Zerozero
·15 March 2025
«Acreditem!»

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·15 March 2025
Esta foi a mensagem de Anselmi para os adeptos na conferência de antevisão ao encontro. «O adepto é como a mulher mais difícil, não te vai dar amor só porque sim», foi assim que o argentino caracterizou os hinchas do clube portista. E a verdade é uma: só a jogar assim é que o casamento vai ser possível.
De cara lavada. Foi assim que o FC Porto de Anselmi se voltou a apresentar no Estádio do Dragão. 19 dias depois do último confronto disputado no reduto dos azuis e brancos - empate a um com o Vitória SC -, os portistas venceram o AFS por 2-0.
A turma da invicta não vencia em casa desde 28 de dezembro de 2024 (!), quando goleou o Boavista (4-0) no dérbi da cidade do Porto.
Com Fábio Vieira, Pepê e Rodrigo Mora novamente disponíveis e prontos a serem lançados por Anselmi, o dragão, traumatizado com as poucas ideias demonstradas em Braga, voltou a ter veia criativa.
Eustáquio assumiu o papel de líbero e os azuis e brancos ganharam outra qualidade na hora de sair a jogar - Nehuen beneficiou de não ser o central do meio e destacou-se na ligação com os colegas.
O golo portista surge, com toda a naturalidade, à passagem do minuto 19. João Mário lançou Pepê na profundidade e o avançado brasileiro obrigou Ochoa a uma defesa apertada. Rodrigo Mora, qual ponta de lança, cheirou o golo e enviou o esférico para o fundo das redes.
Apesar do domínio portista, Diogo Costa também se viu obrigado a brilhar. Isto porque, três minutos antes do golo de Mora, John Mercado apareceu isolado na cara do guardião português. O dono da baliza das quinas agigantou-se e evitou o golo visitante.
Instalados no meio-campo ofensivo e com uma fluidez na posse raramente vista nos últimos jogos dos azuis e brancos, o FC Porto acumulou oportunidades para dilatar a vantagem. Que o diga Samu.
O jovem espanhol falhou o alvo aos 7', cabeceou ao lado aos 34' e enviou ao poste aos 38'. Uns primeiros 45 minutos frustrantes para o máximo goleador da equipa.
A segunda metade do encontro começou com a melhor notícia possível para o clube azul e branco. Uma entrada imprudente de Nacho sobre Francisco Moura, poucos segundos depois do regresso dos balneários, fez com que o AFS ficasse reduzido a dez homens.
Se o primeiro tempo havia sido dominado pelo conjunto da casa, o que dizer do segundo. Rui Ferreira viu-se obrigado a ajustar e a mexer na equipa bastante cedo, mas as mudanças não vieram ajudar.
Os dragões pressionavam a todo o terreno quando não tinham a posse da bola - uma diferença gritante face a jogos recentes - e anularam por completo as saídas em transição da formação da Vila das Aves.
Com bola, a história foi outra. Os inspirados Mora, Fábio Vieira e Pepê, foram uma dor de cabeça com trocas constantes - ora por dentro, ora abertos - e uma 'plasticidade' posicional capaz de baralhar qualquer defesa adversário.
É na sequência de um momento desses que o segundo golo surge. Mora & Moura combinaram à esquerda e Fábio Vieira, de primeira e sem deixar o esférico beijar a relva, marcou um golo de belo efeito.
Até ao final do encontro: muito domínio portista e uma ou outra oportunidade para o AFS - destaque para o lance aos 77 minutos, onde Gerson Rodrigues viu Diogo Costa negar-lhe o golo.
No final do encontro as bancadas do Estádio do Dragão estavam bastante satisfeitas. Era caso disso! Vislumbraram-se os primeiros 90 minutos de um FC Porto à Anselmi! Veremos se veio para durar. Até lá, aos adeptos do FC Porto, resta «acreditar».