Clube Atlético Mineiro
·27 October 2024
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·27 October 2024
Pergunta: A cabeça do Galo está muito mais nos jogos contra River e Flamengo. Queria que você falasse do que você viu e o que pôde aproveitar desse jogo, antes de a chuva cair e o gramado ficar ruim…
Gabriel Milito: “Apenas uma correção: nossa cabeça não estava na terça-feira ou no outro jogo que virá, estava na partida de hoje. Não é certo que a nossa cabeça, antes desse jogo, estava posta na partida seguinte. Queríamos ganhar hoje, fazer uma grande partida. No primeiro tempo, equilíbrio. Recebemos dois gols em pouco tempo. Conseguimos reagir e descontamos. Fomos para o intervalo com 1×2, tendo boas sensações”.
“Depois, no segundo tempo, impossível analisar. Sobretudo, porque as condições do campo de jogo favorecem quem está ganhando. Impossível jogar. Por isso, tentei falar com o árbitro para parar a partida, as condições estava colocando como impossível as práticas de jogo, além de correr o risco de lesões aos jogadores, podendo ter entradas fortes”.
“Agora, estamos com a sensação de que era um jogo que poderia ter acontecido outras coisas. No primeiro tempo, não estivemos mal, mas marcaram dois gols na gente. No segundo tempo, fomos atrás do empate, mas choveu muito e isso beneficiou quem estava ganhando, será assim sempre”.
Pergunta: Como foi a escolha pela escalação para começar? O Galo teve dois jogos próximos, contra Vasco e River, e terá semana puxada com River e Flamengo. Você não trouxe vários atletas para o banco. Como foi essa escolha? O Scarpa e o Deyverson estavam no banco, mas pelas condições climáticas, talvez não valesse a pena usar os dois…
Gabriel Milito: “Você me faz a pergunta, mas creio que você já tem a resposta. Eu posso falar o que você quer. Mas você jogaria com todos os jogadores disponíveis? O que teria feito? Bem, você mesmo tem a resposta da sua pergunta.”
Pergunta: já projetando o jogo contra o River Plate, você já tem o time na sua cabeça? A sua estratégia… O Galo tende a ser mais cauteloso ou poderá propor o jogo lá no Monumental?
Gabriel Milito: “Vamos fazer o planejamento da próxima partida, que é muito importante. Mas a gente tem uma maneira de jogar e não vamos modificar. Vamos tentar fazer uma boa partida, desenvolver, ser competitivo e valentes. Jogar com muita personalidade em todos os aspectos. Os jogadores o sabem, eu sei, já joguei várias vezes contra o River no seu campo. O mais recomendável é não só se defender e ficar atrás. Temos que ir e ser a gente, tentar jogar como, habitualmente, fazemos. E ver se, dessa forma, iremos dominar o jogo. Vamos com essa intenção. O rival é bom rival, a sua torcida se faz sentir quando jogam lá. O seu treinador vai convencê-los de que a remontada é possível. Isso tudo vai acontecer. E, outra vez, digo que termos de fazer o jogo perfeito para cumprir o sonho de estar na final”.
Pergunta: Na metade final do segundo tempo, percebemos dois zagueiros atuando no ataque, o Igor Rabello e o Maurício Lemos. Isso já havia sido treinado? Gabriel Milito: “Não, não havíamos treinado. Era uma situação de emergência. Não tínhamos atacantes de estatura. Claro, tinha Deyverson (no banco), mas pelas condições do jogo (ele não entrou). Decidi adiantar Rabello e, depois, jogar com Lemos, pois estava impraticável e tínhamos que jogar com bolas longas. O motivo foi esse. São coisas que não são habituais. Essa condição do campo é rara, comigo é a primeira vez que acontece. A bola não consegue circular, e precisávamos de altura, de presença. Por isso, tentei jogar com Rabello e Mauricio Lemos junto com Alan Kardec”. Pergunta: No jogo contra o Bragantino, lá atrás, o Deyverson foi muito bem. A partir daquele momento, despretencioso para muita gente, ele foi bem, ganhou confiança, e foi decisivo contra o Fluminense logo depois. De quem você gostou no jogo de hoje que poderia te condicionar, mesmo na derrota e gramado ruim, a ter um olhar positivo?
Gabriel Milito: “Há jogadores bons. Primeiro tempo, estávamos fazendo um bom controle contra o Internacional, e posicionamento de ataque bem, com Rubens pela esquerda, Alisson na direita. Conheço todos os jogadores perfeitamente, não me deixo levar só por um jogo, ainda mais pelas condições de hoje. Todos são opções para as partidas, estando disponíveis.
Pergunta: nos últimos mata-matas o Galo vem muito firme, tomando poucos gols. No jogo contra o River, estão armando um inferno. Agora, mais do que nunca, você acha que você pode ser a chave para a classificação, conhecendo tão bem o River Plate em sua casa?
Gabriel Milito: “O River é um clube muito grande. Com o seu treinador, na Copa Libertadores, tiveram, ao largo da história, remontadas muito grandes. Em 2015, por exemplo, perderam em sua casa 0 a 1 contra o Cruzeiro e vieram ao Brasil para ganhar de 3 a 0. Contra o Grêmio, em 2017 ou 2018, perdeu de local, começou perdendo no Brasil e fizeram 2 a 1 no campo de Grêmio. Contra o Palmeiras, no primeiro jogo em Buenos Aires, perdeu de 3 a 0. Veio ao Brasil e ganhava de 2 a 0 no primeiro tempo. Estiveram muito perto da virada (na Libertadores de 2020). Tenho muito claro que o River é uma equipe que não vai se dar por vencido. Mas, tenho também claro a fortaleza e a mentalidade dos nossos jogadores para ir no campo do River e fazer grande partida, com seriedade, espírito competitivo. Se defender será muito importante, mas atacar também, atacar com decisão para ver se podemos, dessa maneira, marcar algum gol”.
Pergunta: o Marcelo Gallardo disse acreditar em reverter o placar em Buenos Aires. Tem se criado um ambiente muito hostil para o Atlético, lá. Os jornalistas de lá falam de um caminho para o River Plate deixar o Galo nervoso, cavar expulsões e facilitar as coisas. Como será a preparação mental para o Galo?
Gabriel Milito: “É normal que, em semifinais, no primeiro jogo, vimos marcar três gols, que eles tenham confiança que seja possível. Se tivesse acontecido ao revés comigo, eu teria também confiança na remontada. Está bem. Nós também cremos que é possível fazer uma grande partida em Buenos Aires. O que acontecerá, hoje não sei. Tenho a certeza que vamos a Buenos Aires competir muito, e não só defender o resultado parcial. Tentaremos jogar com caráter, personalidade. Jogar com confiança. É futebol. Podemos fazer o que planejamos, neutralizar a River Plate. São 90 minutos mais. A essa altura, são todas finais. E a equipe precisa jogar como uma final, agora como visitante. Seguramente, haverá detalhes diferentes, pela necessidade do resultado (que o River tem), seguramente poderão modificar a estrutura tática deles. Em função disso, a gente tem que estar atento para ver a maneira de neutralizar o seu jogo e, com a bola, achar modos de causar danos ao adversário. Jogar como equipe, coletivamente, todos juntos, com confiança em fazer um grande jogo”.
Pergunta: queria que você falasse um pouco do seu primo e contasse como era a infância sua com ele e o Diego. Como era estar em família lá na Argentina e poder reencontrá-lo?
Gabriel Milito: “Bem, o meu primo, eu tenho dois primos hermanos, ele e seu irmão. Falamos muito, ele está muito contente de estar aqui em Belo Horizonte, de jogar no América. Claro, eu sigo a carreira dele. Sempre espero e desejo o melhor para ele. Ele está contente. Seus filhos se adaptaram bem a Belo Horizonte. Tenho, claro, contato permanente. Depois dos irmãos, estão os primos. Estou feliz que ele esteja contente aqui em Belo Horizonte”.
Pergunta: Pensando para terça-feira, te preocupa a situação física de alguns jogadores? Rubens, Saravia, Otávio, Vargas, falando deles especificamente…
Gabriel Milito: “Não, não me preocupa. Eles terminaram o jogo bem, e vão estar disponíveis. Todos os jogadores estarão disponíveis, a exceção de Cadu, de Zaracho, de Bernard. Depois, todos os jogadores estão para poder jogar. Todos. Quem jogou hoje, não quer dizer que não irá participar do próximo jogo, seja começando ou ingressando. Por sorte, estão todos em condições”.
Foto: Pedro Souza/Galo
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