AVANTE MEU TRICOLOR
·8 November 2024
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·8 November 2024
Mandatário são-paulino falou mais uma vez de finanças (Divulgação)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
O presidente do São Paulo, Julio Casares, mais uma vez aproveitou uma entrevista para dar (ou pelo menos tentar) luz ao real problema da dívida financeira do São Paulo que, como se sabe, assinou a implantação de um fundo de investimentos que colocará um teto de gastos no clube para tentar equacionar as contas.
Em participação no podcast 'Gowhere', o mandatário tricolor buscou minimizar o montante passivo do clube do Morumbi.
"Nossa dívida hoje é em torno de R$ 700 milhões e claro que é alta mas quando você fala em potencial de faturamento anual, ela mostra que dá para ser equacionada", disse.
Para tentar manter as coisas em ordem, Casares tentou explicar o seu método de atuação, que consiste primordialmente em controlar o fluxo de caixa com a venda de promessas de Cotia. O que leva a questão sobre os motivos pelo qual optou em segurar muitos atletas com potencial de venda à Europa.
"O São Paulo para girar a máquina toda ele tem que faturar R$ 750 milhões todos os anos. Só que os clubes hoje fecham esta conta vendendo atletas e eu em 2023, se fizesse isso, teria uma chance quase zero se ser campeão", disse.
"Então, o que a gente fez? Vamos planejar uma estratégia, tivemos um déficit, vamos fazer este torcedor vir, como veio, então a gente pensou em fazer isso depois e como fazer para não ter um grande estouro", completou.
"Só o Beraldo, vendi por 20 milhões de euros e se você acerta, você faz grande parte da sua receita. Se você vende dois, melhora muito. Agora, tem que fazer isso planejado, porque você também precisa deixar um legado esportivo. Futebol não é só negócio mas também não é só esporte, temos que ter este mix", apontou.
Segundo o dirigente, foi esse desequilíbrio gerado com a decisão de não vender revelações da base no ano passado que agravou as contas.
O AVANTE MEU TRICOLOR revelou no fim de setembro que o balanço semestral do São Paulo desta temporada apresentou déficit de aproximadamente R$ 185 milhões, rombo sete vezes maior que o estimado pela gestão Casares, que esperava uma sangria pouco maior de apenas R$ 25 milhões.
Nas contas passadas por fontes ouvidas pela reportagem, o departamento de futebol é um dos principais responsáveis pela bola de neve das finanças. Fechou o semestre no vermelho em R$ 33 milhões, enquanto no planejamento aprovado pelo Conselho Deliberativo no fim do ano passado a projeção era de lucro de R$ 55 milhões.
"Temos uma premissa de subir meninos que sobem, deixam algum legado esportivo antes de ser vendido. Quando cheguei, tinha jogador que nem chegava a jogar no profissional e já era vendido, nós invertemos isto. Ele vai com marcas de 100 jogos com a nossa camisa com a possibilidade de ter deixado marcas", disse.
"Se não vender um atleta por ano, no mínimo, a conta não fecha. Por isto a nossa conta não fechou no início do ano mas tínhamos que buscar uma conquista importante que era a Copa do Brasil. Era o único campeonato que não tinha na nossa galeria. E agora estamos trabalhando mais", completou.
O Tricolor esperava faturar grande com as vendas principalmente do volante Pablo Maia e do meia Nestor, mas ambos se contundiram e prejudicaram as negociações. Com outros nomes, como o ponta William Gomes, há o entendimento de que segurá-lo pode ser melhor para uma valorização ainda maior.
Até aqui, o Tricolor angariou R$ 79 milhões com negociações de jogadores, seja ele vendendo diretamente ou abocanhando o mecanismo de solidariedade por transferências internacionais de outros clubes.
O número não é baixo, mas ainda está bem atrás dos R$ 170 milhões estimados na projeção da diretoria aprovada no Conselho para este ano.
Importante ressaltar que ano passada, o São Paulo fechou o faturamento com déficit de R$ 62,2 milhões, mas houve atenuantes como a conquista da Copa do Brasil e a venda do zagueiro Beraldo ao PSG, da França, nos últimos dias de dezembro por R$ 107 milhões.
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