Crise no Recife: investimento milionário e risco histórico de queda | OneFootball

O Sport Recife atravessa o início de Brasileirão mais difícil de sua história recente. Após dez rodadas, o Leão soma apenas três pontos, feitos a partir de três empates, e amarga sete derrotas, o que o coloca na lanterna do campeonato. A equipe é, aliás, a única entre os quatro promovidos em 2024 que ainda não venceu na Série A. Além do desempenho ruim, o ataque é o menos eficiente do torneio e a defesa tem números entre os piores da edição.

Os resultados desmontam as expectativas depositadas em um elenco que recebeu investimentos relevantes. O clube figura como o décimo maior investidor do campeonato, gastando cerca de R$ 60 milhões em reforços renomados, como Gonçalo Paciência, Ségio Oliveira, Christian Rivera – a aquisição mais cara da história rubro-negra – e o atacante Carlos Alberto, trazido do Botafogo por cerca de R$ 15 milhões. Nem as promessas do mercado nacional e estrangeiro conseguiram reverter a situação. Houve, inclusive, apostas que sequer vêm entrando em campo, caso de Matheus Alexandre, já discutido como possível nome para empréstimo.

Enquanto Ceará e Mirassol, que também subiram da Série B, fazem campanhas sólidas com elencos menos onerosos, e até o Santos consegue vitórias apesar da má fase, o Sport vê sua crise se agravar no contraste com seus pares. Internamente, a mensagem ainda é de confiança. Pablo, artilheiro do time na temporada, expressou em diferentes entrevistas o sentimento do elenco: “O Brasil inteiro pensa que nós já caímos, mas eu não acredito nisso e tenho certeza de que torcida, jogadores e diretoria também não. Temos que acreditar em nós, acreditar que é possível.”

O discurso é de mobilização. Para reverter o cenário e se manter na elite, o clube precisaria por volta de 50% de aproveitamento nas 28 rodadas restantes, tarefa historicamente inédita para um time com tal início. Segundo o Chance de Gol, a probabilidade de queda hoje beira 92%. O próximo compromisso, contra o Mirassol, é tratado como uma decisão antes da pausa do campeonato para o Mundial de Clubes. Caso não vença, o Sport poderá registrar a pior arrancada dos pontos corridos desde a era dos 20 clubes – marca que, até hoje, representou sentença de rebaixamento para os envolvidos.

Apesar do cenário adverso, a diretoria evita anúncios de mudanças drásticas e fala em “ajustes pontuais” na próxima janela de transferências. O presidente Yuri Romão relembra que, apesar do investimento recente, o clube figura entre os menores orçamentos gerais da divisão.

Fora de campo, a fé permanece – mas o Sport sabe que, para não confirmar as projeções pessimistas, precisa transformar discurso em resultado já no próximo domingo.

Fonte: Globo, NE45, Esportes DP, Esportes DP