
Central do Timão
·21 March 2025
Laudo da PM já havia alertado Corinthians sobre ausência de biometria facial na Neo Química Arena

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·21 March 2025
Nos últimos dias, repercutiram na mídia declarações de Marcelo Munhoes, ex-chefe do departamento de TI do Corinthians, que fez diversas denúncias sobre problemas envolvendo sua área no clube. Uma delas dizia respeito a um assunto que a cada dia se torna mais urgente no clube: a implementação da biometria facial na Neo Química Arena, que tem prazo final para acontecer: 14 de junho.
Neste dia, expirará o prazo de dois anos, contados a partir da sanção da Lei Geral do Esporte, para que todos os estádios brasileiros com capacidade superior a 20 mil pessoas implementem a tecnologia. A determinação consta no artigo 148 da norma, que veta a presença de público em partidas nos locais que não aderirem à ferramenta.
Foto: Divulgação
Segundo Munhoes, a diretoria corinthiana vem sendo alertada há meses sobre a necessidade de acelerar o processo de implementação da biometria facial, por se tratar de uma tecnologia que requer muitas etapas e equipamentos. Ele também citou, em entrevista ao ge.globo, que o planejamento original do TI alvinegro era iniciar esse projeto em outubro de 2024 – data que coincide com outro importante aviso recebido pelo Corinthians sobre esse tema.
Trata-se de aviso, feito pela Polícia Militar, nas conclusões do laudo de segurança emitido em 25 de outubro de 2024 que renovou a licença de uso da Neo Química Arena por um ano. No documento, o estádio corinthiano foi aprovado com ressalvas, e uma delas era, justamente, a ausência de sistema de identificação biométrica, dando ao clube 120 dias para regularizar a situação – prazo que expirou em 22 de fevereiro e acabou não sendo cumprido pelo Corinthians.
O ex-funcionário do clube afirmou que fez tratativas com a empresa Ligatech, que já é a responsável por serviços como o controle de acesso e gestão das catracas em Itaquera e possui a tecnologia e equipamentos necessários para implementar a tecnologia. A empresa assumiria essa questão em um novo contrato, renegociado pelo TI alvinegro, para que a biometria facial começasse a ser instituída a partir de janeiro – mas a diretoria teria desfeito o acordo e demitido Munhoes.
“Em janeiro (de 2025), o clube precisava renovar o contrato do controle de acesso. Como eu percebi que não havia mais tempo, que a gente não ia atender as obrigatoriedades e iria passar vergonha sem o reconhecimento facial em junho, eu tomei a frente e renegociei o contrato com o atual fornecedor. É uma empresa que já tem vários anos no clube, tem todas as integrações desenvolvidas, já domina o sistema, é um caminho muito mais curto para a gente chegar na implementação do reconhecimento facial. (…) Eu levei essa notícia numa reunião da diretoria, informei inclusive que os aparelhos chegariam naquele dia. Porém, no dia seguinte fui destituído do meu cargo e cancelaram a entrega dos equipamentos.”
Com isso, o prazo para o clube se adequar à legislação em relação a esse tema diminuiu ainda mais, sendo de exatos 85 dias nesta sexta-feira, 21. Em matéria publicada pelo portal Meu Timão, foi constatado que a implementação da biometria facial é feita, normalmente, em três etapas, podendo durar ao todo até quatro meses. Dessa forma, os trabalhos na Neo Química Arena, que segundo o Corinthians ainda estão em fase final de estudos, terão que ser concluídos em tempo recorde para que não haja problemas.
Vinicius Azevedo, superintendente de marketing do Corinthians, falou sobre o tema nesta quinta-feira, 20, em entrevista ao PoropoPOD, programa do canal do clube no YouTube. Ele afirmou que a implementação deverá ser feita de maneira escalonada na Neo Química Arena: “Tivemos uma reunião sobre isso. (…) Queremos aproveitar a pausa para testes e começar de maneira escalada, evitando um colapso. Para começar, precisamos que o cadastramento seja ágil. Vai nos ajudar bastante se todos fizerem.”
O profissional reforçou a necessidade do cadastramento, apontando que hoje em dia a base de dados do Fiel Torcedor possui muitas lacunas que podem atrapalhar a compra de ingressos com o novo sistema. “A base tem fragilidades, há cadastros antigos onde dependentes não possuem CPF. Vamos precisar que todos atualizem, porque sem isso, futuramente, não conseguirão comprar ingresso. Pedimos paciência, mas queremos que todos façam. Isso será positivo para o programa, trará mais comodidade ao torcedor e garantirá uma esteira de inovação. Em alguns momentos pode gerar apreensão, mas é uma evolução necessária”, finalizou.
Vale pontuar que a Neo Química Arena não é o único estádio da Série A que ainda não utiliza a tecnologia da biometria facial. Além dele, estão na mesma situação o Morumbis, do São Paulo, e o Alfredo Jaconi, do Juventude. Ainda há um estádio, o Nabi Abi Chedid, do Red Bull Bragantino, que não precisa usar a tecnologia, pois tem capacidade de 17 mil torcedores – inferior ao exigido na lei para.
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