MundoBola Flamengo
·26 de junio de 2025
CBF prepara novidades e deve formar árbitros profissionais em 2026

In partnership with
Yahoo sportsMundoBola Flamengo
·26 de junio de 2025
A CBF deu a largada em um ambicioso projeto que promete transformar a arbitragem no país, com a meta de formar o primeiro grupo de juízes e assistentes com contrato profissional até o final de 2026. A iniciativa se apoia em três pilares fundamentais: um novo sistema de ranking, tecnologia de ponta para análise de desempenho e uma rotina de treinamentos digna de atletas de elite.
Segundo o "ge", o primeiro passo concreto será a divulgação do novo ranking de árbitros, previsto para outubro ou novembro deste ano. A "cotação" de cada profissional não dependerá mais de uma percepção subjetiva, mas de uma análise criteriosa baseada em três notas: a do observador de campo, a do analista de vídeo e a do analista de VAR.
Este sistema, que já é usado para definir as escalas dos jogos mais importantes da Série A, se tornará a espinha dorsal da meritocracia na arbitragem.
Atualmente, os árbitros são remunerados por partida, sem vínculo empregatício, o que força muitos a manterem outras profissões. A remuneração média de um árbitro de ponta na Série A, que gira em torno de R$ 15 mil mensais, é vista como insuficiente para um modelo de dedicação exclusiva.
"Nosso trabalho é dar condições para o árbitro viver exclusivamente da arbitragem e para a arbitragem. Apresentamos esse projeto em fevereiro e ele foi 100% encampado pelo presidente Samir Xaud. Ele vai sair do papel. Na verdade, já está saindo com esses pilotos que estamos fazendo, que são pílulas de profissionalização", explica Rodrigo Cintra, da comissão de arbitragem da CBF ao "ge".
Para viabilizar essa transição, a CBF estuda oferecer contratos temporários para essa primeira leva de profissionais, enquanto a regulamentação da profissão avança. A ideia é criar uma elite do apito, com árbitros se dedicando à função.
Nesta semana, 64 árbitros e assistentes da Série A estão reunidos no Rio de Janeiro para uma "inter temporada" de treinamentos práticos e teóricos. No futuro, o plano é ainda mais imersivo: reuni-los por dois meses ininterruptos, como em um clube de futebol.
A CBF também adquiriu 30 coletes com GPS da marca Catapult, os mesmos usados por jogadores de futebol, para monitorar o desempenho físico. Hoje, um árbitro corre em média de 10 a 12 quilômetros por jogo.
Esses dados, somados a um vasto banco de estatísticas dos últimos 15 anos, alimentam um novo departamento de scout e análise de desempenho, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora.
O controle físico também se tornou mais rigoroso. "Pensamos em um teste que os mobilizasse a melhorar. O teste YOYO, utilizado pela Fifa, é simples e leva o árbitro ao seu máximo. Eles precisam fazer esse teste uma vez por mês", conta Emerson Filipino, da coordenação científica.
O monitoramento é constante, seja por meio dos dados enviados por smartwatches ou pela supervisão de instrutores locais em cada estado.
O resultado já aparece: um dos nomes mais conhecidos da arbitragem, Anderson Daronco, eliminou 8 kg em quatro semanas com um programa focado em bicicleta ergométrica, mostrando que a transformação para uma arbitragem de alta performance já começou.