Zerozero
·14 December 2024
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·14 December 2024
Pontapé na crise? Longe disso. A vitória diante do Boavista (3-2), na 14ª jornada do campeonato, deu, sobretudo, para colocar um ponto final na série de derrotas do leão. De resto, pela forma como a vantagem foi perdida duas vezes, ainda pairam muitas dúvidas sobre este Sporting.
João Pereira e Cristiano Bacci, face às lesões e suspensões, surpreenderam pouco. Entre os 22 escolhidos para começar a partida, só uma alteração em relação aos últimos encontros de leões e panteras: Ousmane Diomande saiu e entrou Zeno Debast
Qual ordem de maestro, o apito inicial deu o mote: O Mundo Sabe Que, cantado pelas milhares de gargantas presentes em Alvalade. Por mais profunda que seja a crise leonina, este é e será sempre um momento de união.
União e embalo. Foi o «empurrão» perfeito para os homens de João Pereira colocaram para trás das costas a má série de resultados e encararem as panteras com confiança - impossível não existir quando cada ação correta, canto conquistado ou posse recuperada é festejada e incentivada pela bancada. Depois da tocha em Bruges, pazes feitas.
Assistia-se a um daqueles jogos de sentido único, aparentemente fácil para o Sporting, face ao favoritismo sobre o Boavista. Contudo, como por vezes se verifica nestas circunstâncias, o adiar do primeiro golo podia ser sinónimo de maiores incertezas - algo que o leão, que já duvidava de si que chegue, certamente quereria evitar ao máximo.
Isto, até ao minuto 23. O melhor marcador do campeonato só precisa de um pequeno deslize: Augusto Dabó atrasou mal e Viktor Gyökeres intercetou o atraso ao guarda-redes; na cara do golo, o viking não treme.
Em desvantagem, o Boavista tentou ter mais posse no meio-campo adversário, com uma ou outra combinação interessante, mas sem perigo. A toada, aliás, continuou a mesma, com o leão a dominar e, ao não engordar o marcador, a desperdiçar.
Ora, a velha máxima verificou-se: quem não marca, sofre. No primeiro remate axadrezado à baliza, o empate. Róbert Bozeník, que já não marcava pelo Boavista desde fevereiro, fez o primeiro golo boavisteiro sem ser de grande penalidade no último mês e meio e complicou a vida ao Sporting. Autêntica malapata leonina.
Parecia acontecer de tudo à equipa leonina, mas João Pereira já havia afirmado que não queria este leão a olhar para o passado, que o futuro iria ser melhor. Por isso, de cara lavada, a formação verde e branca esqueceu azares, voltou autoritária e saltou para a frente, uma vez mais. Jogada à esquerda, com Francisco Trincão no coração da área a finalizar.
Com quase uma parte pela frente, engane-se quem achou que o jogo estava resolvido. O Sporting de João Pereira parece ter a habilidade de não ficar confortável em vantagem: aconteceu, sobretudo, contra o Moreirense e esta noite. Por isso, bastou Bruno Onyemaechi aparecer de fininho na área que os leões tremeram... e sofreram.
É certo que, desta feita, não tiveram grandes dificuldades em retomar a dianteira do encontro - numa jogada semelhante à do segundo golo, Trincão bisou -, mas as incertezas continuaram. Mérito, logicamente, também para este Boavista de Bacci; numa gigante crise administrativa e financeira, fazem das tripas coração sempre que entram em campo e isso tem funcionado: para já, acima da linha de água.
Com o decorrer do encontro, os axadrezados foram subindo no terreno e, tendo em conta a curta desvantagem no placard, acreditaram até ao fim que era possível roubar um ponto no reduto do campeão nacional. Do outro lado, dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. De que é feito, afinal, este Sporting?
Para já, de mais uma vitória, a primeira de João Pereira no campeonato, ao terceiro jogo. Por isso, o leão sabe que vai passar, pelo menos, mais uma jornada na liderança. O Boavista ocupa, ainda que à condição, o primeiro lugar acima da zona de despromoção.