EXCLUSIVO | Tri pelo Fla, técnico do Maricá vê Filipe Luís rumo ao ‘topo do mundo’ e sonha com volta ao Mengão: “Vou em busca disso” | OneFootball

Campeão do Carioca em 1999, 2000 e 2001, Reinaldo, técnico do Maricá, concedeu entrevista ao Coluna do Fla

Apurado por: Mônica Alves

A noite de sábado (22) será de reencontro no Maracanã. Afinal, o técnico do Maricá, Reinaldo, vai enfrentar o Flamengo pela primeira vez como treinador na curta carreira de quatro anos. Antes do duelo que encerra a Taça Guanabara, o ‘Rei’, como era carinhosamente chamado nos tempos em que era atacante rubro-negro, revelou que sonha em vestir o Manto Sagrado novamente, até mesmo se for comandando as categorias de base. O tricampeão do Carioca com o Mais Querido concedeu exclusiva ao Coluna do Fla nesta quinta-feira (20) e rasgou elogios a Filipe Luís.

— Isso (treinar o Flamengo) é um planejamento de carreira de todos os treinadores, e o meu não é diferente. Lembrando, tenho muita coisa para aprender, tenho muita coisa para praticar, tem muita água para rolar ainda, até, se Deus quiser, esse sonho um dia se realizar. O Flamengo hoje tem um dos melhores treinadores do futebol brasileiro, e na minha opinião vai ser futuramente um dos melhores treinadores do mundo, se continuar com essa humildade, com essa fome que ele tem de aprender, com essa fome que ele tem de ensinar. Por ter jogado tanto tempo em alto nível, e hoje também se capacitou para ser treinador, que é o Filipe Luís — disse Reinaldo, de 45 anos, ao Coluna do Fla.

TRICAMPEÃO CARIOCA PELO FLAMENGO

Flamengo e Maricá se enfrentam pela 11a rodada do Campeonato Carioca, competição na qual Reinaldo é especialista. Isso porque, ainda quando vestia a camisa do Mengão em campo, ‘Rei’ foi tricampeão, nos anos de 1999, 2000 e 2001, todos contra o Vasco. Ao ser questionado sobre qual guarda com mais carinho na memória, a resposta foi o inesquecível gol de Petkovic, aos 43 minutos do segundo tempo.

— Eu fui um dos poucos da história do clube a ser tricampeão jogando as três competições, né? Joguei 1999, 2000 e 2001, então é um motivo de orgulho pra mim. As lembranças são as melhores possíveis. De Maracanã lotado, de final contra o maior rival, enfim, jogão de bola. O tricampeonato (2001), com gol (do Pet) quase no último minuto — relembrou Reinaldo.

— São títulos que eu carrego pra minha vida, que são muito importantes pra mim. Eu tenho certeza que foi muito importante também para o torcedor naquele momento, quando o Estadual tinha uma valorização muito grande. Então, sem dúvida nenhuma, foi o momento que marcou minha vida profissional — pontuou.

Além do tricampeonato do Carioca sobre o Vasco, Reinaldo ganhou também a Copa Mercosul de 1999 e a Copa dos Campeões, em 2001 com o Flamengo. Aposentado dos gramados desde 2019, o ex-atacante iniciou a carreira de treinador em 2020, no Inter de Lages. Posteriormente, revezou trabalhos como técnico e auxiliar. Mas, no Maricá, se encontrou, subindo o time para a primeira divisão estadual, de forma inédita, e levantando duas taças.

TRABALHO NO MARICÁ

Campeão da Copa Rio e do Campeonato Carioca da Segunda Divisão no ano passado, o Maricá chegou com um objetivo claro no Estadual de 2025: não cair. Contudo, nas primeiras rodadas, o time disparou na liderança e chegou a sonhar com uma vaga na semifinal. No entanto, houve queda de produção, seis jogos seguidos sem vitória, e hoje o time está em nono. Então, Reinaldo: feliz pela missão cumprida ou decepcionado por estar longe do G-4 após o início arrasador?

— Eu tiro o saldo como ‘missão cumprida’. Claro que iniciamos bem a competição, criamos uma expectativa até de G-4, mas temos que ter a ciência que é o primeiro ano do Maricá na Série A, o caçula, o time que praticamente tem o menor investimento da competição. Então, só de permanecer na Série A, para mim já é como se fosse um título, porque o clube consegue ter mais um ano de campeonato, consegue tirar esse ano como experiência, algumas coisas que a gente poderia ter feito melhor, sabemos que ano que vem vamos conseguir fazer melhor — falou o ex-atacante.

— Então, eu acho que é um saldo muito positivo. O torcedor do Maricá tem que ter orgulho dos atletas daqui, que honram a camisa, que ano passado conseguiram três títulos e esse ano conseguiram a permanência na primeira divisão. Deixando claro que a gente sempre buscou por mais, sempre lutamos pelo G-4, pelo G-8, mas é um campeonato que a gente sabe que é muito difícil, a competitividade é muito alta, mas estamos fazendo um campeonato digno, um campeonato honrando a tradição do Maricá, a camisa do Maricá, e no meu modo de ver é um campeonato com a missão cumprida, de permanência na Série A — destacou Reinaldo.

OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA EXCLUSIVA AO COLUNA DO FLA

No bate-papo exclusivo com o Coluna do Fla, Reinaldo falou também sobre como será a sensação de reencontrar o Flamengo no Maracanã. A bola rola a partir das 19h (horário de Brasília) no sábado (22). Ainda, Rei reforçou que toparia, sim, comandar até a base do Mengão, os objetivos do Maricá e os planos futuros para a carreira. Confira!

REENCONTRO COM O FLAMENGO

“A sensação é de, primeiramente, dever cumprido, né? Junto com meus atletas, com a comissão, com a diretoria, em fazer o Maricá permanecer na primeira divisão (do Campeonato Carioca). Um campeonato tão difícil como esse, e o Maricá é o caçula da competição, primeiro ano na série A do Campeonato Carioca, um clube que tem somente seis anos de existência. Eu tô indo para o meu quarto ano como treinador, entre categoria de base e profissional, então vai ser um momento muito especial para mim também, jogar contra o Flamengo no Maracanã lotado, valendo troféu para o Flamengo. Valendo uma Taça Guanabara para o Flamengo”.

“Para gente é um sonho realizado poder levar o Maricá ao Maracanã, levar o nosso torcedor ao Maracanã, então, é um momento muito especial em nossas carreiras, na minhas como treinador dos meus atletas. Desde já parabenizar os meus atletas, o nosso torcedor que todo jogo foi em casa ou fora fazendo uma grande festa. Agora, é desfrutar deste momento. Sabemos que é um jogo muito, muito difícil contra o Flamengo voando, o Flamengo muito bem treinado pelo Filipe Luís”.

“O Flamengo, na minha opinião, com muitos atletas com um destaque não somente do futebol brasileiro, mas fora, como Gerson, Bruno Henrique, enfim, entre outros, De La Cruz, Pulgar, é realmente uma seleção. Então, a gente vai lá para desfrutar, fazer um grande jogo, tentar fazer um grande jogo, competir e aproveitar deste momento único em nossas carreiras e, sem dúvida nenhuma, é uma expectativa muito grande jogar contra o Flamengo no Maracanã lotado, uma experiência maravilhosa para todos nós”.

TOPARIA TREINAR A BASE DO FLAMENGO?

“Sem dúvida nenhuma. O meu planejamento de carreira é um dia treinar um clube grande, e o Flamengo é um clube gigante. Se algum dia eu receber um convite do Flamengo, mesmo que seja para treinar a base, dificilmente irei recusar. Estou trabalhando, com muito humildade, buscando muito também a parte teórica, todo o conhecimento que eu tive como atleta, aprendendo cada vez mais”.

“Porque a busca pelo conhecimento é diária. Mas se algum dia partir do clube um convite para treinar a base, sem dúvida nenhuma vai ser recíproco. É um momento que eu estou esperando, mas respeitando os profissionais que estão lá, deixando bem claro isso. Respeitando os profissionais que estão lá, mas se um dia isso vier acontecer, sem dúvida nenhuma, vai ser uma honra”.

MARICÁ PODE SER G-8 E JOGAR A TAÇA RIO

CALENDÁRIO DO MARICÁ PÓS-CARIOCA “Os meus planos após o Carioca, primeiramente estão nas mãos de Deus, tenho contrato com o Maricá até dezembro de 2025, estou muito feliz aqui, um projeto a médio e longo prazo. Então, está sendo muito prazeroso para mim também participar e fazer esse clube crescer, como o clube vem crescendo a cada dia no cenário nacional, pois é um clube que tem um projeto muito bacana de crescimento”.

“Nós temos calendário, sim, nós temos a série D (do Brasileirão), que começa em abril, então a gente também tem esse objetivo da série D, de buscar um acesso para a série C. Nosso ano é um ano de calendário cheio, tem a Copa Rio também, que através da Copa Rio que também dá acesso a um calendário nacional, Copa do Brasil, uma série D, se caso a gente não conseguir um acesso para a série C. Então, após o Carioca a gente continua o trabalho, vamos fazer uma intertemporada, já visando a série D, uma Copa Rio, se Deus quiser terminar o ano bem”.