Coluna do Fla
·11 March 2025
Rafa Penido: “O impacto da final Fla-Flu”

In partnership with
Yahoo sportsColuna do Fla
·11 March 2025
O Fla–Flu no Maracanã é o topo do Corcovado do futebol brasileiro, pois não há jogo que o iguale em matéria de história, prestígio, grife e possibilidades. Definida a final onde o futebol foi o primeiro a vencer.
Fosse outro adversário na decisão, os craques do Mengão poderiam almoçar feijoada no campo do Maraca (e repetir), estalar uma latinha de cerveja, beber num gole só e jogar de chinelo de dedo. Não é o caso.
Nenhum time venceu mais vezes o Flamengo que o Fluminense. Nenhum time atrapalhou tanto os planos e roubou tantos pontos do novato técnico Filipe Luís como o Fluminense.
O único clássico onde o Fla perdeu mais finais do que venceu. Nos últimos 5 anos, 4 finais: duas vencidas por rubro-negros, duas por tricolores.
Mantos, Armaduras e escudos se entreolham durante o Fla-Flu. Árias e Arrascaetas, playboys e mulambos, todos se olham de igual pra igual.
Ter o Flamengo melhor técnico, mais craques e mais torcida nas arquibancadas simplesmente desinteressam ao Imponderável.
Ter o Fluminense Cano, artilheiro da competição, Jhon Árias em sua melhor versão e ter vitórias recentes de 8 x 0 e 4 x 0 contra outros adversários, também não vem ao caso.
Fla já se prepara para os clássicos: Bruno Henrique lustra sua coroa, Pulgar afia suas foices tamanho 43. O ex-lateral catarinense Filipe estuda caminhos para passar pelo ex-zagueiro gaúcho Mano Menezes.
Já o Flu confia na boa fase de Cano, Canobbio, Árias, Serna chamam em espanhol por Juan de Diós, Sobrenatural de Almeida, Nelson Rodrigues e espera que Mano faça o time encarar o Fla de forma franca e honrosa.
Preparem suas melhores vestes, pois os jogos prometem!
O escritor Héctor Abad disse: “No papel tudo adquire uma dimensão mais real”, só que o Fla-Flu precisa flanar, precisa fluir, precisa ser trazido de seu próprio mundo para as linhas lógicas, caso o queiramos entender. E ainda assim não conseguiremos.
Encanta pelas cores, pela aura, e pela mística. Desde os fonemas de imponente sonoridade. Deve-se preparar o coração antes mesmo de falar “Fla-Flu”. Que dirá para se jogar duas grandes finais!
O sempre presente Nelson Rodrigues afirmou serem Fla e Flu os Irmãos Karamazov do esporte, mas penso que a final do Carioca está mais para roleta russa do que guerra parental. Ninguém sabe o que vai acontecer, mas creio que vence aquele que pisar mais firme no Maracanã.
O frisson e o frenesi já começaram. A taça e a vida valem menos, bem menos que o próprio Fla-Flu.
Pensar Fla-Flu é brincar de poesia, FLAnar pelo Rio Antigo, FLUir nas águas da vida e perceber a própria alma dominada pela magia do melhor jogo do mundo. Sequestrados alma e tempo, por 40 minutos eternos.
Live
Live