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·12 de mayo de 2024

«Atividade ilícita altamente rentável»: bilhética do FC Porto e claque na mira do MP

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O Mandado de Busca e Apreensão do Ministério Público é contundente na acusação: a venda de bilhetes através da claque Super Dragões era uma «atividade ilícita e altamente rentável». Na sequência da investigação espoletada pela Operação Pretoriano, e sustentada em vigilância policial após a detenção de Fernando Madureira, a PSP levou a cabo dezenas de buscas e constituiu 11 arguidos na manhã deste domingo.

Foram apreendidos milhares de bilhetes e uma quantia monetária de «muitos milhares de euros». O zerozero teve acesso a esse mandado e revela os pormenores deste «esquema milionário» que anos a fio depauperou os cofres do FC Porto, ao mesmo tempo que enriquecia os bolsos dos seus autores.


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De acordo com o MP, Madureira e a sua mulher, Sandra, retiraram «ilícitos proventos» através desta venda de bilhetes. O mandado detalha o modus operandi e inclui na acusação alguns funcionários da Porto Comercial, uma das empresas sujeitas às buscas deste domingo. Mesmo depois da detenção de Fernando Madureira, a atividade marginal adaptou-se «à nova realidade» e manteve o seu propósito.

«A partir dos factos captados no inquérito supra identificado, tornou-se ostensiva a existência de uma atividade ilícita altamente rentável em torno da chamada bilhética do FC Porto que envolve funcionários e o grupo organizado de adeptos 'Super Dragões'», lê-se numa das passagens do documento rubricado pelo DIAP do Porto.

«Do que se apurou até ao momento, a operação de distribuição e venda irregulares dos títulos de ingresso iniciava-se com o levantamento dos bilhetes destinados para os Super Dragões por parte do seu líder. Esse levantamento seria operado de duas formas: ou via Porto Estádio (através de Cátia Guedes – coordenadora da Loja do Associado que lidera a emissão de bilhetes) ou via direta, através dos órgãos dirigentes do FC Porto e num segundo plano por Fernando Saul – Oficial de Ligação aos Adeptos. [...] O conluio entre Cátia Guedes e Fernando Saul permitia que Fernando Madureira ficasse com os bilhetes e retivesse o dinheiro recebido com a sua venda, apropriando-se do mesmo», determina o documento a que tivemos acesso.

PSP encontrou 2.940 euros na viatura de Fernando Saul

O MP revela ainda a «detenção em flagrante» de Vítor «Aleixo» Oliveira pela venda de bilhetes no «mercado negro» e conclui que todo o estratagema se traduzia em «vantagem ilegítima de conteúdo patrimonial» para todos os suspeitos, prejudicando «em igual medida» o FC Porto.

Importa sublinhar que, de acordo com a acusação, o esquema da venda ilícita de bilhetes continuou a ser controlado pela família de Fernando Madureira, mesmo depois da detenção do líder da claque. O MP indica, de resto, a mulher Sandra, a mãe e a avó desta, e a filha Catarina, como responsáveis pela gestão e distribuição de bilhetes depois da detenção de Macaco.

Os ingressos que teriam os «recursos humanos», as «relações públicas», os «sócios atletas» e as ofertas como objeto acabaram por ser transacionados através de preços especulativos no mercado negro. Para lucro, percebe-se, dos nomes supracitados.

Da parte da estrutura oficial do FC Porto, o MP acusa Cátia Guedes (coordenadora pela loja do associado/bilheteira e coordenadora da operação da emissão de bilhetes), Márcia Fonseca (responsável pela área comercial de particulares da Porto Comercial), Fernando Saul (oficial de ligação a adeptos), Manuel António Magalhães (cobrador de quotas e funcionário da loja do associado) e os superiores José Pedro Dias e Rui Lousa pelo envolvimento neste processo.

No caso de Fernando Saul, por exemplo, a PSP detetou no seu automóvel a quantia de 2.940 mil euros, referentes a bilhetes pagos pelas Casas do FC Porto do Algarve para a visita dos dragões ao Farense. Nenhum documento formal na sua posse justificava estas quantias.

O MP defende, finalmente, que os pais de Sandra Madureira, sogros de Macaco, eram facilitadores e determinantes na «guarda dos proventos da atividade delituosa».

Em causa estão indícios dos crimes de distribuição e venda de bilhetes falsos ou irregulares, além de abuso de confiança qualificado. Foram executados 14 mandados de busca domiciliária e quatro de busca não domiciliária.

Os Super Dragões emitiram, algumas horas após a operação, um comunicado onde confirmam a apreensão dos bilhetes para o jogo FC Porto-Boavista, a realizar este domingo. O grupo lamenta o sucedido e lembra que «pela primeira vez» a bancada da claque não estará preenchida. «Estamos plenamente convictos que tudo será esclarecido em sede própria.»

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