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·15 June 2024

Entre contestação, Rui Costa discursa: «Não há nenhuma crise de liderança no Benfica»

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A segunda Assembleia Geral do Benfica, este sábado, que teve como objetivo a aprovação dos orçamentos do emblema foi marcada pelo discurso de abertura de Rui Costa. O presidente das águias mencionou vários tópicos perante os milhares de adeptos benfiquistas presentes demonstraram, de forma veemente, contestação e discordância com grande parte do que foi mencionado pelo dirigente.

«Caros consócios, não há nenhuma crise de liderança no Benfica. Não há vazios nem ausência de decisão. O presidente do Benfica está aqui, como sempre esteve, como também está aqui a sua Direção para dar a cara perante todos vós. Assumimos as nossas responsabilidades e temos um projeto para o futuro do clube. Não viro as costas nem fujo às minhas obrigações. Respondo por mim e pela minha equipa, mesmo por aqueles que decidiram sair», começou por referir, numa intervenção inicial.


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«Este orçamento é também o reflexo da estratégia que seguimos e do que pretendemos para o futuro do nosso Benfica. Queremos um Benfica cada vez mais vitorioso e daí esta aposta na vertente desportiva expressa nas linhas fundamentais deste orçamento. Tenho assistido em silêncio a muitos ataques ao longo das últimas semanas, sobretudo nos últimos dias, mas é aqui, diante dos sócios, diante de vós, diante da família benfiquista que quero esclarecer tudo o que está a acontecer no clube e deixar claro o rumo para o futuro», prosseguiu.

«Fiz questão que todos pudessem conhecer as auditorias»

Nesta sexta-feira, o Benfica divulgou as prometidas auditorias forenses que Rui Costa afirmou, no momento da eleição como presidente do emblema, serem uma prioridade, após os mandatos de Luís Filipe Vieira. Na reunião magna no relvado do Estádio da Luz, o tema não faltou e com direito a bastantes críticas dos sócios das águias presentes e pedidos de demissão.

«Podemos discutir política desportiva, podemos criticar e debater a estratégia do clube, podemos discutir a minha liderança, mas não posso admitir que coloquem em causa a seriedade e o caráter de quem aqui está. Fiz questão que todos pudessem conhecer as auditorias antes desta Assembleia Geral. Fiz questão que pudessem, com um ano e meio de distância, discutir os novos estatutos do clube. Faço questão que todos os temas sejam aqui discutidos num sentido democrático e com transparência que o nosso Benfica nos exige», referiu, antes de passar para a vertente desportiva.

«Em duas épocas no futebol em que pudemos planear desde o início, ganhámos uma e perdemos outra. Sim, ficámos aquém do que queríamos. Foram cometidos erros que já estão identificados e vão certamente ser corrigidos para a próxima temporada. Uma época que considero muito abaixo das nossas expectativas, irá permitir-nos na mesma, ao contrário de outros anos, marcar presença na Liga dos Campeões e no Campeonato Mundial de Clubes. Ainda na vertente desportiva, o ano passado, contando com todas as modalidades de pavilhão e futebol, ganhámos oito em doze campeonatos. Ganhámos o dobro daquilo que os nossos adversários ganharam juntos.»

«Não nos podemos autodestruir»

A questão da vertente desportiva prosseguiu, com mais assobios e críticas dos sócios - sendo que Rui Costa tentou manter-se fiel ao discurso, mas teve mesmo de o interromper a certo ponto.

«Esta época, e ainda sabendo que a ausência do título de campeão de futebol nos deixa totalmente insatisfeitos, ganhámos seis em doze campeonatos, podemos voltar a ganhar oito em doze, contabilizando o hóquei feminino e masculino. Mais uma vez, o dobro dos nossos adversários em conjunto e, afinal, parece que no Benfica tudo está mal e tudo precisamos mudar. Exigência e ambição? Sim, mas não nos podemos autodestruir. Temos também de saber valorizar tudo aquilo que temos feito e tudo aquilo que temos ganho. Já chega todos os que nos querem abater pela nossa grandeza e por ser quem somos. Se eu puder continuar a falar, eu agradeceria da mesma forma que eu irei estar aqui todo dia a ouvir o que têm para dizer», interrompeu, enquanto a contestação prosseguia na bancada.

«Vamos fazer uma nova auditoria aos contratos que estão sob investigação»

«Temos procurado informar os sócios de tudo o que fazemos. A cada mercado, justifico cada uma das contratações, o seu racional a venda dos jogadores. Fizemos uma auditoria a todos os contratos que estão na operação Cartão Vermelho. Vamos fazer uma nova auditoria aos contratos que estão sob investigação das autoridades e assim será sempre que haja dúvida por parte da Justiça. Sempre. Mais importante ainda, posso garantir que neste mandato praticamos as melhores práticas de compliance e aplicamos as indicações da FIFA para garantir total transparência em cada transferência«, reiterou.

Para findar a intervenção, Rui Costa mencionou a questão da centralização dos direitos televisivos pretendida pela Liga Portugal.

«Sabemos bem o valor que temos. Acreditamos que nesta altura, e até prova em contrário, valemos mais sozinhos do que integrados numa centralização cujos valores finais e matriz de distribuição está ainda longe de ficar definida. Nesse sentido, estamos a trabalhar para que no período de 2026 a 2028 o Benfica prossiga o seu caminho e volte, uma vez mais, a garantir um valor justo pela dimensão da sua marca e da sua história. Já o disse e reitero: o Benfica não aceita receber menos do que recebe atualmente e não sairá prejudicado com a centralização dos direitos televisivos.»

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