
Gazeta Esportiva.com
·25 June 2025
Diretoria do Corinthians se reúne e decide assinar com a Nike

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·25 June 2025
O Corinthians decidiu assinar a renovação do contrato de fornecimento de material esportivo com a Nike. O novo vínculo, formulado totalmente ‘do zero’, com condições completamente distintas do anterior, terá validade de dez anos.
A diretoria interina do clube, presidida por Osmar Stabile, se reuniu no Parque São Jorge nesta terça-feira para discutir o assunto e tomar uma decisão. Foram levantados prós e contras das propostas apresentadas pela Nike e pela Adidas. No fim, prevaleceu a companhia norte-americana.
A Gazeta Esportiva apurou que os valores do acordo com a Nike são semelhantes aos ofertados pela Adidas. As diferenças são algumas projeções, forma de pagamento, entre outras especificidades.
Pesou contra a Adidas o risco jurídico envolvendo a possível rescisão com a Nike. O Corinthians gostaria que a empresa alemã se responsabilizasse pelo eventual ônus, mas as conversas não avançaram neste sentido.
A Nike, ainda, topou “perdoar” dívidas que o clube tinha com a empresa. Uma delas é o fato do Timão ter ultrapassado constantemente nas últimas temporadas o valor de R$ 4 milhões o qual, por contrato, tem direito a receber de enxoval por ano. Só em 2024, por exemplo, o Corinthians recebeu mais de R$ 12 milhões de vestuário da Nike. A companhia prometeu “esquecer” essas pendências para ampliar o contrato com a equipe alvinegra.
Em contrapartida, a empresa norte-americana não pagará R$ 100 milhões de luvas, como propôs a Adidas. A Nike até aceitou desembolsar esta quantia, mas como um adiantamento.
Além disso, o entendimento da diretoria corintiana é de que dificilmente o clube conseguirá atingir os títulos e as demais metas esportivas para que o contrato alcance o valor de R$ 1,3 bilhão.
Como publicou a Gazeta Esportiva no dia 9 de maio, as condições apresentadas pela Adidas eram as seguintes: R$ 18 milhões anuais fixos pelo patrocínio; R$ 35 milhões anuais firmados como mínimo garantido de royalties; R$ 6 milhões em enxoval sob o compromisso de entrega de 60 mil peças por ano para uso do clube; R$ 2 milhões por ano direcionados a ações de marketing.
O total remete ao valor mínimo de R$ 61 milhões por ano, sendo R$ 53 milhões “em dinheiro”. Os valores de patrocínio, verba de marketing e enxoval teriam correção de 5% ao ano, diferentemente dos royalties, que seriam congelados até o fim do vínculo, estipulado para um período de 10 anos.
Em média, o Corinthians receberia cerca de 25% por meio do MRG (Minimum Royalty Guaranteed – Royalty Mínimo Garantido), pois essa porcentagem do lucro líquido das vendas teria uma variação de acordo com o produto em questão. Para superar os R$ 35 milhões, o clube precisaria vender mais de 1 milhão de camisas no ano, cerca de 300 mil camisas a mais em relação a temporadas de sucesso neste quesito.
O Corinthians balançou com a possibilidade de fechar com a Adidas, que negociava com o clube antes mesmo do afastamento de Augusto Melo. Após a Nike aumentar os valores, a diretoria interina voltou a se reunir com a empresa alemã na noite da última quinta-feira e a convenceu a melhorar as condições. A companhia ofereceu cifras até maiores que os concorrentes, mas pesaram outros fatores.
(Foto: Divulgação/Corinthians)
A assinatura com a Nike, por exemplo, evita com que o Corinthians entre em uma briga judicial de milhões de reais com a empresa no futuro, fruto de um gatilho de renovação automática acionado pela companhia, de maneira unilateral, no fim do ano passado.
A Fisia, empresa que representa a Nike no Brasil desde 2020, enviou uma carta registrada ao clube no dia 16 de dezembro de 2024 e, no dia 19 do mesmo mês, enviou um e-mail à cúpula do clube com a intenção de costurar um novo acordo. Contudo, ignorada pela gestão Augusto Melo, a empresa acionou, conforme rito previsto e exigido no contrato, uma cláusula de renovação automática, ampliando o vínculo até 2029.
Em nota divulgada no fim de maio, a diretoria alvinegra reforçou o compromisso vigente com a empresa norte-americana.