Martim Mayer: “Não procuro Benfiquistas mediáticos” | OneFootball

Ontem foi oficialmente anunciada a candidatura à presidência do Benfica de Martim Borges Coutinho Mayer. É o sócio n.º 5.206 e deu duas entrevistas: uma ao jornal A Bola e outra, com cerca de 15 minutos, à Benfica na CMTV. O mote da candidatura é “Benfica no Sangue”.

Sobre Martim, nesta fase inicial, há pouco a dizer. Não apresentou formalmente a candidatura perante os sócios, como fizeram João Noronha Lopes e João Diogo Manteigas, preferindo uma abordagem mais contida nos gastos — não fosse ele um bom gestor na área financeira. O facto de não realizar um grande evento para anunciar a candidatura não o torna menos benfiquista. Ainda assim, é verdade que o benfiquista gosta de sentir os candidatos mais próximos, e, neste caso, a apresentação ficou-se pelos estúdios da CMTV e pela entrevista em A Bola.

Importa referir que teve direito a uma entrevista na CMTV, algo que os outros candidatos não tiveram. Entre os três, João Diogo Manteigas foi claramente o mais prejudicado nesse aspeto — e sabemos bem porquê.

Em ambas as entrevistas, Martim referiu-se excessivamente ao seu avô, figura por quem todos temos carinho. No entanto, quem se candidata é ele, não o seu avô. E ser neto do querido Borges Coutinho, ao invés de vantagem automática, é também uma responsabilidade acrescida.

No plano digital, Martim mostrou-se visivelmente nervoso perante as câmaras — algo que só se notou nos vídeos partilhados nas redes sociais, já que na CMTV isso passou despercebido. Contudo, o que não passou ao lado foi a forma desorganizada como os vídeos foram publicados: “ao monte”, como se fosse um disco externo a despejar ficheiros para o computador. Isso não revela conhecimento do meio. Quem lhe está a tratar da campanha digital ou não percebe da área ou é claramente amador. E digo isto com alguma propriedade, já que é uma das minhas áreas de trabalho.

Entre tudo o que foi dito, prefiro destacar uma das frases mais marcantes de Martim Mayer: “Mais do que tudo, devemos apresentar a nossa proposta. Ao longo destes próximos meses admito que esses apoios públicos irão surgir porque os sócios vão identificar-se com aquilo que queremos trazer para o clube. Não tenho pressa. Não procuro benfiquistas mediáticos. Procuro o profundo da nação benfiquista, porque é aí que está a solução para o Benfica. É esse o caminho do futuro do Benfica.”

Tirando estes pequenos detalhes, que certamente serão corrigidos, desejo as boas-vindas ao candidato e, sinceramente, que tenha sorte. E agora digo eu: que consiga estar à altura do seu avô.