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·14 April 2025

Análise tática de Grêmio 0x2 Flamengo: inteligência, controle e Arrascaeta

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A vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio, na Arena, foi mais do que a resposta imediata a uma derrota dolorosa na Libertadores. Foi também um sinal de que o Flamengo de Filipe Luís tem recursos táticos e mentais para reagir rapidamente e, mais importante, construir uma sequência positiva a partir de um desempenho consistente.

Embora a atuação não tenha sido impecável e certos vícios ainda tenham aparecido ao longo dos 90 minutos, o time se impôs diante de um adversário difícil, fora de casa, controlou o jogo e contou com a genialidade de Arrascaeta para transformar a superioridade em resultado.


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Do ponto de vista tático, o Flamengo se apresentou num sistema semelhante ao que tem sido o padrão com Filipe Luís: uma estrutura baseada no 4-3-3, com bastante mobilidade ofensiva e troca de posições, especialmente entre os jogadores de frente.

Mas, diferentemente do que ocorreu contra o Central Córdoba, desta vez o plano de jogo se encaixou melhor, principalmente, porque o meio-campo conseguiu neutralizar o adversário e, ao mesmo tempo, servir como base criativa para a construção ofensiva.

Arrascaeta foi o nome do jogo. Atuando entre as linhas de marcação do Grêmio, o camisa 10 teve liberdade para pensar e executar, e seu impacto técnico foi evidente desde os primeiros minutos.

Logo aos três, aproveitou um erro de Edenilson, driblou Volpi e abriu o placar com frieza. Mas seu papel foi muito além do gol. O uruguaio foi o principal articulador da equipe, costurando jogadas com Michael pelo lado esquerdo e rompendo o bloco defensivo gremista com passes verticais e mudanças de direção. Essa movimentação por dentro foi crucial para desnortear a marcação do time gaúcho.

No aspecto defensivo, o Flamengo foi sólido e compacto. A dupla de volantes, Pulgar e De la Cruz, teve mais uma atuação de destaque, somando sete desarmes e impedindo que o Grêmio construísse pelo meio.

Isso obrigou o adversário a buscar alternativas pelos lados, mas aí encontrou outras dificuldades: Wesley e Alex Sandro fizeram uma partida firme defensivamente, impedindo avanços mais incisivos pelas pontas. O Grêmio, limitado, teve que recorrer a chutes de fora da área para tentar incomodar Rossi, que respondeu bem quando exigido, especialmente em finalizações de Pavón e Alysson.

Flamengo precisa aproveitar mais seu volume de jogo

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Foto: Adriano Fontes/Flamengo

Apesar do controle e da vantagem, o Flamengo pecou novamente no preciosismo. Com 60% de posse de bola, circulou bem entre os setores, mas criou pouco em termos de finalizações claras no primeiro tempo, sendo apenas duas até o intervalo.

A posse, por vezes, se tornou estéril, e o time demorou a acelerar ou concluir as jogadas. Esse é um ponto de atenção que Filipe Luís precisa corrigir: transformar volume em chances reais de gol com mais objetividade.

No segundo tempo, as entradas de Cebolinha e Plata renovaram o fôlego do ataque. O camisa 11, em especial, deu nova dinâmica ao lado esquerdo, com infiltrações rápidas e boa leitura de espaço. Foi dele a jogada do segundo gol: mesmo caindo, conseguiu encontrar Arrascaeta mesmo sendo marcado por dois. O camisa 10 finalizou com categoria no canto de Volpi, consolidando a vitória.

O lado direito, por outro lado, teve participação mais discreta. Wesley tentou acelerar o jogo por ali, mas tanto Gerson quanto Plata estiveram abaixo do que podem render. Ainda assim, a solidez defensiva garantiu ao Flamengo a tranquilidade para administrar o jogo nos minutos finais, mesmo com o Grêmio oferecendo algum risco com chutes de média distância.

No geral, a partida mostrou que o Flamengo tem um modelo de jogo claro, que privilegia o controle da posse, a ocupação dos espaços e a liberdade criativa de seus jogadores mais talentosos. Quando Arrascaeta está bem fisicamente e tecnicamente, o time ganha um salto de qualidade no setor de criação.

Ainda falta ser mais letal e menos burocrático em certos momentos, mas a vitória fora de casa diante de um adversário duro como o Grêmio mostra evolução, tanto na atitude quanto no plano tático.

Se Filipe Luís conseguir manter essa consistência defensiva e a equipe ter mais capricho ofensivo, o Flamengo tende a se firmar como protagonista no Campeonato Brasileiro.

O jogo contra o Juventude, nesta quarta-feira (16), às 21h30, no Maracanã, será uma ótima oportunidade de mostrar que a equipe sabe se portar em diferentes cenários e a derrota na Libertadores foi um acidente de percurso.

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