
Central do Timão
·19 July 2025
Superintendente jurídico do Corinthians fala sobre situações de Augusto Melo e Andrés Sanchez no clube

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·19 July 2025
Na última terça-feira, 15, a Central do Timão obteve entrevista exclusiva com Leonardo Pantaleão, superintendente jurídico do Corinthians, onde diversos temas foram tratados, incluindo sobre a política do clube, dividida entre a Assembleia Geral de sócios que vai deliberar a possível cassação definitiva do mandato presidencial de Augusto Melo e a apuração das irregularidades cometidas pelo ex-presidente Andrés Sanchez no uso do cartão corporativo do clube durante seu mandato.
Denunciado à Comissão de Ética e Disciplina (CED) do Conselho Deliberativo (CD) por meio de recomendação para abertura de procedimento, feita pelo Conselho de Orientação (CORI) na última segunda-feira, 14, combinada com diversos pedidos de investigação protocolados no CD durante a semana, a situação de Andrés está indefinida, passando diretamente pelas investigações da Ética durante este procedimento.
Foto: Ciro Hey/Central do Timão
“O Andrés é um conselheiro vitalício, portanto a atribuição é da Comissão de Ética do Conselho fazer essa análise e vai emitir um parecer. Esse parecer sendo emitido é levado para ratificação ou não no Conselho Deliberativo como um todo lá para os 300 conselheiros.”
Pantaleão foi claro, porém, ao afirmar que a expulsão do ex-mandatário é uma possibilidade ao final dos trâmites. “Caso haja essa indicação pela Comissão de Ética, isso vai ser discutido pelos 300 conselheiros e eventualmente tomada a decisão. A depender do parecer da Comissão de Ética, se aquilo (irregularidades) for indicado, nós temos punições previstas no estatuto que pode chegar, sim, a uma exclusão do clube”, explicou.
O dirigente também opinou sobre a controversa questão sobre o pedido de investigação da origem dos vazamentos das faturas do cartão do clube: “A gente entende, passa a impressão que o Corinthians está sendo agora passado a limpo, as coisas estão sendo divulgadas, mas nós não podemos esquecer um contraponto importante. Existem leis que protegem o sigilo de determinadas informações. Então, toda vez que isso acontece, é algo que quebra um pouco esse paradigma legal.”
Vale lembrar que, neste pedido, feito pelo CORI, foram citados cinco nomes para investigação por parte da Ética por possível participação nos vazamentos: o presidente afastado Augusto Melo, sua assessora Dayna Barossi, o ex-diretor financeiro Pedro Silveira e os funcionários do mesmo departamento Luiz Alves de Oliveira (o “Seedorf”) e Josué Lopes, para apuração de responsabilidades.
Augusto, por sinal, enfrentará em poucas semanas a Assembleia Geral que decidirá seu futuro no cargo de presidente, do qual está afastado desde 26 de maio. Pantaleão também falou sobre isso, se manifestando sobre a importância de o associado alvinegro comparecer ao Parque São Jorge no dia 9 de agosto para votar.
“Eu acho que todo mundo que quer o bem do Corinthians vai para lá no dia 9 com um espírito absolutamente democrático. É um momento em que o sócio vai manifestar o seu desejo de eventualmente o retorno do Augusto ou não, e isso tem que ser respeitado. O que não será tolerado, claro, são atos de violência, constrangimento, coação, isso sem hipótese alguma. Então, o associado pode ir tranquilo lá para exercer o voto. É um momento histórico do Corinthians, mas que o faça com absoluta segurança e tranquilidade.”
Segundo o superintendente, o Augusto também está sujeito a, eventualmente, ser desligado do clube por meio de uma expulsão. Ele deixou claro, no entanto, que tal expulsão também teria que passar pelo mesmo processo na Ética que está sendo iniciado, agora, com o ex-presidente Andrés.
“Depende de um procedimento interno, onde tem que ser resguardado o direito de defesa, o contraditório. E isso, após tudo colocado na mesa, é que é analisado pela Comissão de Ética. A partir daí, segue o mesmo desdobramento, é efetuado um parecer que é submetido para o Conselho Deliberativo. Inclusive, pode ser de expulsão (o resultado) também, em razão do teor das denúncias que surgiram e daí por diante.”
Pantaleão concluiu explicando que os órgãos internos do Corinthians não precisam aguardar a conclusão da ação penal para tomar providências contra qualquer dirigente. “Muitas vezes as pessoas confundem isso. A visão do Conselho Deliberativo é administrativa, portanto não se mistura com isso (ação penal). Pode ser que ele tenha praticado um ato que, no entender da Comissão de Ética, gere essa consequência de expulsão”, finalizou.
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