Esporte News Mundo
·14 April 2025
Empresa especializada em SAFs vê Brasil com potencial de se tornar polo mundial

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·14 April 2025
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O Brasil vive um momento decisivo para a transformação do seu futebol em um verdadeiro ativo global. A consolidação do modelo de Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), nos moldes do que Portugal fez com as Sociedades Anônimas Desportivas (SADs), abre espaço para que o país se torne um novo polo de atração de investimentos internacionais.
A seu favor, o mercado brasileiro não conta apenas pela paixão nacional pelo esporte, mas por uma combinação de ativos estratégicos, como a força de suas marcas, o potencial de desenvolvimento de talentos e uma legislação cada vez mais madura.
A avaliação é de Caio Sanches, sócio da CFG Partners, empresa brasileira especializada na estruturação de operações financeiras, assessoria em fusões e aquisições (M&A) e captação de recursos. Com atuação em mercados como Portugal, Espanha, Uruguai e Brasil, a CFG vem acompanhando de perto a profissionalização da indústria esportiva e acredita que o país caminha para ocupar um lugar de destaque global.
“O Brasil tem tudo para ser o próximo destino do capital estrangeiro no futebol. Temos clubes com apelo internacional, um mercado consumidor gigantesco e, principalmente, uma das melhores capacidades de formação de jogadores do mundo”, afirma Caio.
Ao comparar os dois mercados, Caio aponta que Portugal avançou de forma mais rápida e profunda na organização societária dos clubes, impulsionando a atração de investidores estrangeiros, especialmente europeus e asiáticos. O país adotou um modelo claro, com regras consolidadas e segurança jurídica, o que permitiu transformar seus clubes em plataformas eficientes para compra, formação e revenda de atletas.
Já no Brasil, o processo está em fase inicial e ainda enfrenta desafios como a padronização da governança, maior transparência nas informações financeiras e a necessidade de um ambiente regulatório mais estável.
“Temos mais talento bruto, mais torcida, mais paixão, mas ainda estamos construindo a base institucional para que esse potencial se transforme em investimento real e recorrente”, explica o executivo.
A atuação da CFG no setor das SAFs não é recente. A empresa já participou de diversas operações nacionais e internacionais, incluindo o mercado português, considerado um dos modelos mais bem-sucedidos de transformação do futebol tradicional em negócios atrativos para investidores.
“Portugal foi pioneiro ao permitir que clubes se tornassem empresas com estrutura societária moderna. Isso atraiu fundos internacionais, acelerou a formação de jogadores e transformou o país em uma vitrine global”, diz o executivo. “Estamos vendo o Brasil iniciar um caminho semelhante, com potencial até maior, dadas as dimensões e o prestígio de seu futebol.”
Um dos diferenciais apontados pelo executivo é o modelo de formação de jogadores no Brasil, considerado uma verdadeira vantagem competitiva do país no cenário global.
“Não há outro mercado com a mesma capacidade de revelar talentos com tanta frequência. Quando essa capacidade passa a estar inserida em um modelo de gestão profissional, como o que as SAFs propõem, o resultado é a geração de valor consistente no médio e longo prazo”, afirma.
Ainda que o modelo das SAFs esteja em seus primeiros anos, os primeiros casos já demonstram os efeitos positivos da estruturação empresarial dos clubes. Redução de dívidas, melhoria na governança e maior transparência são pontos destacados por investidores e especialistas. Para Caio, no entanto, o sucesso dependerá da solidez dos projetos.
“Não basta virar SAF. É preciso ter visão estratégica, um plano de crescimento bem estruturado e parceiros experientes. É aí que entramos.”
Com experiência acumulada no setor, a CFG acredita que os próximos anos serão decisivos para o mercado nacional.
“O investidor estrangeiro está atento. Estamos apenas no começo de um movimento que pode reposicionar o Brasil como um player global, não só como exportador de craques, mas como centro de decisão, operação e investimento no futebol”, conclui Caio Sanches.