Chama que demora a aquecer | OneFootball

Desceu o pano. A Liga Portugal Betclic 2023/24 chegou ao fim com a aguardada batalha pelo terceiro lugar. SC Braga e FC Porto foram responsáveis por encerrar mais uma edição do principal campeonato português e tudo ficou na mesma. Os azuis e brancos venceram na Pedreira (0-1) e conseguiram o mal menor, o terceiro lugar, antes da final da Taça.

Num jogo mais quente fora do relvado do que propriamente dentro dele, tendo em conta a boa moldura humana – mais de 23 mil pessoas – presente no anfiteatro dos Gverreiros do Minho, a estratégia do SC Braga ficou cedo condicionada por uma expulsão e teve de ser reajustada, mas o dragão pouco ou nenhum fogo teve para cuspir na finalização durante grande parte do encontro. Tudo mudou, perto do fim, pelo pé direito de Galeno.

Altas temperaturas sem fogo

Debaixo de um grande ambiente, os dois conjuntos tinham os olhos postos no último degrau do pódio, mas a visão arsenalista ficou turva ainda antes do primeiro quarto de hora: Víctor Gómez cometeu duas faltas, viu dois cartões amarelos e recebeu ordem de expulsão.

No momento de maior instabilidade emocional dos homens da casa, o FC Porto aproveitou para rondar a baliza de Matheus e cheirar o golo. Não aconteceu e os bracarenses, já reorganizados com a entrada de Vítor Carvalho para o lugar de Pizzi, puxaram do espírito de sacrifício para manter fechados os caminhos para as redes.

Ficou clara a sensação na primeira parte de que os minutos após a expulsão tinham sido a oportunidade de ouro dos dragões. O FC Porto não capitalizou nessa altura e o avançar do relógio tornou os caminhos cada vez mais estreitos para os portistas. Ao mesmo tempo, os minhotos atreveram-se a lançar um ou outro ataque, chegando até a pedir uma grande penalidade sobre Ricardo Horta à qual Nuno Almeida não atendeu.

Temperaturas altas fora do relvado, um jogo um tanto ou quanto viril em dados momentos, mas o calor em torno de cada disputa de bola não contagiou os ataques, cujo poder de fogo na primeira metade foi quase nulo.

Se lhe dão espaço…

Mais rápido, incisivo e com sentido de baliza. O FC Porto entrou na segunda metade muito diferente, com o olhar de predador fixo na presa: Matheus e a baliza do SC Braga. Logo nos primeiros minutos, Otávio Ataíde acertou no ferro e Pepê, Francisco Conceição e Galeno obrigaram a uma, duas, três defesas de Matheus. Muito mais do que se tinha visto durante 45 minutos.

O sentido do jogo era claro, com o FC Porto a dominar a posse e a procurar o melhor caminho, muitas vezes forçado pela periferia devido ao aglomerado de camisolas vermelhas em terrenos mais centrais. Mas ainda houve altura para as bancadas se entusiasmarem, numa grande arrancada de Cristián Borja, solicitado por Bruma, que não deu numa assistência primorosa para Ricardo Horta porque Wendell tirou o pão da boca ao internacional português quando este já tinha puxado a perna atrás.

Os sinais iniciais foram positivos, mas rapidamente o FC Porto voltou a perder o poder de fogo. Apesar de rondar a baliza de Matheus, as oportunidades voltaram a tornar-se escassas, mas quando o SC Braga teve de arriscar para tentar ir buscar o terceiro lugar, o jogo tornou-se a praia de Galeno. 84 minutos e o brasileiro, sempre na sua passada larga, fugiu na profundidade, solicitado por Taremi, e rematou cruzado para o golo que decidiu a partida. Se lhe dão espaço…

Contas fechadas, o FC Porto termina a Liga Portugal Betclic na terceira posição, com 72 pontos, mais quatro do que os arsenalistas. Segue-se a final da Taça, no Jamor, onde os portistas vão procurar não terminar a temporada sem vencer qualquer troféu.