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·26 de junio de 2025

A Inter convenceu contra o River Plate e vai encarar o Fluminense na Copa do Mundo de Clubes

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A Inter teve seu momento de afirmação na Copa do Mundo de Clubes. Na última rodada da primeira fase, os nerazzurri mostraram personalidade, venceram o River Plate por 2 a 0 e avançaram em primeiro lugar no Grupo E. Agora, o caminho os leva a Charlotte, onde encaram o Fluminense nas oitavas de final. E se havia dúvidas sobre o impacto de Cristian Chivu no comando, a exibição nos Estados Unidos trouxe bons sinais.

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Apesar de jogar pelo empate para se classificar, a Inter precisava chegar bem as para a próxima fase. O River ainda sonhava com a classificação, e o que se viu foi um jogo de Libertadores, como falamos no Brasil. Não era mais questão apenas de ficar com uma das vagas, era sobre reação, sobre esquecer a queda em Munique, sobre provar que esse novo ciclo não começaria fragilizado. Contra um rival físico, duro e que fez da catimba sua principal arma, a Beneamata soube jogar. Sofreu pouco, ditou o ritmo e, no segundo tempo, colheu os frutos com gols da joia Francesco Pio Esposito e do pilar Bastoni.


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Se no jogo anterior contra o Urawa Red Diamonds, Chivu testou outra variação no Lumen Field, em Seattle, o 3-5-2 voltou, assim como um sistema defensivo mais tradicional e uma ala direita com Dumfries de volta – o holandês, que estava lesionado, estreou na competição. Sem muitas mudanças, a Inter que venceu o River foi inicialmente a campo com Sommer, Darmian, Acerbi e Bastoni na linha de defesa. No meio, teve o quinteto formado por Dumfries, Barella, Asllani, Mkhitaryan e Dimarco, que serviram as duas referências, Lautaro e Pio Esposito.

No início, o River Plate até tentou se impor. Com marcação individual no meio-campo e um estilo físico e intenso, os argentinos buscaram desestabilizar o adversário. Mkhitaryan, Barella e Asllani foram caçados em cada posse. Mesmo assim, o time de Chivu não perdeu a cabeça. O técnico romeno pediu que os jogadores “comessem grama”, e, de certa forma, eles obedeceram.

Com a bola, a Inter era paciente. Rodava com calma, explorava os lados e esperava o momento certo para acelerar. Os melhores lances da etapa inicial nasceram quando Lautaro e Pio Esposito se aproximaram. Em uma delas, o camisa 10 teve chance clara e mandou pra fora. Em outra, o jovem centroavante quase abriu o placar, mas foi travado na última hora por Martínez Quarta, ex-Fiorentina.

O capitão Lautaro teve atuação de líder, mas acabou lamentando chances de gol desperdiçadas (Getty)

Apesar do zero no placar até o intervalo, havia a sensação de que o gol estava maduro. O River Plate, que precisava vencer para avançar, parecia mais preocupado em travar o jogo do que em atacar. Mastantuono, a joia promissora já negociada com o Real Madrid, foi engolido por Bastoni e Acerbi. E a notícia do atropelo do Monterrey sobre o Urawa Reds, vinda de Los Angeles, jogava ainda mais pressão sobre os sul-americanos. Afinal, qualquer empate classificava a Inter, mas isso não ocorria com os argentinos, que precisavam da vitória ou de um 2 a 2 se quisessem avançar sem se preocupar com a outra partida da chave.

Na volta para o segundo tempo, a Inter assumiu de vez o controle. Se antes havia cautela, agora havia ambição. Carlos Augusto e Sucic entraram bem, deram fôlego ao time e participaram diretamente da construção dos lances ofensivos. Lautaro se movimentava muito bem e teve duas ótimas chances, mas acertou a trave e parou em Armani. O River recuou, sentiu o desgaste e já não conseguia reagir. A expulsão de Martínez Quarta, por falta em Mkhitaryan aos 65 minutos, evitou uma chance clara de gol dos nerazzurri, mas apenas acelerou o inevitável.

Com um a mais, os italianos empurraram de vez os argentinos contra a própria área. Em bela jogada de Sucic, saiu o gol que destravou o placar: assistência milimétrica para Francesco Pio Esposito, que dominou como um veterano, cortou a marcação e finalizou com firmeza no canto do gol defendido por Armani. O atacante de quase 20 anos, que há poucas semanas estava jogando os playoffs da Serie B e foi o vice-artilheiro da mesma competição, com 17 tentos, estou as redes pela primeira vez como jogador da Inter – com a frieza e celebração de quem quer muito mais e pretende não ser emprestado novamente. O camisa 94 foi substituído pouco após o tento, por seu irmão, Sebastiano.

A essa altura da partida, sobravam cartões amarelos. O árbitro Ilgiz Tantashev demorou a controlar o jogo e, por pouco, não o perdeu de vez. Marcelo Gallardo, que havia promovido as entradas de Costantini, Lanzini e Nacho Fernández antes da expulsão e do gol sofrido, expôs seu time em busca da classificação. Com um a menos e atrás no placar, o River Plate precisou rever sua postura e o zagueiro Pezzella, outro ex-Fiorentina, substituiu o atacante Colidio, formado justamente na base da Inter. O time argentino também tentou deixar sua marca nas divididas. A equipe italiana respondeu, mas com futebol.

Pedindo passagem: Pio Esposito aproveitou grande jogada de Sucic e inaugurou o placar (Arquivo/Inter)

O segundo gol saiu nos acréscimos, com Bastoni fazendo um gol que só um zagueiro técnico como ele poderia marcar. O italiano conduziu a bola pelo meio, deixou dois defensores do River para trás, e finalizou na saída do goleiro Armani. Um golaço que foi um golpe definitivo em um adversário que já não tinha mais pernas nem cabeça. O que era futebol virou guerra fria, até que tudo explodisse nos minutos finais.

Logo após o gol, Montiel foi expulso e deixou os millionarios com nove. Dumfries e Acuña reeditaram o duelo que tiveram no Catar – inflamado por Chivu, que reclamou da falta de cartões para o adversário. Os atletas trocaram empurrões durante o jogo, mas o episódio mais feio veio após o apito final. O argentino perseguiu o holandês até o túnel, enquanto torcedores do River atiravam bandeiras no campo. A confusão seguiu nos bastidores, mas foi abafada antes que virasse tragédia. De acordo com o canal Sportitalia, o lateral do River Plate proferiu uma injúria racial contra o adversário, que teve que ser contido por colegas – o mesmo Acuña, aliás, foi vítima de racismo da torcida do Getafe no ano passado, quando militava pelo Sevilla.

Na entrevista coletiva, Chivu preferiu não voltar ao assunto e manteve o foco no que interessa: o time. A atuação contra o River Plate foi, até aqui, a melhor sob seu comando. A transição ofensiva fluiu, a defesa não sofreu e as escolhas nos momentos-chave fizeram a diferença. Ainda há lacunas, principalmente na profundidade do elenco, mas a sensação é de progresso.

Neste último quesito, aliás, os nerazzurri ainda devem sofrer nos Estados Unidos, visto que quatro importantes peças foram liberadas por falta de condições físicas: Pavard, Bisseck, Çalhanoglu e Zielinski voltaram para a Itália para tratarem lesões. Dentre eles, só o francês atuou na Copa do Mundo de Clubes, contra o Monterrey. A Inter, vale lembrar, ainda tem o desfalque de Taremi, que não pôde deixar o Irã, onde visitara a família, devido ao conflito entre os persas e Israel.

Para fechar a vitória da Inter, Bastoni fez um lindo gol e mandou o River Plate para casa (Getty)

Em Seattle, os jovens foram, mais uma vez, o respiro do elenco da Inter. Pio Esposito e Carboni, ambos formados na base, se mostram prontos para encarar desafios maiores. O croata Sucic, recém-integrado ao grupo principal, tem mostrado talento em cada minuto que ganha. A reconstrução da Beneamata pode muito bem passar pelos pés desses garotos.

Lautaro não marcou, mas sua entrega foi incontestável. Brigou, armou, participou e deu exemplo de liderança. Mkhitaryan, apesar do desgaste físico, refletido no gol claro que perdeu nos momentos finais do jogo, teve papel importante. Carlos Augusto foi seguro e Bastoni, decisivo. Foi um triunfo coletivo, com cara de grupo que começa a se reconhecer no espelho outra vez.

Na próxima segunda, 26 de julho, o adversário será o Fluminense, adversário de Darmian, que esteve em campo no amistoso dos cariocas contra a seleção da Itália, na preparação para o Mundial de 2014. Para a Inter, o desafio será manter o nível, mostrar que a exibição contra o River Plate não foi um raio fora de hora. A Copa do Mundo de Clubes, agora, entra em sua fase eliminatória.

Seja qual for o resultado nas oitavas, ficou claro que o projeto de Chivu tem conteúdo. Ainda precisa de tempo e de boas atuações para apagar o frustrante empate com o Monterrey e a vitória quase acidental contra o Urawa Red Diamonds. Ainda faltam ajustes e reforços, mas a equipe já deu sinais de vida. Depois de noites cinzentas, como as de Munique, ver a Inter jogar com confiança e identidade é um alívio para a sua torcida. No fim, o que parecia improvável pode, de fato, acontecer: renascer no Mundial.

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