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·19 May 2025

Em seu primeiro clássico, Jardim elogia Cruzeiro e cita surpresa com estratégia do Atlético

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Em um clássico de pouca emoção no placar, mas com grande intensidade em campo, Cruzeiro e Atlético empataram por 0 a 0 na noite deste domingo (18), no Mineirão, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, a equipe celeste chegou aos 17 pontos e assumiu momentaneamente a terceira colocação na tabela.

Após o jogo, o técnico Leonardo Jardim concedeu entrevista coletiva e destacou o domínio cruzeirense durante os 90 minutos. Para o treinador, o comportamento do rival, que optou por uma postura mais reativa, chamou atenção negativamente.


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“Estamos totalmente de acordo sobre o domínio do jogo, mas mais do que isso, no CT a gente tem a frase lá: ‘Cruzeiro maior de Minas’, fiquei até admirado num clássico dessa natureza, o nosso adversário não propor jogo, jogar simplesmente nos duelos e contra-ataques e mais nada. Foi o Cruzeiro que teve que assumir as responsabilidades totais do clássico. Pensava que seria diferente. Nós procuramos nosso jogo, nosso padrão, o que nós acreditamos. Acho que hoje, infelizmente não conseguimos o resultado, mas valorizei o comportamento, que é isso que nós esperamos de jogadores do Cruzeiro.”

Apesar de lamentar a falta do gol, Jardim valorizou o desempenho dos seus atletas e reforçou a importância da sinergia com a torcida. Mais de 61 mil torcedores estiveram presentes no Mineirão: “A torcida tem sido espetacular no apoio à equipe em casa, o Mineirão quase sempre cheio. É importante pra nós, pra todas as pessoas que trabalham no clube. É pra isso que vim ao Brasil, pra ter emoção e os torcedores estão a me dar isso.”

O empate no clássico levou o Cruzeiro à parte de cima da tabela. Mesmo assim, Leonardo Jardim pregou cautela e lembrou do processo de reconstrução vivido pelo clube nos últimos anos.

“Eu disse, há algum tempo atrás, que não éramos os piores e também não somos os melhores agora. Havia quatro ou cinco equipes que, devido ao projeto dos últimos anos, estão posicionadas à frente do Cruzeiro. Muitos dos jogadores entraram há menos de um ano. Sabemos nossa realidade, sabemos pra onde queremos ir. A base: atitude, comportamento em campo, qualidade do nosso jogo, não abrimos mão dessas situações. Queremos estar entre os melhores, foi esse o nosso projeto.”

Leonardo Jardim não escondeu a surpresa com o comportamento do Atlético no clássico. Para ele, o rival optou por um jogo travado, baseado em faltas e contra-ataques.

“Em relação ao jogo, fiquei surpreendido. Porque o dérbi é um jogo equilibrado, de ataque e resposta. E hoje vi um clássico com uma equipe dominante e outra travando o jogo com falta, com contato, explorando só contra-ataque. A base dessa equipe do Atlético foi campeã em 2021, não estamos a falar de uma equipe qualquer. Eu esperava um pouco mais do adversário, mas o importante foi o que nós pudemos criar.”

O treinador também comentou uma possível expulsão do zagueiro Junior Alonso, que acabou sendo substituído pelo técnico atleticano antes de receber o segundo cartão amarelo: “Não gosto de falar da arbitragem, mas o treinador do Atlético esteve bem a tirar o Alonso. Se ele não tira, já tinha sido expulso antes mesmo de tirar, mas tira pra não arriscar mais. Se fosse correto, iríamos jogar com 10.”

O técnico português explicou as escolhas feitas ao longo do jogo, incluindo a entrada de Bolasie para dar mais força no jogo aéreo e de Gabigol, que entrou aos 40 minutos da etapa final.

“As alterações podem ser na primeira parte, na segunda, nos últimos minutos. Senti que a equipe tava bem. Meti o Bolasie pra ganhar mais agressividade no corredor e nos escanteios, duelos dentro da área. E arriscamos nos 15 minutos finais com dois avançados e eu senti que a equipe queria ganhar.”

“Ele (Gabigol) precisa e merece. Mas, eu tenho que decidir. Hoje eu poderia ter trocado mais cedo ele por um dos avançados, mas eles estavam bem. Nos últimos 10 minutos arrisquei com dois atacantes e ficou mais ofensiva, mas menos pressionante. É tudo um balanço. Ele tem sido um profissional excelente, jogador de grupo e simplesmente as vezes eu tenho que tomar decisões. Só pode jogar 11.”

Sobre a dificuldade de furar a defesa atleticana, Jardim afirmou que o Atlético foi a primeira equipe a adotar uma postura tão fechada contra o Cruzeiro.

“E uma das primeiras equipes que aborda o jogo assim contra nós. Outras equipes foram mais equilibradas. O que eu senti foi uma enorme agressividade nos duelos. Não foi por acaso os muitos cartões amarelos, uma possível expulsão, as imagens dos escanteios. Esse tipo de agressividade tira o ímpeto do jogo, porque para-se o jogo e recomeça… É uma forma de estar. Foi o que aconteceu. Nós, mesmo com equipes com blocos mais baixos, ao longo dessas 9 jornadas, tem que ter capacidade de jogar mais em transição, tem que ter esse tipo de solução dentro da sua estratégia.”

Por fim, o técnico celeste evitou entrar em polêmicas e demonstrou respeito à escolha tática do rival, mesmo reiterando que esperava um confronto mais equilibrado.

“Cada equipe tem sua estratégia. Eu, quando digo que esperava um jogo mais equilibrado, respeito a estratégia do adversário. Quem sou eu pra dar opinião sobre o adversário. Esperava um jogo mais taca-taca do que o que aconteceu.”

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