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·11 November 2024

Galo x Flamengo: coletiva de imprensa com Milito

Article image:Galo x Flamengo: coletiva de imprensa com Milito

Pergunta: O que não deu certo hoje, já que o Atlético não conseguiu furar o bloqueio defensivo do Flamengo, e eles venceram de novo?

Gabriel Milito: “Bem, eles se defenderam bem, mais perto do goleiro Rossi, tendo a vantagem do resultado. Nós necessitávamos tentar romper essa defesa, tentamos por fora, por dentro. Temos gerado muitos cruzamentos que não podemos conectar. Por isso, a segunda parte da decisão de por um centroavante como Alan Kardec, para aproveitar a profundidade de Arana e Scarpa, com essa amplitude, ter bons cruzamentos. E tentar, claro, assumir o controle da partida, jogando mano a mano, o que não é fácil contra um adversário com essa qualidade de jogadores. Acredito que fizemos bem isso no primeiro tempo. No segundo tempo, sofremos contragolpes, sobretudo quando eles jogaram com essa linha de cinco, passaram a jogar em 5-3-2, com Bruno Henrique e Plata, jogadores bem velozes. Sofremos contragolpes, mas era o plano de jogo”.


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“Necessitávamos descontar, fazer um gol, para depois tentar fazer outro mais. Encontramos com uma estrutura defensiva que nos impossibilitou essa possibilidade. Tivemos situações no primeiro tempo, não foram muitas, mas tivemos. Sobretudo, tivemos muitas chegadas à área rival, mas não podemos conectar e marcar gols. No segundo tempo, com o passar de tempo e necessidade, assumimos mais riscos, e isso se supõe se defender no campo do rival, contra jogadores rápidos, no mano a mano. Mais fácil atacar no contragolpe do que uma defesa muito fechada. Valorizo muito o esforço da equipe, a valentia, ainda que na dor que significa a derrota. Estou muito orgulhoso dos jogadores, como competiram diante da dificuldade. Tentaram sempre, de todas as maneiras, com erros e acertos. E isso, para mim, é muito importante para o que vem. Logicamente, faltou ser campeão da Copa do Brasil, mas caminho até a final foi muito boa para a equipe. Chegamos nas finais das três competições, dou muito valor. Não há tempo para lamentar essa derrota, é voltar a ter energia e competir nos sete jogos restantes do Brasileirão, para melhorar nossa pontuação e, depois, mais adiante, ter a grande final da Copa Libertadores, para ver se podemos ter uma “vingança” diante dessa derrota na Copa do Brasil”.

Pergunta: Quais lições e aprendizados você tira dessa final da Copa do Brasil que podem ser usados na final da Libertadores?

Gabriel Milito: “Como falei, estou orgulhoso dos meus jogadores, de como competiram. Normalmente, as pessoas se sentem mais orgulhosas quando se ganham. Mas eu também fico orgulhoso na derrota, como encaramos esse segundo jogo, diante da adversidade do primeiro jogo. Assumiram, com muita valentia, tentar ganhar a partida. Claro, iriamos nos expor a contragolpes, algo que aconteceu, sobretudo no segundo tempo. Mas seguiremos por esse mesmo caminho que nos trouxe até aqui. Eu valorizo muito, claro que queríamos ganhar, mas temos que virar a página rapidamente. Vamos focar no Brasileiro primeiro e, depois, com calma, preparar muito bem para a final da Libertadores. É um sonho para todos jogá-la e ganhá-la”.

Pergunta: O Atlético tem 20 dias até a Libertadores e precisa se recuperar no Brasileiro, para ter tranquilidade na busca pelo G-7. Como você imagina planejar os jogos, dosar a carga dos jogadores no Brasileiro ou é fazer os resultados na Série A e tentar a vaga na Libertadores por lá?

Gabriel Milito: “A gente jogou partidas tão importantes, semifinais da Copa do Brasil e Libertadores. Eu senti que era necessário rodar a equipe, para chegar com energia nos duelos da Copa do Brasil e da Libertadores. Agora, terminou um torneio, faltam dois. Agora, a rotação já terminou. Agora, jogarão, para mim, o que devem jogar. Jogaram o que eu considero que estejam melhor para jogar. E, a depender do que faremos nos jogos do Brasileiro, todos os jogadores terão que ganhar a possibilidade de jogar a final. Quem vai jogar a final? O que estiverem melhor, o que deve gerar muita concorrência interna. Está proibido agora pensar na final da Libertadores. Sabemos o que ela significa, mas temos que nos remontar no Campeonato Brasileiro, o mais rápido possível. Ademais, é necessário descansar bem e jogar com os melhores disponíveis. Vamos ver como está Bernard e Zaracho, teremos jogadores nas seleções. Vamos ver como chegam os demais jogadores para o seguinte jogo. Temos que administrar tudo isso. Diante disso, com todas as informações disponíveis, vamos montar o melhor time possível no Brasileiro”.

Pergunta: O Atlético tem 20 dias até a Libertadores e precisa se recuperar no Brasileiro, para ter tranquilidade na busca pelo G-7. Como você imagina planejar os jogos, dosar a carga dos jogadores no Brasileiro ou é fazer os resultados na Série A e tentar a vaga na Libertadores por lá?

Gabriel Milito: “A gente jogou partidas tão importantes, semifinais da Copa do Brasil e Libertadores. Eu senti que era necessário rodar a equipe, para chegar com energia nos duelos da Copa do Brasil e da Libertadores. Agora, terminou um torneio, faltam dois. Agora, a rotação já terminou. Agora, jogarão, para mim, o que devem jogar. Jogaram o que eu considero que estejam melhor para jogar. E, a depender do que faremos nos jogos do Brasileiro, todos os jogadores terão que ganhar a possibilidade de jogar a final. Quem vai jogar a final? O que estiverem melhor, o que deve gerar muita concorrência interna. Está proibido agora pensar na final da Libertadores. Sabemos o que ela significa, mas temos que nos remontar no Campeonato Brasileiro, o mais rápido possível. Ademais, é necessário descansar bem e jogar com os melhores disponíveis. Vamos ver como está Bernard e Zaracho, teremos jogadores nas seleções. Vamos ver como chegam os demais jogadores para o seguinte jogo. Temos que administrar tudo isso. Diante disso, com todas as informações disponíveis, vamos montar o melhor time possível no Brasileiro”.

Pergunta: no primeiro tempo, principalmente, o Alan Franco chegou muito ao ataque pelo lado direito, nas costas da defesa do Flamengo. Mas o Alan Franco não é esse jogador do um contra um. Quem você enxerga no elenco que poderia fazer isso, pensando também numa final da Libertadores?

Gabriel Milito: “A final da Copa Libertadores vamos falar mais adiante, porque teremos Fausto Vera, Deyverson, e todos jogadores disponíveis. Assim espero. Hoje, necessitávamos com jogadores de energia no meio de campo, e o Alan Franco tem essa energia para defender e atacar. Por isso elegi que ele era a melhor opção para o primeiro tempo. Iríamos jogar no mano a mano, e teríamos que ter o dobro de esforço para atacar e defender, isso exige a necessidade de jogadores com energia, dinâmica, ritmo, como acontece também com Matías Zaracho. Não tendo tanto ritmo de jogo, ele aguentou até quando podia, fez uma grande partida, depois, tivemos que trocá-lo para ter mais energia”.

“São decisões, acreditava nisso. Para nos defender, teríamos que jogar no 4-2-4, todos no 1 x 1 em todo o campo, e Alan Franco nesse meio de campo, na ideia de se impor, acho que ele fez isso. Depois, na fase ofensiva, dar profundidade, chegar na área. No segundo tempo, colocar mais atacantes. Isso, a gente assume mais risco e permite que o rival tenha maiores possibilidades de contra-ataque, sobretudo quando entraram jogadores descansados, como Plata e Bruno Henrique. Eles fizeram linha de cinco, controlaram bastante bem. Recebemos o gol logo depois de uma ação muito clara da nossa equipe, onde poderíamos fazer 1 a 0. Treinamos para que isso não acontecesse, só que estávamos jogando muito longe do Everson, com a defesa adiantada, contra alguns dos melhores atacantes do futebol brasileiro. Havia que fazer isso, era necessário, tínhamos que fazer dois gols e tínhamos coragem para fazer. Mas o talento deles em algum momento se sobressaiu, e por isso aconteceu o gol e outros contragolpes mais. Eles não geraram perigo de jogo, mas, sim, de a gente correr contra os contragolpes. Tentamos controlar isso de alguma maneira, fizemos bem em algumas formas, em outras, eles têm mérito, são talentosos. Por isso falo da valentia da equipe, de querer dar a volta na final, senti isso do primeiro minuto até o último da partida”.

Pergunta: o Atlético foi bastante atacado em contragolpes e o Everson fez grandes milagres para o Galo tentar ficar vivo na partida. Qual a responsabilidade do Milito para que o Atlético não tenha conseguido superar o Flamengo em nenhum dos dois jogos?

Gabriel Milito: “A responsabilidade é totalmente minha. Somente minha”.

Repórter: Digo, taticamente e tecnicamente, o que houve para a gente não conseguir chegar lá?

Gabriel Milito: “Porque o rival também joga, todos querem ganhar, mas só ganha um, é o esporte, e hoje perdemos. Poderia ter feito algo melhor? Possivelmente sim. Mas tudo que eu faço, faço com a ideia de ajudar a equipe e que saia bem. Agora, de quem é a responsabilidade da derrota? Somente minha. Está bem? Não ficou satisfeito com a resposta, certo?”

Repórter: Queria entender taticamente porque o Flamengo foi superior ao Atlético?

Gabriel Milito: “Ok. Compreendo. O que você sente que aconteceu? O que podemos conversar sobre o que aconteceu? Qual solução poderia me dar que seja melhor do que eu tentei fazer?”

Repórter: Eu não teria colocado o Kardec, jogaria de outra maneira, mas quero saber a sua visão tática do que aconteceu, da superioridade do Flamengo….

Gabriel Milito: “Acho que no primeiro tempo em Rio eles foram melhores e aproveitaram nossos erros. No segundo tempo, melhoramos, e a partir de outro erro, chegaram ao terceiro gol. Terminamos bem a partida, poderíamos ter feito o segundo gol. Na partida de hoje, queríamos jogar mais como o segundo tempo do jogo de ida. A entrada do Kardec é que chegávamos bem por fora, o Arana fez muitos cruzamentos, mas nos faltava um jogador de característica do camisa 9 para conectar os lances, por isso entrei com o Kardec. Necessitávamos muito de ter a amplitude de Scarpa e Arana, e com Zaracho e Paulinho chegassem na área para fazer o gol, com Hulk e Kardec na área. Era essa a ideia”.

Pergunta: A partir do Brasileiro e na final da Libertadores, você terá Deyverson e Alan Kardec à disposição. A sua predileção de um atacante referência, camisa 9, vai ser utilizada no Brasileiro? Ou você ainda fará variações?

Gabriel Milito: “São opções, nós temos, além dos dois jogadores que você citou, que são bons jogadores, temos atacantes como Hulk e Paulinho, Eduardo Vargas, para que joguem Deyverson e Kardec, teria de sair Paulinho ou Hulk. A depender de qual rival vamos jogar, decidiremos. Mas, para mim, jogadores de iniciar são Paulinho e Hulk, e a possibilidade de jogar Deyverson, como Kardec entrou nos últimos jogos na rotação que fizemos.”

Pergunta: Hoje a torcida do Galo fez uma festa incrível na Arena MRV, acreditando nessa remontada. Ela não aconteceu. O que dizer para esse torcedor que volta para casa, em relação ao restante da temporada? Foi a primeira final da Arena MRV, e o torcedor do Galo sofre muito quando perde para o Flamengo. Qual o recado para esse torcedor?

Gabriel Milito: “Compreendo e compartilho essa dor. Temos o mesmo sentimento de tristeza, por não haver podido remontar a final. Ao mesmo tempo, agradecimento muito grande aos torcedores, pela confiança passada para a equipe. Tentaremos melhorar no Brasileiro. Desejo e espero poder dar a grande alegria, que seria ganhar a Copa Libertadores. Esse é objetivo. Queremos que eles estejam ao nosso lado, agora na derrota, e que continuem acreditando nessa equipe, que irá reagir e responder”.

Pergunta: Muito se fala do projeto do seu trabalho a longo prazo. E isso considera a disputa da Libertadores do ano que vem. Você consegue, com convicção, passar a mensagem para o torcedor de que o Galo estará na Libertadores do ano que vem?

Gabriel Milito: “Claro que é o nosso desejo que o Atlético jogue a Libertadores da próxima temporada. Temos a opção de ser via Brasileirão, precisamos de grande remontada para isso. E tem a final da Libertadores. Para isso, trabalharemos e lutaremos”.

Fotos: Pedro Souza/Galo

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