Palmeiras: Coordenador revela estratégia do sucesso

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Palmeiras Online

·19 May 2024

Palmeiras: Coordenador revela estratégia do sucesso

Não é novidade que o Palmeiras tem estabelecido uma certa hegemonia no futebol brasileiro, conquistando títulos com frequência e, caso não levante a taça de determinado torneio, pelo menos é competitivo.

Agora, Daniel Gonçalves, coordenador de perfomance do Verdão desde 2020 e um dos principais nomes do Núcleo de Saúde e Performance, revelou, em entrevista para o UOL, como o clube conseguiu conquistar 11 títulos no período.

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“O futebol brasileiro há alguns anos era sazonal. A equipe vencedora ganhava e ficava sem ganhar um tempo. Mas agora com processo estruturado, padrões bem definidos, ajustes sempre, apetite por novas conquistas, temos mais condições de conquistar resultado. Viramos esse modelo no futebol brasileiro“, iniciou o coordenador.

“Bayern, o Manchester City no futebol inglês, o PSG, clubes italianos de Milão [Inter e Milan], percebemos que as grandes equipes vencem, mas elas conseguem se estruturar e se manter no topo, e isso está rolando no futebol brasileiro. Resiliência de saber lidar com a pressão, não se contentar com o que foi para o passado, ter essa visão futurista de lutar por inovações. A cobrança da torcida molda nosso dia a dia, cada clube tem seu padrão, mas por isso nós somos o maior campeão do Brasil”, acrescentou Daniel.

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Daniel Gonçalves, coordenador científico do Palmeiras (Foto: Reprodução/Cesar Greco/Palmeiras)

Para quem não sabe, a função do coordenador de perfomance é fazer o “meio de campo” entre o Núcleo de Saúde e Perfomance e a comissão técnica. Por exemplo, no jogo em Quito, contra o Indepediente del Valle, ele foi um dos responsáveis para que os jogadores conseguissem atuar no local.

Semelhanças entre Abel Ferreira e Vanderlei Luxemburgo

Curiosamente, quando Daniel chegou ao Alviverde, no início de 2020, o treinador do Maior Campeão Nacional era o Vanderlei Luxemburgo. Além disso, os dois também trabalharam juntos um ano antes, no Vasco da Gama.

Assim, o coordenador afirmou que o trabalho do brasileiro se assemelha muito com o de Abel Ferreira. No entanto, ele destacou que o português é mais voltado para as questões mentais.

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“Eu vejo muitas semelhanças no Abel e Vanderlei. O Abel tem 20 anos a menos que o Vanderlei, mas o Vanderlei foi de vanguarda, inovador, multidisciplinar de futebol ele fazia desde 90, gostava muito da tecnologia também. O Abel é mais voltado para questões mentais. Hoje em dia tem recurso, Abel quer implementar neurociência, isso influencia no poder mental da equipe. E discurso, desenvolvimento do processo, o atleta tem que acreditar“, comentou.

“O atleta está sujeito a oscilação natural, sem muita alegria na vitória e sem depressão na derrota. Ele é antenado e ajustado ao atual momento. Singular. Mesmo sendo estrangeiro, ele soube entender e se adaptar ao real cenário. As pessoas perguntam: ‘Abel não faz rachão?’. Ele faz todo dia pré-jogo, ele se adaptou. No dia a dia, ele atua como um brasileiro“, adicionou.

O técnico Abel Ferreira, o coordenador científico Daniel Gonçalves, o médico Pedro Pontin e o fisiologista Vinicius Ponzio (E/D), da SE Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco)

“Ele é exigente. Ele acaba tendo essa questão do temperamento, mas se adaptando a outras questões. Isso faz com que todo mundo diariamente procure dar o melhor. Ele mesmo fala que ele quer o melhor de cada um o tempo todo“, finalizou.

Por fim, vale observar que Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras, também já havia trabalhado com Daniel e foi uma das pessoas que aprovaram sua contratação.

Palmeiras no topo e relação de Abel Ferreira com as outras áreas do clube

Ainda na entrevista para o UOL, Daniel Gonçalves destacou o modelo de trabalho do Palmeiras, sempre buscando inovações.

“É um modelo institucional. O Palmeiras é um clube de vanguarda. Foi em busca de profissionais que tivessem esse perfil, promovendo profissionais da base ou externos que tivessem a questão da proatividade, da busca tecnológica, científica. Com certeza o clube incentiva. O Anderson [Barros] fala que precisamos manter esse ambiente, e não podemos medir esforços na nossa rotina. Buscamos constantemente o que é novo. Manter protagonismo. Comparamos tudo. Mas também calha com perfil dos profissionais“, falou.

Em seguida, ele também destacou a importância do seu trabalho no Verdão e elogiou a relação de Abel com todas as áreas do clube palestrino.

“A gente como profissional do futebol sabe da real importância nossa. Precisamos ter ciência do nosso posicionamento, entender os elementos do jogo que não só são técnicos ou físicos. Eu tenho que ter a visão do todo. Protagonismo é do treinador e do jogador, mas temos um papel importante. Temos um nível de importância semelhante, acompanhando toda a rotina dos atletas. Estou em todo, todo treino, participante de todas a atividades preliminares e complementares. Tento auxiliar e contribuir no dia a dia“, comentou.

“Abel tem visão moderna, João [Martins] também. É necessário a integração. Não faz sentido limitar esses profissionais que são úteis no dia a dia. Quem orbita o jogo tem que estar próximo. Temos que levar o laboratório ou clínica pra atingir esse objetivo. O Abel tem essa visão. Incentivo os profissionais a estarem mais próximos. Ali é o momento mais sensível e agudo das intervenções. Em outros clubes trabalhei com Vanderlei, ele tinha essa visão, Dorival, Barbieri. Óbvio que o modelo do Palmeiras é singular, harmonia, interação entre as áreas, todos se sentem pertencentes. Somos importantes, mas coadjuvantes“, concluiu.

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