MundoBola Flamengo
·21 March 2025
Guilherme admite que debate sobre bases de Flamengo e Palmeiras foram combustível para Libertadores Sub-20

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·21 March 2025
Campeão da Libertadores Sub-20 e Carioca num mesmo domingo, a joia Guilherme Gomes vive um grande momento na carreira. Xodó de Filipe Luís e arma de Cleber dos Santos, ele foi importante nas duas conquistas e a cada jogo ganha mais moral com a torcida do Flamengo. Ao MundoBola Flamengo, o cria falou sobre os troféus, vida pessoal e momento na carreira.
Com 19 anos recém-completados, Guilherme se prepara para, neste momento, se manter como um dos pilares para o Brasileirão Sub-20. Tudo pode mudar, contudo, se o time principal precisar dele, como já aconteceu 15 vezes. Dessas, ele foi acionado em sete (ficou no banco em oito), marcando dois gols e distribuindo três assistências.
Ainda que a maioria desses jogos tenha sido no Carioca 2025 sob tutela de Cleber dos Santos, foi com Filipe Luís que ele teve sua primeira chance profissional. E justamente na estreia, marcou o seu primeiro gol com o Manto Sagrado. Na ocasião, ele empatou duelo contra o Cuiabá, pela 34ª rodada do Brasileirão 2024.
Sob comando de Filipe Luís ele já jogou 20 vezes. A primeira delas na estreia do atual treinador do time principal com a equipe Sub-20: uma derrota amarga para o Fortaleza. No período, Guilherme marcou sete gols e deu cinco assistências. As boas atuações deram a ele o status de "xodó" do treinador, algo que ele tem consciência.
"Filipe é um cara muito importante na minha carreira. Um treinador que confiou no meu potencial, me deu bastante oportunidade e realmente percebi que sou um dos xodós dele, o que me deixa muito contente. Conquistei isso no dia a dia, trabalhando e mostrando para ele que tenho potencial e, assim, adquiri sua confiança. É importante para mim e fico muito feliz", comenta o jovem atleta.
Graças ao bom trabalho também que Guilherme adquiriu mais minutos entre os profissionais. Antes de ser inscrito na Libertadores Sub-20, ele tinha alguns meses de trabalho no grupo principal, o que foi crucial na competição.
"(Estar no profissional) me ajudou a amadurecer bastante. Ganhei mais experiência tanto dentro de campo - tática e fisicamente -, quanto fora, pois tinha algumas visões e hoje em dia minha mentalidade é outra. Então isso foi o que mais me ajudou", revela.
Em campo na competição, encerrada no último dia 16 com o segundo título do Mengão, Guilherme atuou em todas as cinco partidas. Marcou apenas um gol, na goleada por 6 a 1 sobre o Olimpia. Ele, porém, foi fundamental para a conquista, não sendo titular apenas no jogo diante do O'Higgins, quando o Rubro-Negro já entrou em campo classificado.
Camisa 10 na competição, ele aprovou seu próprio desempenho:
"Foi bem positivo. Gostei da minha atuação nesses cinco jogos. Participei de gols, fiz gol, dei assistência. Saio da competição satisfeito comigo e com o grupo também."
Jogando como meia-ofensivo explorando um pouco mais a faixa esquerda do campo, a joia teve média 7.1 pelo Sofascore. Com 2 passes decisivos de média por jogo, liderou o quesito dentre todos da competição. De cabeça erguida e personalidade tranquila, deu orgulho a Arrascaeta e Modric, suas inspirações em campo.
Na final, contra o Palmeiras, viu um choque entre os principais clubes do país, seja no profissional, ou na base. Antes da partida, conviveu com comentários de especialistas e até dos próprios torcedores de que o Mais Querido era inferior ao time paulista, tanto em formação, quanto naquele momento.
As críticas, contudo, serviram de combustível, como conta Guilherme:
"Isso nos atingiu de forma positiva. Usamos isso como combustível, como uma motivação a mais para conquistar a Libertadores. Mostramos que aqui no Flamengo também tem trabalho e o nosso foi executado dentro de campo. Nossa resposta foi dada dentro de campo e nos sagramos campeões."
No campo, porém, Guilherme precisou controlar os nervos. Nas penalidades, o Palmeiras estava na frente do placar. Do meio do campo ao lados dos companheiros, viu o goleiro Aranha provocar, enquanto Lucão, arqueiro rubro-negro, virava herói. Quando chegou sua vez, marcou a cobrança decisiva que rendeu o bicampeonato ao Maior Clube do Mundo.
Apesar de fã de Filipe Luís, Guilherme não deixou de exaltar o trabalho de Cleber dos Santos, que comandou os Garotos do Ninho ao troféu após ser muito criticado no Carioca. Nas palavras do jovem, o treinador foi fundamental, além de uma pessoa incrível que colheu após muita dedicação.
Cleber, inclusive, deixará em breve o Sub-20 para ser substituído por Nuno Campos. Seu futuro, contudo, ainda é uma incógnita. O provável é que assuma o Sub-20 B.
Se o futuro do treinador é incerto, o de Guilherme pode ser grandioso. Ele, porém, não elege os troféus que quer ganhar. Ele só quer ganhar, não importa o quê, desde que seja pelo Flamengo. Além disso, claro, diz que um grande sonho é chegar à Seleção Brasileira.
O trabalho realizado na base tem gerado frutos. A busca por um padrão de jogo uniforme, que começa a ser implementado pela Era Filipe Luís e José Boto, tem sido e será cada vez mais importante para os jovens.
"Isso (a padronização) é importante para todos os atletas. Para a gente já poder se acostumar com a categoria profissional, com o estilo de jogo e com a visão que os diretores têm no profissional. Começar desde a base, como acontece aqui no Flamengo, é muito importante para quando a gente tiver a oportunidade de estar no elenco profissional, já chegar acostumado com a rotina", afirma.
O jovem craque olha para frente com maturidade, mas não sem se esquecer do passado. Guilherme faz questão de agradecer aos pais. Seu pai, inclusive, é sua grande referência, antes mesmo de Arrasca e Modric - suas inspirações - e até de Neymar, seu grande ídolo no futebol.
"Minha inspiração sempre foi e sempre vai ser primeiramente meu pai. Meus pais fizeram de tudo para me proporcionar o melhor. Quando decidi virar jogador, sempre estiveram ao meu lado e isso pesou muito para eu conquistar tudo o que estou conquistando hoje. Devo muito a eles e sou muito grato por todo o esforço que eles fazem por mim. Eles são determinantes em minha vida", declara o jogador.