fresneda. Com quatro jogadores ofensivos nos dois corredores, os motivos para festejar nasceram de um desequilíbrio lateral. Maxi apareceu com algum espaço na área, puxou para dentro e foi tocado. Grande penalidade assinalada, desta feita a favorecer o Sporting.
Gyökeres - sempre ligado à corrente, com as suas corridas de marca registada - foi chamado a converter e, claro, não falhou. 27 golos no campeonato, mais 13 que o segundo nesse capítulo.
Para o leão não viver uma história semelhante à do primeiro tempo, exigia-se que mantivesse o nível - um pedido aparentemente simples para uma equipa campeã nacional a vencer, em casa, o nono classificado.
Ora, este Sporting parece ter um gosto especial em complicar as coisas. A dez minutos do final, Maxi viu a cartolina vermelha e deixou o resultado - ainda mais - em aberto para os minutos finais.
A brincadeira já cheirava a esturro para Gyökeres, que batalhou até mais não. Por isso, o sueco voltou a meter a equipa às costas, a desequilibrar por um corredor e a servir: desta vez, Catamo, sozinho ao segundo poste, fez o último golo da noite.
No final, bancadas perentórias: "Quero o Sporting campeão". Com mais dois jogos que o Benfica, o Sporting é líder com seis pontos de vantagem para o rival direto, a oito jornadas do final do campeonato.