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·12 June 2025
Ex-Flamengo, Wallace critica excesso de estrangeiros no Brasil: 'Conta não fecha'

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·12 June 2025
Atualmente no Londrina, que disputa a Série C, o zagueiro Wallace Reis, de 37 anos, analisou o cenário do futebol brasileiro e criticou a atual política de contratações dos clubes. Com passagens por Flamengo, Vitória e Corinthians, o defensor acredita que o país tem deixado de lado sua principal característica ao não priorizar os talentos formados nas categorias de base.
"Eu vejo muito jogador estrangeiro vindo para o país. Não que eu seja contra, pelo contrário, mas eu acho que não é do nosso nível. Talvez a gente tenha o mesmo nível, ou melhor", declarou Wallace em entrevista ao "Lance!".
O jogador questionou a lógica dos clubes brasileiros ao buscar reforços em mercados sul-americanos com populações significativamente menores que a do Brasil.
"Me preocupa muito o fato de que a gente está tendo que buscar atletas para nos suprir aqui na Venezuela, ou no próprio Uruguai, com uma população de 3 milhões. A gente tem uma população de 220 milhões e não consegue achar peças capacitadas dentro do nosso mercado. Tem algum equívoco aí, a conta para mim não fecha", concluiu o defensor.
Mesmo focado na temporada com o Londrina, Wallace já planeja o futuro. Ele é autor do livro "Em Defesa", sobre a parte tática do setor, e já realizou cursos da CBF visando a carreira de treinador após a aposentadoria. Confira a entrevista com Wallace:
Contratado em fevereiro de 2013 sob certa desconfiança por vir do banco do Corinthians, Wallace superou as expectativas e teve uma passagem marcante pelo Flamengo, mas saiu em baixa.
Em três anos e meio, disputou 177 partidas, marcou sete gols e foi peça-chave nas conquistas da Copa do Brasil de 2013 e do Campeonato Carioca de 2014.
No título nacional, formou uma zaga segura ao lado de Samir. Já no estadual, foi de sua cabeçada que a bola sobrou para Márcio Araújo marcar o gol do título contra o Vasco. A boa fase o transformou em uma das lideranças do elenco, rendendo o carinho da torcida e admiração por atitudes como a doação de dinheiro para criar uma biblioteca para a base do clube.
A relação começou a mudar em 2015, quando seu nível técnico caiu e algumas atitudes geraram atrito. O estopim foi ter jogado a braçadeira de capitão no chão ao ser expulso em um clássico contra o Vasco, pela Copa do Brasil, o que o tornou alvo constante de vaias.
Em 2016, a relação se desgastou ainda mais após o zagueiro fincar uma bandeira do Flamengo no gramado da Arena Amazônia antes de outro clássico contra o rival.
O fim da linha veio em maio de 2016. Após deixar a concentração do time na véspera da estreia do Brasileirão, Wallace foi multado em 10% do salário e passou a treinar em separado. Com a situação insustentável, a diretoria negociou sua transferência em definitivo para o Grêmio, encerrando um ciclo de altos e baixos no clube.