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·14 January 2025

Há 30 anos, Romário era recebido com Carnaval no Rio após assinar com Flamengo

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Imagine um clube brasileiro contratando o melhor jogador do mundo, que brilha por um gigante europeu e foi protagonista de uma conquista da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo. O cenário parece irreal atualmente e também era visto 'impossível' há 30 anos; mas o Flamengo fez acontecer.

O ano era 1995 e o Rubro-Negro surpreendeu o mundo ao anunciar a contratação de Romário, craque do Barcelona, eleito melhor jogador do mundo pela Fifa e grande nome do Tetra na Copa do Mundo de 1994.


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Para concluir essa operação, o Flamengo desembolsou uma quantia impensável para os padrões da época. A transação atingiu 4,5 milhões de dólares, somados a tributos que elevou a quantia em 25%.

Corrigindo pelo índice IPCA, o valor gira em torno dos R$ 25 milhões, quase 100 milhões a menos do que o Mengão desembolsou para ter Alcaraz em 2024. Na época, a moeda brasileira tinha a proporção de um para um com o dólar.

A expectativa do presidente do Flamengo na época, Kleber Leite, era de que a chegada do "Baixinho" fosse um novo marco para as finanças do clube.

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Foto: Reprodução/ O Globo

A situação financeira do Flamengo estava longe de ser das melhores, como atualmente. Em 94, o clube atrasava salários com certa frequência e uma estratégia financeira foi montada para a contratação de Romário, formando um pool de empresas (Banco Real, BarraShopping, Brahma e Umbro) para que a negociação fosse possível.

Chegada em clima de Carnaval

Romário desembarcou no dia 14 de janeiro - há exatos 30 anos - e o clima no Rio era de carnaval. O jogador desfilou em carro aberto e milhares de torcedores celebravam a passagem do craque pelas ruas da Cidade Maravilhosa.

Em mais de uma hora de desfile ele distribuiu autógrafos, acenou e mandou beijinhos, chegando de maneira apoteótica na sede do Flamengo. Uma festa digna da Maior Torcida do Mundo para o então melhor jogador do planeta.

A estreia com o Manto Sagrado foi no dia 27, em empate por 1 a 1 com o Uruguai, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia-GO.

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Foto: Reprodução/Flamengo

A vontade do jogador também foi crucial para que o negócio acontecesse. Em 2022, Romário relembrou o acontecimento e deixou claro que sua prioridade era ser feliz.

"Quando voltei ao Brasil (após o Tetra nos EUA), não tinha em mente o real poder do que era ser campeão do mundo. Eu senti isso. (Pensou) ‘Vou ter que voltar ao Brasil, porque aqui eu sou feliz'. E apareceu o Flamengo”, lembrou.

“Se tu coloca o dinheiro na balança nessas horas, nem tem como comparar. Mas no Rio eu ficaria perto dos meus pais, do meu irmão, dos meus filhos, dos meus amigos, minha praia, meu funk, meu hip-hop, meu sol, minha Barra da Tijuca… financeiramente não foi a melhor opção, mas eu preferi ser feliz do que rico", disse Romário em entrevista ao "The Players Tribune".

Recentemente, no jogo de despedida de Adriano Imperador, o hoje senador do RJ reforçou que faria o mesmo novamente e ainda opinou sobre se o mundo verá um clube brasileiro contratar um melhor do mundo novamente.

"Vai não (acontecer novamente). Com certeza não deve acontecer. As contratações, foram grandes, mas a minha foi bastante diferente. Melhor do mundo, melhor da copa, resolve voltar para jogar no Flamengo, no auge da carreira. Para ver isso de novo, se ver, vai levar um tempo. Eu não me arrependo e faria de novo. Deixei de ser mais rico para ser mais feliz", cravou Romário.

Saldo em campo não foi dos mais rentáveis

Por um lado, a chegada de Romário impulsionou, inicialmente, as finanças do Flamengo. O programa de sócios teve um salto gigantesco, de 4 mil adesões para 40 mil, acordos com marcas ficaram mais vantajosos para o clube.

No entanto, dentro de campo a passagem do Baixinho foi aquém do esperado, ainda mais com o "Melhor Ataque do Mundo", composto por ele, Sávio e Edmundo em 1995. Naquele ano, o Flamengo brigou contra o rebaixamento.

Romário conquistou o Carioca de 1996, sendo o artilheiro com 26 gols. No ano seguinte, teve uma rápida passagem pelo Valencia, da Espanha, e retornou ainda em 1997, marcando 35 gols.

O atacante fez o mesmo processo de ida e volta ao clube espanhol. Nos anos 1998 e 1999, marcou 85 gols em 101 jogos. Muitos desses foram marcantes, como o contra o Corinthians, no Pacaembu. Relembre abaixo:

Em 1999, conquistou o Estadual e a Copa Mercosul, sendo o artilheiro do torneio, mas acabou rescindindo com o clube depois de episódio envolvendo uma festa com mulheres logo após uma eliminação do Flamengo.

Mesmo não tendo conquistado muitos títulos, o desempenho individual de Romário é excelente. Em 240 jogos com o Manto Sagrado, ele marcou 204 gols, se tornando o quinto maior artilheiro da história do clube. A média de gols foi de 0,85 por partida, digna de um grande atacante.

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