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·12 June 2025
Obina, Julio Cesar, Cabañas: Joel Santana abre coração sobre êxitos e dores no Flamengo

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·12 June 2025
Papai Joel é lembrado com carinho pelos torcedores do Flamengo. O técnico foi marcante no clube e coleciona histórias e momentos para contar. Alguns deles foram lembrados por Joel Santana no Área Técnica, quadro do ge.
A primeira história lembrada por Joel é de Obina, atacante também marcante no Flamengo. O Anjo Negro deixava os treinos do time em forma, e aparecia acima do peso no dia seguinte.
"Porra, Obina treinava de manhã e de noite, saía no peso direitinho. Chegava no outro dia, fortinho de novo. P*ta que pariu. O que esse cara tá comendo de noite? Aí, um belo dia: 'Obina, presta atenção. Eu deixo você em casa direitinho. No outro dia você vem em casa mais gordinho. O que está havendo contigo, rapaz?' Questionou.
Joel conta, então, que Obina não resistia ao Big Mac e sempre comia antes de dormir. Por isso, engordava toda noite antes do treino da manhã seguinte.
"Obina morava perto do Flamengo e embaixo da casa dele tinha sabe o quê? Um McDonald's. 'Professor, estou vendo televisão, começa a entrar aquele cheirinho pela janela, aquele cheirinho gostosinho de hamburguer e cheeseburguer. E vem minha mulher e diz: Obina, eu vou lá embaixo pegar um Big Mac. Você não quer não? Eu não resisto, professor. Ela vai e pega para mim também. A gente come um ou dois Big Mac's e eu vou dormir'”, recorda.
Buscando evitar o consumo do hamburguer por parte do atleta, Joel Santana ri ao lembrar da conversa que teve com a esposa do jogador visando seu auge físico.
"'Minha senhora, me ajuda. Só a senhora pode me ajudar. Se a senhora ajudar esse rapaz que está aqui, o Obina, a senhora vai morar bem'. Com a filhinha no colo, pequenininha. Mas foi muito engraçado isso. 'A senhora me ajuda, vai ajudar sua filhinha, vai ajudar todo mundo, vai me ajudar também. Eu preciso dele, mas ele precisa também da gente. Senão, ele não vai conseguir nada, ele vai engordar e quando chegar aos 28, 29, 30 anos, ele já está fora", disse.
A esposa, então, se comprometeu a não comprar mais Big Mac.
"Aí, peguei a neném no colo e ficava balançando a neném. 'Senhora me ajuda a fazer isso?' 'Eu vou ajudar. Nós não vamos mais comer Big Mac, né Obina?' 'Não'. Aí, essa criança pequenininha. De repente, ela dá um risinho. Aí o Obina: 'ela tá rindo'. 'Quer ver essa criança sorrindo? Faz o que eu tô te pedindo. Ô, papai, ela tá rindo no teu colinho. Que bom!' 'Eu vou fazer. Pode deixar'", lembra.
Joel Santana relembra o jogo da Libertadores 2008, no Maracanã. Sua saída veio à público, e ele foi abraçado pela Nação.
"Os jogadores foram no meu quarto me pedir para eu ficar. Mas a diferença (salarial)... Eu tinha família, né? Sabe como é que é treinador. Venceu é ótimo. Perdeu... E aquilo me emocionou muito antes do jogo, porque eu quando desci, saí do vestiário e desci tinha uma corrente de criança enorme. Todo mundo me dando a mão. 'Você vai embora?' Vazou rapidinho. No Maracanã tinha 50 mil pessoas gritando fica! Eu comecei a chorar por dentro. Eu não tenho condição. Porque tem coisas na vida que não tem condição de atuar. Mas aconteceu", diz.
Dentro de campo, uma das eliminações mais dolorosas da história do clube.
"Perdi aquele jogo daquele tal de Cabañas. Aquele cara me arrebentou. Esse miserável (risos)", recorda.
Ele classifica o jogo do Cabañas como mais marcante, e também cita o goleiro Julio Cesar.
"Sem dúvida foi o do Cabañas e o do Santos. Teve um título também que eu perdi que o Pet bateu uma falta em cima da hora e tomei o gol. Se é do lado de cá, eu ganho o jogo. O melhor jogador foi o Júlio César (goleiro do Flamengo), agredi e era para ter ganho o jogo. No final do jogo o Pet bateu falta e fez o gol. Perder um título sempre dói, né? Também tu não pode ganhar tudo. Sempre dói um título", finaliza.