Jogada10
·15 May 2025
Mística da camisa 7 do Botafogo se sobressai em duelo de 11 contra 12

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·15 May 2025
Juan Benítez estava precisando de alguns minutos de fama, nesta quarta-feira (14), no Estádio Nilton Santos, pela quinta rodada do Grupo A da Copa Libertadores. O péssimo árbitro paraguaio da Conmebol, provavelmente um futebolista frustrado, parece ter ido a campo com uma camisa do Estudiantes por baixo do uniforme. Afinal, ele recolocou o time de La Plata na partida contra o Botafogo ao inventar um pênalti para ajudar o Pincha, que descontava o score. O Glorioso sentiu o baque e não manteve a concentração. Naquele instante, o desgaste físico também passou a falar mais alto. Assim, logo depois, os cariocas cederam o 2 a 2. Mas o espírito de Mané Garrincha, ignorado em postagem sem noção da CBF, guiou os pés do decisivo Artur, autor de um golaço: 3 a 2. Vitória com a marca da mística da camisa 7, número que o segundo melhor jogador de todos os tempos honrou nas Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1966. O Anjo das Pernas Tortas assinaria, sem pestanejar, o lance do ponta alvinegro. Pintura!
Apesar de contar com a ajuda do árbitro guarani, o Estudiantes melhorou, de forma tímida, no segundo tempo, com as mexidas do técnico Eduardo Domínguez. Renato Paiva demorou para entendê-las, algo que também pode explicar aquele balde de água fria no 2 a 2. A propósito, o Botafogo enfrentou um rival de muita tradição. No entanto, as quatro Copas do time de La Plata não entraram em campo no Engenho de Dentro. Os argentinos, derrotados por um placar curto, voltam à Cidade das Diagonais com ferimentos bem leves e com o propósito de especular diante dos brasileiros. Na última rodada, em duas semanas, o Pincha recebe o fraquíssimo Carabobo, no Estádio Uno, como mandante. É só empatar com os venezuelanos que garante a classificação. Os hermanos, contudo, devem vencer com facilidade e confirmar a liderança da chave. O segundo posto ficará entre o Alvinegro e Universidad de Chile, com a vantagem da igualdade para os andinos, no Colosso do Subúrbio.
Um tempo antes de o metafísico entrar em campo e a habilidade de Artur desequilibrar o prélio, o Botafogo, enfim, lembrou que havia um patch de campeão continental na camisa. Demorou quatro rodadas, é bem verdade. Mas foram cerca de 60 minutos de bom futebol, domínio e, sobretudo, paciência para fazer a bola girar sem afobação. Jogou por música, como reza o clichê. Uma equipe madura, criativa, dominante e inteligente. Méritos, desta vez, para Renato Paiva. Sejamos justos, por favor! O center-half Freitas atuou de fraque com gravata borboleta, tamanha a desenvoltura e elegância nos lançamentos e enfiadas. Modric, do Real Madrid, invejaria o capitão do Glorioso. Artur, inspirado, deixou a defesa adversária desnorteada. Rwan, observado com desconfiança, surpreendeu e, bem posicionado, meteu o primeiro. Jesus esteve no alto nível de sempre e, pelo alto, aumentou a conta para o Mais Tradicional. Na defesa, Jair e David Ricardo, entrosados, relembraram os melhores momentos da badaladíssima dupla BB (Bastos-Barboza). Que personalidade dos garotos!
No terceiro gol do Botafogo sobre o Estudiantes, Renato Paiva é flagrado elevando o seu dedo do meio em gesto indecoroso. Ouriçada, a internet tratou de responder para quem foi o “aceno” no desabafo do treinador lusitano. O comandante se justificou. Ele seria tão ingênuo a ponto de direcionar a ofensa ao público alvinegro? Compraria uma briga desnecessária, como aconteceu, em 2021, com Enderson Moreira, na Série B, no último ano do associativo? Alvo de críticas justas e outras completamente desproporcionais, Paiva sempre mostrou respeito pelos botafoguenses. Nunca, aliás, contestou as queixas das tribunas do Nilton Santos. Case closed.
*Esta coluna não reflete, necessariamente, a opinião do Jogada10