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·30 June 2025

Em 2018, duelo eletrizante com o Real Madrid aproximou o algoz Cristiano Ronaldo da Juventus

Article image:Em 2018, duelo eletrizante com o Real Madrid aproximou o algoz Cristiano Ronaldo da Juventus

Situações em que carrascos sentem empatia e se compadecem por aqueles que deveriam massacrar não são tão incomuns na ficção ou na própria história humana. No futebol, um dos mais famosos casos desse cenário se deu em 2018, entre Cristiano Ronaldo, então no Real Madrid, e a Juventus, num dos mais memoráveis confrontos de quartas de final que a Champions League já teve.

Naquele ano, no duelo que poderia representar para a Velha Senhora a revanche da final de 2017, em Cardiff, o astro português anotou uma doppietta, com direito ao gol mais bonito de sua carreira, e foi aplaudido de pé pelo Allianz Stadium. A reação da torcida da Juventus lhe aproximou emocionalmente dos bianconeri, pelo sentimento de admiração, e, segundo Fabio Paratici, diretor esportivo da equipe de Turim naqueles tempos, fez com que CR7 desejasse vestir a camisa da gigante italiana um dia.


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Antes de concretizar a transferência, porém, Ronaldo asfixiou uma monumental reação da Juve na Espanha. Os piemonteses perderam por 3 a 0 em casa e iam devolvendo o placar no Santiago Bernabéu, até que o árbitro Michael Oliver assinalou um pênalti bastante polêmico no último minuto de acréscimos. Dali, o “robozão” não falhou e levou os merengues adiante na competição – e, após as fases seguintes, ao 13º título europeu. Quando excluímos as finais da Champions League de 1997-98 e de 2016-17 da conta, o Real Madrid não era capaz de superar a Velha Senhora em mata-matas europeus desde 1986. Nos quatro duelos eliminatórios ocorridos neste recorte temporal, os italianos levaram a melhor.

Meses antes do reencontro entre Juventus e Real Madrid, a derrota no País de Gales abalara bastante a equipe piemontesa. O baque levou a agremiação a alçar os seus investimentos para tentar chegar ao tão ambicionado título europeu. Na janela de transferências do verão europeu de 2017, a Velha Senhora foi ao mercado buscar nomes como Wojciech Szczesny, Mattia De Sciglio, Blaise Matuidi, Rodrigo Bentancur, Douglas Costa e Federico Bernardeschi, enquanto apenas Daniel Alves e Leonardo Bonucci representaram saídas realmente importantes. Embora o icônico trio BBC tivesse sido desfeito, por conta da venda do zagueiro ao Milan, o elenco bianconero parecia mais forte do que o da temporada anterior.

Na ida, em Turim, a Juventus começou a derreter rapidamente e sucumbiu à potência do Real Madrid (AFP/Getty)

Na Champions League, a equipe de Massimiliano Allegri ficou na segunda posição do Grupo D, atrás do Barcelona e à frente de Sporting e Olympiacos, e passou com dificuldade pelo Tottenham nas oitavas de final – 2 a 2 em casa e triunfo por 2 a 1 em Wembley. Na Serie A, a Juventus brigava ponto a ponto com o Napoli de Maurizio Sarri e havia assumido a ponta da tabela pela primeira vez cerca de um mês antes do confronto com o Real Madrid – em março, na 27ª rodada. Antes de encarar os espanhóis, a Vecchia Signora se gabava de conservar uma invencibilidade de 25 compromissos naquela temporada, com apenas quatro gols sofridos desde o início de 2018.

Já o Real Madrid, ainda comandado por Zinédine Zidane, tinha praticamente o mesmo elenco da temporada anterior – ou seja, seguia com Keylor Navas, Sergio Ramos, Marcelo, Luka Modric, Casemiro, Toni Kroos, Karim Benzema, Gareth Bale e o já citado Ronaldo. Nomes como Dani Ceballos e Théo Hernandez chegavam apenas para suprir as saídas de reservas de luxo, como Pepe, Danilo, James Rodríguez e Álvaro Morata. Com plantel estrelado, os merengues haviam sido campeões das Supercopas da Espanha e da Uefa, além do Mundial de Clubes da Fifa. Na Champions League, ficaram atrás do Tottenham no Grupo H, mas bem à frente de Borussia Dortmund e APOEL, além de terem aplicado um sonoro 5 a 2 sobre o Paris Saint-Germain no placar agregado das oitavas, com direito a três de CR7.

O jogo de ida das quartas de final estava marcado para o dia 3 de abril de 2018, em Turim. Zidane repetiu o onze inicial vitorioso em Cardiff, enquanto Allegri apostou num 4-4-2 mais cauteloso pelo lado esquerdo, onde Kwadwo Asamoah e Alex Sandro faziam a dobra de laterais – já o flanco destro, com De Sciglio e Douglas Costa, não parecia uma fortaleza intransponível para Marcelo. A escalação da Juventus era experimental e a abordagem da partida, por parte do técnico e dos jogadores, também não seria das melhores. Para piorar, tudo ficava mais difícil para a Velha Senhora quando Cristiano Ronaldo estava do outro lado.

A primorosa vitória do Real Madrid começou a ser construída muito cedo, num lance em que a zaga da Juventus se movimentou de maneira equivocada e foi antecipada por um gênio na arte de colocar a pelota na rede. Aos 3 minutos, Marcelo achou Isco nas costas de De Sciglio e o espanhol, que não errou um passe sequer na peleja, cruzou rasteiro para o meio da área. Benzema bloqueou Giorgio Chiellini e Andrea Barzagli, permitindo que a movimentação de Cristiano Ronaldo rumo ao espaço vazio pegasse a dupla desprevenida. O lindo toque com a perna direita deu efeito na bola e tornou nulas quaisquer chances de defesa para Gianluigi Buffon. CR7 se tornou o primeiro a marcar em 10 partidas seguidas de Champions League (chegaria a 11) e foi o autor do gol mais precoce sofrido pela Juve na competição e no próprio Allianz Stadium.

Em Turim, Ronaldo marcou um dos gols mais bonitos de sua carreira e ficou comovido pelo reconhecimento da torcida rival (AFP/Getty)

A defesa bianconera continuou a se movimentar de maneira falha e deu outras possibilidade para que o Real Madrid marcasse. Contudo, isso não ocorreu no primeiro tempo. Mesmo sem o suspenso Miralem Pjanic e com baixa incidência de jogadas pelo centro, a Juventus lutou para empatar. Pressionou como deu e levou perigo com Gonzalo Higuaín e Chiellini, em lances de bola parada, mas viu Kroos acertar uma pancada no travessão, perto do intervalo. O acontecimento decisivo, porém, seria um amarelo aplicado erroneamente por Cüneyt Çakir a Paulo Dybala: houve um choque com Casemiro quando La Joya tentou penetrar na área, só que o árbitro turco entendeu que o argentino buscou uma simulação.

Após o intervalo, a Juve teve uma boa chance de empatar em cobrança de falta de Dybala, que desviou na barreira espanhola e quase morreu nas redes. Entretanto, os times ameaçaram menos as metas adversárias no primeiro terço da etapa complementar. Até que Chiellini se atrapalhou e deixou Ronaldo cara a cara com Buffon: o português perdeu o ângulo, mas ajeitou para Lucas Vázquez finalizar, obrigando o goleiro italiano a fazer bela defesa. Na sequência do lance, Dani Carvajal cruzou e Cristiano apareceu para se antecipar a Vázquez e, sem marcação, emendar uma bicicleta fenomenal no contrapé de Buffon, na casa dos 64 minutos.

O golaço só ficou com o segundo lugar do prêmio Puskás de 2018 devido à enxurrada de votos egípcios para um tento de Mohamed Salah, do Liverpool, no clássico com o Everton. Porém, aquela obra-prima que representava um balde de água fria na Juventus naquela noite chuvosa embasbacou o mundo, deixou Zidane impressionado e obrigou a torcida mandante a aplaudir o cracaço. CR7 agradeceu a reverência durante a comemoração e ficou com aquele gesto de esportividade guardado na memória.

Apenas dois minutos depois do segundo gol de Ronaldo, a Juve sofreu outro golpe: Dybala saltou de maneira desajeitada sobre Carvajal, levou outro cartão amarelo e foi expulso. O camisa 10 bianconero não estava se escondendo do jogo, como em Cardiff. Até tentou chamar a responsabilidade, mas terminou sendo decisivo para o adversário. Ainda que a primeira advertência tenha sido injusta, lhe faltou maturidade na jogada contra o lateral-direito madrilenho.

Dybala foi expulso e, assim como na final de Cardiff, decepcionou a torcida bianconera (AFP/Getty)

Com um a mais, o Real Madrid decidiu o jogo aos 72 minutos. Marcelo tabelou com Isco e Ronaldo, recebeu do português em ótimas condições e ainda driblou Buffon para fazer 3 a 0. Os blancos poderiam ter ampliado, mas Mateo Kovacic (com outro passe de Cristiano) acertou o travessão. Mais tarde, o próprio CR7 perdeu um gol fácil, de dentro da área. Lentos, Barzagli e Chiellini terminaram a péssima noite olhando, bem de longe, o atacante desperdiçar a oportunidade.

De qualquer forma, ao repetir a doppietta de Cardiff, Ronaldo ratificava o seu lugar no grupo dos maiores carrascos da história da Velha Senhora. Em termos de importância das partidas e não exatamente da quantidade de gols feitos sobre a Juve (seriam 10 na carreira), talvez o maior. Quando encontrou a equipe de Turim em seus anos de futebol europeu, o craque elevou seu aproveitamento a uma porcentagem absurda. Até aquela noite no Allianz Stadium, em seis jogos contra o time italiano, finalizou em apenas 11 ocasiões na direção da meta rival e anotou nove tentos. Nenhum outro jogador balançara tantas vezes as redes de um mesmo adversário na Liga dos Campeões.

O impactante sucesso merengue também quebrou diversos tabus. A Juventus estava invicta em contra o Real Madrid havia sete jogos, com seis vitórias e um empate em sua conta. Ademais, o único triunfo dos blancos em Turim havia acontecido em 1961-62, no primeiro confronto oficial entre os times. Até aquela noite, a Velha Senhora fora derrotada apenas duas vezes por rivais espanhóis em 26 partidas realizadas em solo italiano, com invencibilidade nos nove duelos anteriores. Acha que acabou? Pois a equipe bianconera somava apenas uma queda em casa pela Champions League desde que inaugurou o Allianz Stadium – em 2013, contra o Bayern de Munique –, amargou o revés mais elástico em seus domínios até aquele momento e ainda viu sua excelente sequência, mencionada parágrafos acima, escorrer pelo ralo.

Nas entrevistas coletivas que sucederam a pesada derrota no Piemonte e antecederam a volta, na capital da Espanha, Max Allegri admitiu que seria muito difícil avançar às semifinais, devido ao placar construído pelo Real Madrid. Principalmente depois de perder Dybala e Bentancur, suspensos, e Barzagli, lesionado. do outro lado, contudo, a ausência de Sergio Ramos, que também cumpria gancho de um jogo, terminaria sendo mais pesada.

Na volta, Mandzukic fez história no Bernabéu graças a dois gols no primeiro tempo e incendiou a eliminatória (AFP/Getty)

No Santiago Bernabéu, a Juventus deu show por 93 minutos. Como se estivesse inspirada pela virada milagrosa da Roma sobre o Barcelona, no dia anterior, a equipe de Turim começou o jogo a todo o vapor. Com 76 segundos, a Velha Senhora já vencia por 1 a 0, graças a uma fórmula que foi utilizada durante toda a noite de quarta: cruzamentos na área a partir de espaços fornecidos por Marcelo. A maioria dessas bolas levantadas chegou a Mario Mandzukic, que superou Carvajal com facilidade nas jogadas aéreas. No primeiro gol, o lateral-direito espanhol nem mesmo estava perto para evitar que o croata fosse encontrado pela cavadinha de Sami Khedira.

O gol prematuro deixou a etapa inicial frenética. A Juve ameaçou com Higuaín e Mandzukic, mas Navas se mostrou bem colocado até mesmo no mano a mano com o argentino. Assim como Buffon, que foi providencial diante de Bale, também no um contra um. No rebote, o galês mandou para fora.

Buffon também se saiu bem em chute rasteiro de Ronaldo e só não conseguiu defender a cavadinha de Isco, no rebote – no entanto, o gol foi anulado por impedimento do espanhol, que estava um pouco adiantado. Gigi voltou a fazer uma intervenção fenomenal diante do próprio camisa 22, pouco depois, mas foi a Juventus que chegou ao segundo tento, aos 37 minutos.

Stephan Lichtsteiner, que substituíra o lesionado De Sciglio aos 17 minutos, não recebeu o combate mais adequado de Marcelo e teve todo o tempo e o espaço do mundo para calcular e calibrar um cruzamento perfeito para Mandzukic. Carvajal saltou no vazio e o atacante croata só teve o trabalho de cabecear para as redes, sem oferecer chances para Navas. Super Mario se tornou, assim, o primeiro jogador a marcar dois gols numa etapa inicial de partida de Champions League contra o Real Madrid no Bernabéu.

No segundo tempo, Matuidi aproveitou falha de Navas e igualou o confronto com os merengues (AFP/Getty)

Raphaël Varane até acertou o travessão no final do primeiro tempo, aproveitando uma falta cobrada por Kroos, mas Zidane se mostrou insatisfeito com o que viu. Assim, o técnico sacou Casemiro e Bale para dar lugar a Vázquez e Marco Asensio – o ponta direita, que anos mais tarde seria recuado para a lateral, mudaria o jogo, e não exatamente pela sua atuação. O Real Madrid até equilibrou a partida após o intervalo. Contudo, Navas teve que fazer uma boa defesa em chute de Higuaín. Aos 61 minutos, entretanto, o costa-riquenho falhou feio: largou um cruzamento de Douglas Costa nos pés de Matuidi, que aproveitou e marcou o gol que levaria a eliminatória para a prorrogação.

Após abrir 3 a 0, a Juventus ficou mais cautelosa e dosou os momentos de partir para o ataque, enquanto o Real Madrid tentou pressionar em busca de um gol. Isco chegou a arriscar um chute que desviou na defesa e fez Buffon cair no canto para espalmar. A melhor chance dos merengues saiu dos pés de Varane, pouco depois. O francês tentou finalizar girando e assustou, com um arremate à esquerda da baliza italiana.

Aos 92 minutos de bola rolando, a Juve vencia pela quinta vez em sua história na Espanha, país em que tem um retrospecto negativo, vingava a pior derrota sofrida no Allianz Stadium e levava o duelo para a prorrogação. Ademais, Ronaldo passava em branco contra a Velha Senhora pela primeira vez na carreira.

Foi aí que Oliver apareceu com uma decisão que mudaria a história e enfureceria os juventinos. Faltando 15 segundos para o fim dos acréscimos concedidos, Ronaldo saltou muito alto para alcançar um cruzamento e ajeitar a bola para a linha da pequena área, onde Vázquez se encontrava. Medhi Benatia chegou junto para tentar cortar e, ao notar o mínimo contato do zagueiro marroquino, o espanhol optou por não dar prosseguimento à jogada, deixando seu corpo cair. O árbitro apontou para a marca da cal e apitou a penalidade, provocando uma confusão generalizada que interrompeu o jogo por quase quatro minutos.

Raras vezes se viu Buffon tão revoltado: o goleiro foi expulso depois de reclamar do pênalti marcado pela arbitragem (AFP/Getty)

A revolta dos juventinos foi encampada principalmente por Buffon, um jogador habitualmente leal e educado com adversários e arbitragem. Dessa vez, Gigi partiu para cima de Oliver, reclamou, xingou muito e até buscou o contato físico com o apitador. Foi expulso e terminou pegando um gancho de três partidas.

Higuaín precisou dar lugar a Szczesny nos segundos derradeiros da peleja, mas o polonês não teve a mínima chance de defender a cobrança de Ronaldo: CR7 classificou o Real Madrid para as semifinais com uma pancada no ângulo, já aos 97 minutos. Assim, o português chegou a 10 gols em sete partidas contra a Juventus, com tentos anotados em todas elas, e alcançou os 15 naquela edição da Liga dos Campeões graças aos 11 compromissos seguidos encontrando as redes. Uma sequência que começou em Cardiff, na goleada aplicada sobre a Velha Senhora na final da temporada anterior, e terminou com um arremate decisivo para a eliminação da mesma adversária, no Bernabéu. Algo que só um carrasco muito cruel poderia protagonizar.

O português não estufou o barbante novamente naquela edição do torneio, mas ficou com a artilharia e com o título. O Real Madrid passaria pelo Bayern de Munique nas semifinais da competição (placar agregado de 4 a 3) e, em Kyiv, aplicaria 3 a 1 sobre o Liverpool de Jürgen Klopp, na fatídica noite de erros bizarros do goleiro Loris Karius e da maravilhosa bicicleta de Bale – mais uma pérola da campanha merengue. Enquanto os blancos ficaram com seu 13º troféu da Champions League, a Juventus se lamentou por protagonizar um raríssimo caso de equipe que deixou o Bernabéu insatisfeita mesmo após uma vitória tão expressiva. Afinal, a revanche e o avanço de fase não se concretizaram.

Exaltado dentro e fora de campo, Buffon deu uma declaração fortíssima sobre Oliver após a eliminação da Juventus e acabou cunhando expressões que virariam meme na Itália. “Quem faz algo assim não é um homem, é um animal. Um árbitro não pode dar um pênalti desses a menos que tenha uma lata de lixo no lugar do coração. Se ele não tiver personalidade e for incapaz de apitar um jogo neste nível, seria melhor comprar batatinhas e ficar vendo o espetáculo com a família nas arquibancadas”, disparou. Mesmo assim, Gigi afirmou que o Real Madrid foi melhor que a Juve no confronto e que mereceu a classificação.

Depois de castigar a Juventus 10 vezes e decidir as quartas de final, CR7 rumou a Turim (AFP/Getty)

Os diretores da equipe bianconera também pesaram a mão nas críticas. Andrea Agnelli, presidente da Juventus, chamou o italiano Pierluigi Collina, chefe da arbitragem da Uefa, de “vaidoso” e afirmou que suas escolhas de árbitros acabavam por prejudicar os bianconeri. “Talvez faça isso para demonstrar imparcialidade”, disse. O cartola ainda defendeu que a chefia seja mudada de três em três anos e que a confederação seguisse a Serie A, que já adotara o VAR, e passasse a utilizar a ferramenta nas competições continentais. A entidade introduziu a tecnologia a partir das oitavas da Champions League de 2018-19.

Mesmo com o banho de água fria no final, a Juventus pôde se orgulhar de sua atuação no Bernabéu e certamente a utilizou como combustível para o restante da campanha na Serie A, onde a renhida disputa com o Napoli foi até o fim. Os azzurri fizeram incríveis 91 pontos, mas amargaram o vice porque a equipe de Allegri – que também faturou a Coppa Italia – chegou aos 95.

Pouco após a conquista dos títulos nacionais, em 10 de julho de 2018, a Velha Senhora rememoraria as noites de abril contra os merengues, mas com uma perspectiva muito mais positiva. Naquele dia, foi confirmada a contratação de Cristiano Ronaldo, por 112 milhões de euros, entre 100 de parte fixa e 12 de bônus e comissões.

Apesar dos ótimos números que o craque obteve com a camisa bianconera, o casamento nunca engrenou de verdade e a equipe fracassou clamorosamente na busca pelo maior objetivo traçado para a contratação: o título da Champions League, que passou longe de Turim durante as temporadas que o lusitano militou pela Velha Senhora. Juventus e Real Madrid, por sua vez, passariam sete longos anos sem se enfrentarem e só voltariam a bater de frente em 2025, nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, disputada nos Estados Unidos.

Juventus 0-3 Real Madrid

Juventus: Buffon; De Sciglio, Barzagli, Chiellini, Asamoah (Mandzukic); Douglas Costa (Matuidi), Bentancur, Khedira (Cuadrado), Alex Sandro; Dybala, Higuaín. Técnico: Massimiliano Allegri. Real Madrid: Navas; Carvajal, Sergio Ramos, Varane, Marcelo; Modric (Kovacic), Casemiro, Kroos; Isco (Asensio); Benzema (Vázquez), Cristiano Ronaldo. Técnico: Zinédine Zidane. Gols: Cristiano Ronaldo (3′ e 64′) e Marcelo (72′) Cartão vermelho: Dybala Árbitro: Cüneyt Çakir (Turquia) Local e data: Allianz Stadium, Turim (Itália), em 3 de abril de 2018

Real Madrid 1-3 Juventus

Real Madrid: Navas; Carvajal, Varane, Vallejo, Marcelo; Modric (Kovacic), Casemiro (Vázquez), Kroos; Isco; Bale (Asensio), Cristiano Ronaldo. Técnico: Zinédine Zidane. Juventus: Buffon; De Sciglio (Lichtsteiner), Benatia, Chiellini, Alex Sandro; Khedira, Pjanic, Matuidi; Douglas Costa, Higuaín (Szczesny), Mandzukic. Técnico: Massimiliano Allegri. Gols: Cristiano Ronaldo (90 + 7′); Mandzukic (2′ e 37′) e Matuidi (61′) Cartão vermelho: Buffon Árbitro: Michael Oliver (Inglaterra) Local e data: estádio Santiago Bernabéu, Madri (Espanha), em 11 de abril de 2018

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