MundoBola Flamengo
·3 January 2025
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Os processos abertos por Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, e Walter Monteiro, candidato à presidência do Flamengo na eleição de 2021, por ataques recebidos por um perfil nas redes sociais deflagrou o início de uma guerra judicial que envolve diretamente Rodrigo Dunshee, vice-geral de Landim durante seis anos e candidato derrotado no último pleito. No entanto, engana-se quem pensa que acusações sobre uso das redes sociais para fins políticos se restringem à Gávea.
Nos últimos dias, torcedores e perfis especializados no Fluminense, um dos maiores rivais do Rubro-Negro historicamente, revelaram a criação em série de perfis fake em redes sociais que repetem comportamentos automatizados. Em comum, a exaltação à gestão atual, comandada por Mário Bittencourt, por meio de bots.
Vale destacar, porém, que Mário não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, que não é tratado como caso de Justiça. Abaixo, o MundoBola Flamengo relembra o caso Dodien e aborda algumas das informações levantadas recentemente sobre o rival.
Tudo começou com uma série de ataques direcionados a Eduardo Bandeira de Mello e sua gestão em geral por um perfil do Twitter chamado Roberto Dodien. EBM, então, ingressou com um processo que corre na Justiça até hoje. Ao longo do caso, as suspeitas recaíram sobre Rodrigo Dunshee, que tem as mesmas iniciais do perfil fake e reduziu a atividade nas redes sociais.
Além disso, na época, em um jantar com os mandatários do Ñublense, por exemplo, Cacau Cotta, Diogo Lemos, Marcelo Conti e Bernardo Amaral fizeram parte da viagem, mas Dunshee ficou de fora. Outro indício foi a falta de Dunshee a uma reunião sobre o assunto. O Flamengo tentou se reunir para entender o ocorrido, mas o vice-presidente geral e jurídico não compareceu, segundo soube o MundoBola Flamengo.
Ou seja, Dunshee jamais negou as suspeitas, levantadas inicialmente por Bandeira de Mello: “Eu recebi os prints e devo oficiar por meio da Câmara, como sou o principal alvo dos ataques. Não me surpreenderia se realmente for o Rodrigo Dunshee”.
Em julho de 2024, o MundoBola Flamengo teve acesso à íntegra do processo de mais de 4.800 páginas que tramita desde maio do ano passado na Justiça Criminal do Rio de Janeiro, incluindo a petição protocolada pelos advogados de Bandeira e petições anteriores da defesa de Dunshee pedindo o encerramento das investigações.
Segundo informações oferecidas por empresas intimadas a prestar informações sobre a origem dos tweets, ficou demonstrado que tweets ofensivos de Dodien contra Bandeira, postados em 12 de maio de 2023, vieram da academia KS, em Ipanema. A academia confirmou que Dunshee está matriculado na unidade e estava no local no momento da postagem.
No último desdobramento do caso, em dezembro deste ano, Bandeira de Mello solicitou à Justiça a quebra de sigilo dos dados de Dunshee junto ao X (antigo Twitter). Os advogados de Bandeira pedem que o X seja oficiado para divulgar dados de IP, logs de acesso e outros registros das contas de Rodrigo Dunshee e Roberto Dodien.
Além disso, solicitam também que Dunshee seja convocado para uma audiência, onde poderá elucidar dúvidas. Como por exemplo o motivo de contratar um perito de informática, mesmo na condição de testemunha no processo. A informação é do jornal 'O Globo'.
Ainda que não tenham relação direta com o caso Dodien, as informações levantadas recentemente por perfis sobre o Fluminense nas redes sociais mostram uma replicação em massa do que foi feito pelo perfil fake. Enquanto no caso rubro-negro as suspeitas recaem sobre um perfil, porém, a situação no rival envolve uma suposta criação em massa de bots.
As primeiras investigações sobre o caso vieram por meio do perfil 'fluminensismos', no Twitter, explicando sobre quem estaria por trás do perfil Kratos Tricolor. Neste caso, a conta era usada para produzir mensagens de amor ao Fluminense, mas com uma série de ataques a outras gestões registrados. Além disso, falas de exaltação a Mário Bittencourt eram comuns.
Com a popularidade do perfil junto à torcida tricolor, teorias começaram a dar conta de que o responsável pela conta seria o próprio Mário Bittencourt, algo que ganhava força à medida em que as defesas à gestão continuavam.
No entanto, um tweet em que Kratos Tricolor posta um email pessoal foi captado pelo fluminensismos, que encontrou um CNPJ vinculado ao endereço e em nome de Julião Vasconcelos de Melo — 1º secretário do Conselho Deliberativo do Fluminense.
A partir daí, a história foi repercutida, e torcedores fizeram uma série de críticas a Bittencout e ao secretário do CoDe. Em meio às acusações, o perfil Kratos Tricolor foi deletado, assim como a conta pessoal de Julião Vasconcelos.
Perfis como FluResenha e o jornalista Gabriel Amaral, então, divulgaram uma série de prints em que registravam bots elogiando contratações tricolores. Todos seguem um padrão já observado em mensagens automáticas na internet e usam tons positivos em relação às decisões.
O jornalista, inclusive, descobriu que alguns perfis utilizavam fotos de pessoas da própria torcida, o que poderia configurar falsa identidade. Além disso, o FluResenha destacou que as contas passaram a ficar ativas por volta de julho de 2024, momento no qual o Fluminense encarava uma série de mais de 10 jogos sem vencer. Ou seja, em ponto de ebulição para a cúpula tricolor.
Ainda que que sem relação direta, tanto o caso Dodien, no Flamengo, quanto a questão dos bots, no Fluminense, revelam um novo palco em que torcedores, dirigentes e todo tipo de interessados se encontram: as redes sociais. Para prosperar, será necessário entender como lidar com essa nova dimensão e todos os novos cenários (postivos e negativos) que ela pode gerar.