Entrevista a Pedro Santos – “Gostaria de ser treinado pelo Jorge Jesus” | OneFootball

Entrevista Exclusiva com Pedro Santos

Pedro Santos é um futebolista português que atualmente atua pelo DC United na Major League Soccer (MLS). Nascido a 22 de abril de 1988, em Lisboa, Pedro Santos começou a sua carreira no Casa Pia, passando por vários clubes portugueses, incluindo o Leixões, Vitória Futebol Clube e Sporting Clube de Braga.

Conhecido pela sua velocidade, habilidade técnica e capacidade de criar oportunidades de golo, Pedro Santos tem sido uma peça fundamental no ataque do DC United desde a sua chegada em 2023. Antes, em 2017 chegou à MLS pelas portas do Columbus Crew, clube pelo qual se sagrou campeão em 2020.

Além de ser um jogador versátil, capaz de atuar em várias posições ofensivas, Pedro Santos também é reconhecido pela sua ética profissional e liderança dentro e fora do relvados. Vamos lá conhecer mais um pouco.

Pedro, como foi a transição do futebol português para a MLS? Quais foram os maiores desafios que enfrentaste?

A transição não foi fácil. Aqui, a liga é muito mais física, corre-se mais, há mais contacto e o estilo de jogo é menos tático. O futebol caracteriza-se por transições rápidas. No entanto, consegui adaptar-me bem ao novo estilo e aprender com as diferenças, o que foi um grande desafio, mas também uma oportunidade de crescimento.

Qual foi o momento mais memorável da tua carreira até agora, tanto em Portugal como nos Estados Unidos?

Sem dúvida, os troféus conquistados são os momentos mais marcantes. Em Portugal, ganhar a Taça de Portugal com o Braga foi uma experiência incrível. Porém, vencer o campeonato da MLS pelo Columbus Crew foi, sem dúvida, o ponto alto da minha carreira, pois representa o reconhecimento do meu trabalho e dedicação.

Podes falar sobre a tua experiência no futebol de formação? Sempre quiseste e acreditaste que serias jogador de futebol profissional?

Sempre sonhei em ser jogador de futebol e nunca deixei de acreditar, mesmo quando jogava nas distritais de Lisboa. Sabia que tudo o que precisava era de uma oportunidade para mostrar o meu valor. A minha experiência na formação foi fundamental, pois ensinou-me a disciplina e o trabalho árduo necessários para alcançar os meus objetivos.

Quais são as principais diferenças que encontraste entre o futebol europeu e o futebol americano?

Como referi anteriormente, uma das principais diferenças é que o futebol aqui não é tão tático. É um jogo mais aberto, com muitas transições. Na Europa, o foco está frequentemente na organização e na estratégia, enquanto na MLS o ritmo é mais acelerado e o físico desempenha um papel maior.

Do que mais sentes falta de Portugal?

Basicamente de tudo. Sinto falta da família, da comida, da praia e dos amigos. Cada um destes elementos faz parte da minha vida e da minha cultura, e a saudade é uma constante.

Continuas a acompanhar o campeonato português?

Sim, sigo o campeonato e sempre que posso, vejo os jogos.

Continua a ser uma boa montra para jogadores rumarem a outros palcos?

Com certeza! O campeonato português já provou ser uma excelente montra, onde grandes clubes europeus vêm sempre buscar talentos. Os jogadores que passaram por Portugal, têm mostrado o seu valor em ligas competitivas por todo o mundo.

Como foi a experiência de ter sido treinado por Wayne Rooney? Algum episódio diferente que nos possas contar?

Foi uma oportunidade única aprender com um ex-jogador que atuou ao mais alto nível.Rooney trouxe uma visão do jogo muito valiosa. Uma experiência memorável foi quando partilhou as suas estratégias e ensinamentos sobre como lidar com a pressão em grandes jogos.

Quais jogadores ou treinadores tiveram a maior influência na tua carreira e porquê?

Tive a sorte de ter vários treinadores que me influenciaram. Cada um, à sua maneira, ajudou-me a evoluir como jogador. Aprendi muito com eles, tanto dentro como fora de campo, e sou grato por cada lição.

Vimos a troca de camisolas que tiveste com Lionel Messi. Como foi defrontá-lo?

Foi fantástico poder estar no mesmo campo que ele, um dos melhores jogadores de sempre. Ter essa experiência foi não só um sonho realizado, mas também uma enorme motivação para continuar a dar o meu melhor.

Como manténs a tua forma física e mental durante a temporada? Tens algum ritual ou rotina específica?

Aqui, o trabalho extra no ginásio é essencial para manter a minha forma física. Embora não tenha um ritual específico, foco-me bastante na alimentação e no treino, para garantir que estou sempre no meu melhor.

Que conselhos darias aos jovens jogadores portugueses que sonham ser jogadores de futebol profissional?

Diria que acreditassem em si mesmos e lutassem pelos seus sonhos. É fundamental trabalhar duro e não desanimar, mesmo quando as coisas não estão a correr bem. A persistência é a chave para o sucesso.

Qual o melhor jogador com quem partilhaste o balneário?

O melhor jogador com quem partilhei o balneário foi o Rafa, do Besiktas, e também o Ricardo Horta. Ambos têm um talento incrível e são grandes profissionais.

E o que nunca partilhaste, mas gostarias?

Não tenho ninguém específico em mente. Acho que todas as minhas experiências e aprendizagens foram significativas.

Qual o melhor treinador que tiveste?

Alguns dos melhores treinadores que tive foram o Paulo Fonseca, o Sérgio Conceição e o Nuno Espírito Santo. Cada um deles ensinou-me lições valiosas.

Por quem gostarias de ser treinado?

Gostaria de ser treinado pelo Jorge Jesus. Ele é um treinador muito respeitado e tem uma abordagem única ao jogo.

Quais são os teus objetivos pessoais e profissionais para os próximos anos? O regresso ao futebol português está em cima da mesa?

Os meus objetivos são continuar a jogar pelo menos mais um ano e, se possível, seguir uma carreira como treinador, que é algo que gosto realmente. Não está nos meus planos voltar a Portugal, mas nunca direi nunca.

Para ti, quem é melhor?