Jogada10
·30 de octubre de 2024
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A Conmebol recebeu o aval dos agentes de segurança do Uruguai para retirar a semifinal da Libertadores do longínquo Campeón Del Siglo e colocá-la no Estádio Centenário, em uma zona central de Montevidéu. A torcida do Peñarol vai pintar a mística fortaleza oriental com as cores do clube: o amarelo e o negro. No entanto, o Botafogo não estará sozinho. Além dos escolhidos, que não desistiram da partida, mesmo com ameaças dos aurinegros, o Glorioso ganhou um “reforço” de peso nas cercanias do palco da Copa do Mundo de 1930. A dois quilômetros do local do embate, La Blanqueada espera a classificação do Mais Tradicional para a final, nesta quarta-feira (30), a partir de 21h30. O motivo? A histórica rivalidade local.
O vermelho, azul e branco identificam o território do Nacional, o inimigo número 1 do Peñarol. O bairro, fronteiriço ao Centenário, conta com grafites, mensagens de exaltação ao Bolso, rostos de ídolos pintados nas paredes e bandeiras tricolores nas sacadas das casas. Tudo ao redor do Grand Parque Central, a casa do Decano e onde o time local venceu o Plaza Colonia por 4 a 0, pelas quartas de final da Copa Uruguai, na última terça-feira (29).
La Blanqueada pintada com as cores do Nacional – Foto: Leonardo Pereira/J10
Zona residencial, pela localização, La Blanqueda é um dos bairros mais desenvolvidos em Montevidéu e com apartamentos valorizados. É uma opção também para quem quer paga menos do que em regiões mais nobres, como Carrasco, Punta Carretas e Pocitos.
No Uruguai, o Peñarol conseguiu emplacar a seguinte narrativa: os hinchas que depredaram quiosques e causaram distúrbios aos trabalhadores são inocentes e estavam apenas se defendendo de uma emboscada dos brasileiros, na semana passada, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A diretoria ainda culpou o Botafogo. No entanto, La Blanqueda não compra este discurso e avisa que não há a menor chance de ficar ao lado do Carbonero. Para ratificar esta hipótese, a equipe de reportagem do Jogada10, ouviu, então, torcedores do Nacional.
Se há qualquer esboço de dúvida por um sentimento nacionalista, ela se dissipa rápido. Qual lado tomariam?
“Sou uruguaio e amo o meu país, mas… Que passe o Botafogo. Arriba, Botafogo! É uma vantagem muito significativa. E o time é muito bom”, disse Claudio Castaño, que chegou ao Parque Central acompanhado da família.
Hincha de Nacional, Cláudio não consegue esconder satisfação com a vantagem do Botafogo – Foto: Leonardo Pereira/J10
Recebido com extrema hospitalidade, o J10 percebeu rápido que não haveria opinião diferente.
“Não há a menor chance de torcer para eles. Hoje (terça) é Nacional. Amanhã (nesta quarta), Botafogo. Peñarol sempre se comporta mal quando sai de visitante”, afirmou um seguidor do Decano, que preferiu não se identificar.
Inseguros para vestir a camisa do Botafogo por falta de segurança e recentes animosidades com o Peñarol, torcedores do Botafogo retribuíam o apoio do Nacional e foram prestigiar o clube na goleada sobre o Plaza Colonia, time da Segunda Divisão do Campeonato Uruguaio. Alguns, aliás, com a camisa oficial do Bolso. Conscientes dos perigos, os alvinegros sabem muito bem o que lhes aguardam no Centenário.
João é botafoguense e estava com a camisa do Nacional – Foto: Leonardo Pereira/J10
“Os torcedores do Peñarol, com os quais conversei, nos prometeram clima de guerra. Com os do Nacional, a resenha foi super tranquila. Estivemos no Mercado do Porto mais cedo. Sobre a mudança do lugar do jogo, o Centenário é mais perto e seguro. Mas lá não está em condições de te jogo. Nem as traves eles colocaram ainda. E, para finalizar, o Artur Jorge tem que poupar os 11 titulares para pensa no clássico contra o Vasco”, opinou João Volk.
Assim como João, outros alvinegros registraram a ida ao Centenário nas redes sociais.
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