MundoBola Flamengo
·27 August 2025
Baila, Flamengo!

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Segunda-feira, 25 de agosto de 2025.
Uma segunda-feira que entrou para a história do Campeonato Brasileiro de pontos corridos. Um jogo em casa, no Maracanã, onde o Flamengo precisa vencer para ampliar a diferença de pontos para o segundo colocado na tabela.
Só que não foi um jogo qualquer, o Flamengo aplicou uma retumbante goleada de 8x0 contra o Vitória. Sorte dos 60 mil torcedores que estavam no estádio. Eu vi esse jogo pela televisão, o primeiro tempo com a minha filha, e o segundo tempo sozinho.
Ela foi dormir porque tem escola cedo no dia seguinte. Só que ela não dormiu, e voltou para a sala para me dar boa noite quando o Flamengo havia acabado de fazer o oitavo gol, em um pênalti batido pelo Bruno Henrique. Oito a zero, pai? - ela me perguntou com uma cara de espanto e sorrindo.
Esse texto não tem o mesmo tom emocionado do texto anterior, que relato o primeiro título com a minha filha no Maracanã, mas ele tem uma reflexão: o Flamengo do Filipe Luís encaixou. E também uma opinião pessoal: o Flamengo quando encaixa desse jeito, fica difícil bater de frente.
O Flamengo do Mister, em 2019, que o FL inclusive era o lateral esquerdo titular do time, demorou alguns jogos para se acertar. Não sei se vocês lembram, mas o JJ perdeu para o Emelec por pura teimosia, quando colocou o Rafinha de meia direita.
Perdemos de 2x0 em Guayaquil, e poderia ter sido mais. Essa derrota foi um aprendizado para o JJ, que depois desse jogo parou de inventar moda e começou a azeitar aquela máquina rubro negra, apelidada no final da temporada de: “Oto patamar”. Aquele time do Flamengo colocava medo nos adversários antes mesmo de entrar em campo.
O Filipe Luís, assim como o Mister, também teve o seu jogo de aprendizado. Quando resolveu poupar alguns jogadores titulares na Libertadores, na primeira fase da competição contra o Central Córdoba em pleno Maracanã.
Eu estava nesse jogo, e assisti ao vivo a derrota desnecessária que o Flamengo sofreu. Na entrevista pós jogo, FL se desculpou e assumiu que havia errado. Isso é uma nobreza de caráter muito rara de se encontrar nos dias atuais, reconhecer o seu erro publicamente.
Vivemos no tempo que a mentira está na ordem do dia, todos os dias. E a falta de caráter perdeu a vergonha de aparecer. Filipe Luís, teve muita coragem e ousadia nesse momento, e virou mais ídolo da torcida do que já era.
Mas também é verdade que nessa derrota que serviu como aprendizado, o Flamengo ainda não tinha o elenco que tem hoje. Gerson, Erick Pulgar e Wesley viviam uma grande fase, e os reservas que entraram no lugar deles não estavam no mesmo ritmo.
E não estou dizendo que esses jogadores são fora de série, insubistituíveis, mas eles tinham conquistado um padrão de jogo com os outros titulares, e entrosamento é tudo no futebol. Gerson foi embora logo após a Copa do Mundo de Clubes. Pulgar teve uma contusão grave e saiu do time por meses. Wesley foi vendido para a Roma.
Perdemos um pedaço da espinha dorsal do time com essas baixas, e isso custou ao Flamengo algumas derrotas e outras partidas ruins. Os jogadores que chegaram como reforços na janela que abriu no meio do ano: Jorginho, Emerson Royal, Saúl, Samuel “Liso” e Carrascal, são jogadores de nível Champions League, craques em atividade, não em fase final de carreira quase se aposentando.
Era um pouco óbvio que só bastava eles pegarem entrosamento com o resto do time, para o Flamengo “Oto patamar” voltar.
E voltou nesse jogo contra o Vitória, com três minutos de jogo já estava dois a zero para o Flamengo, gols de Samuel “Liso” e Pedro. O Pedro ainda fez mais um no primeiro tempo. No segundo tempo o Flamengo ligou o modo turbo e fez mais 5 gols.
Estava difícil de acompanhar o pique do Mengão, se você fosse ao banheiro ou pegar uma água, perdia um gol.
Desses oitos gols, alguns foram golaços, mas o terceiro gol do Pedro no jogo, foi um drible de almanaque, que lembrou o gol que o Romário fez contra o Corinthians em 1999, quebrando a coluna do jogador Amaral. Pedro deu um elástico no zagueiro dentro da grande área e encobriu o goleiro.
Nesse jogo não se teve unanimidade pelo melhor jogador da partida, pois o time todo estava inspirado. O Vitória, mesmo levando um vareio sem precedentes, não fez faltas violentas e se mostrou um time grande.
O time baiano, no entanto, deve estar se perguntado por que veio para o Rio de Janeiro jogar em uma segunda-feira a noite, talvez se esse jogo tivesse sido no domingo, quando acontece normalmente os jogos da rodada, o placar poderia ter sido outro.
Não há como saber, o que já se sabe, é que esse Flamengo do segundo semestre do Filipe Luís, começou a assustar os adversários antes mesmo de entrar em campo.
Domingo que vem tem mais, e a nação vai lotar mais uma vez o Maracanã para cantar a plenos pulmões e fazer o estádio tremer. Esse jogo irá marcar a volta oficial da Torcida Jovem do Flamengo aos estádios. Deixa Passar! SRN