Mundo Rubro Negro
·13 November 2024
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Ao que tudo indica, o caminho de Gabigol é, de fato, uma saída polêmica. Apesar da adoração da torcida, o jogador parece não gozar do mesmo prestígio com a direção do clube. Gabi foi cortado do jogo do Flamengo contra o Atlético-MG, e diversos veículos trazem novidades polêmicas sobre o afastamento.
Um possível desentendimento com o técnico Filipe Luís é um dos motivos apontados. Além disso, o pedido teria partido do próprio treinador, o que contraria as imagens da festa do título da Copa do Brasil, quando os dois apareceram comemorando juntos.
Além disso, uma festa teria sido organizada por Gabigol para comemorar o pentacampeonato. No entanto, nenhum jogador teria comparecido. A assessoria do jogador nega todas essas informações, e o jogador disse que assistirá ao jogo do Setor Norte com os torcedores.
Com tanta polêmica nessa reta final de contrato, o MRN faz uma lista relembrando outros jogadores que também deixaram o clube de forma polêmica, como parece ser o destino de Gabigol, que deve vestir a camisa do Cruzeiro em 2025.
O saudoso e eterno Diamante Negro, Leônidas da Silva deixou o Botafogo para chegar ao Flamengo em 1936. No entanto, o relacionamento se deteriorou até 1942. Apesar de fincar seu nome na história e da sua inegável importância, Leônidas teve uma das primeiras saídas polêmicas da história.
O jogador se recusou a participar de uma excursão feita pelo Flamengo na Argentina, em 1941. Isso porque o Leônidas teria lesionado o menisco. O clube, porém, desconfiou de sua palavra, causando ruído na relação.
Com a relação desgastada, Leônidas da Silva ainda foi preso por usar um certificado de reservista falsificado visando um cargo público. Ele encerrou sua passagem pelo Flamengo e se transferiu para o São Paulo em 1942.
Foto: Reprodução / Flamengo
Mais um nome que, assim como Diamante Negro, aparece no samba da Estádio de Sá que homenageia o centenário do clube e é entoado pela Nação até hoje. Zizinho também teve uma saída conturbada após vestir rubro-negro de 1939 a 1950.
O jogador foi aliciado por outros clube que desejavam contar com seu futebol, como Palmeiras e Corinthians, mas principalmente, o Bangu, que acabou sendo o seu destino. A equipe carioca prometeu muito dinheiro para que o atleta deixasse a Gávea, e Zizinho saiu brigado, dando declarações sobre se sentir desvalorizado.
Ele chega a citar Ademir, que foi valorizado pelo Vasco e evitou sua saída oferecendo tudo que o jogador queria. Ao não ver o Flamengo fazer o mesmo, Zizinho se frustrou e aceitou a oferta do Bangu. O vice-presidente do Flamengo na época, Francisco de Abreu, afirmou que torcia pela permanência, mas não teve escolha ao receber o pedido do jogador para ser transferido.
Além disso, o presidente Dario de Mello Pinto criticou Zizinho por sair em meio ao contrato, alegando não confiar mais no atleta e afirmando que Zizinho preferiu o dinheiro.
Jair, à direita, com Zizinho no centro e Pirilo na esquerda
Uma das transferências polêmicas mais emblemáticas é a de Bebeto. Ele trocou o Flamengo pelo Vasco em 1989 após novela de 28 dias. As partes queriam renovar o contrato, e Bebeto diz que priorizava o Rubro-Negro.
No entanto, o Mengo teria oferecido promissórias para pagar uma casa, mas sem fundo, o que dificultou a negociação. O clube não acreditava que existia uma proposta rival por Bebeto, que teria tentado desistir da transferência para o Vasco, mas foi impossibilitado pelo seu estafe, que ganhava comissão com a transferência.
“Eu nunca pensei em sair do Flamengo. Queriam renovar comigo, e eu fiz de tudo para renovar. Mas o Flamengo me deu 10 promissórias para eu ir pagando minha casa, mas nenhuma delas tinha fundo. (…) Aí quando eu saí do Flamengo e meu passe foi para a federação, o Eurico foi e depositou 2,5 milhões de dólares. Aí eu fui para o Vasco”, disse o próprio Bebeto ao Charla Podcast.
A transferência causou ameaças a Bebeto, que passou a ter que com dez seguranças disponibilizados por Eurico Miranda. Bebeto só se deslocava acompanhado dos profissionais, já que as ameaças eram frequentes, incluindo a seus familiares.
Outra saída polêmica foi a de Romário, em 1999. O baixinho jogou pelo Flamengo contra o Juventude, em Caxias do Sul, e a equipe perdeu por 3 a 1. Após a derrota, a polêmica foi a presença do jogador na tradicional Festa da Uva que acontecia na cidade. Ele esteve acompanhado de Maurinho, Leandro Machado e Marcelo Rosa, curtindo a boate no dia seguinte ao da derrota.
Gilmar Rinaldi, então superintendente de futebol do Flamengo, optou pelo desligamento. O presidente Edmundo Santos Silva se mostrou indignado com a atitude do jogador: “Romário não veste mais a camisa do Flamengo. Estou indignado, fui traído. A torcida rubro-negra não merece isso. Foi uma molecagem, uma sacanagem. Vou rescindir o contrato do Romário, e ele vai poder jogar onde quiser. Até no Vasco”, polemizou.
Foto: VANDERLEI ALMEIDA/AFP via Getty Images
Com a saída de Gabigol, Marcos Braz chegou a declarar: “Depois que o Zico saiu do Flamengo, qualquer um pode”. De fato, o maior ídolo da história do clube foi jogar na Udinese, da Itália, em uma transação que também foi recheada de polêmicas.
O Jornal dos Sports anunciou a venda de Zico quatro dias depois do tricampeonato brasileiro, em 1983, antes de voltar ao clube para seguir com a história lendária. Zico não queria deixar o Flamengo, mas a venda foi aprovada no Conselho Deliberativo por 111 a 3. Na época, o presidente Antônio Augusto Dunshee, pai de Rodrigo e atual candidato à presidência, ficou marcado como o presidente que vendeu Zico.
A própria esposa do craque, Sandra, revelou que Zico queria seguir no Flamengo, mas ela queria ir para a Itália, o que pesou na decisão.
“Quando surgiu a ideia de ir para a Itália, ele tinha muita dúvida porque, antes de tudo, ele é Flamengo, então ele queria ficar aqui. Eu falei: ‘você tem que ir. Como você não vai? Tem que ir para a Europa'”, disse em entrevista ao Faustão na Band, em 2020.
Foto: Reprodução
Mais recentemente, o peruano Guerrero teve uma saída conturbada. A problemática saída se iniciou com o doping do atacante, que teve substância tida na cocaína aparecendo. No entanto, alegou que tomou um chá que tinha essa mesma substância, negando o uso do entorpecente. Ele ficou afastado dos gramados e teve a carreira prejudicada, mas prejudicou, também, o Flamengo. Sem poder contar com o jogador, o clube suspendeu o contrato de Guerrero por seis meses.
O doping aconteceu quando Guerrero jogava as Eliminatórias pelo Peru. Na sequência, Guerrero e Flamengo não chegaram a um acordo por renovação. O peruano queria três anos de contrato e o alto salário mantido. Mas o Mengão ofereceu valores inferiores pelo momento recente, além de contrato curto, o que desagradou Guerrero.
Com a relação estremecida, o jogador não cumpriu o sétimo jogo pelo Brasileirão alegando dores, possibilitando a transferência para outro clube brasileiro. Foi quando rumou para o Rio Grande do Sul, onde vestiu a camisa do Internacional.
Foto: Alexandre Loureiro/Getty Images
Ronaldinho Gaúcho chegou com o status de grande estrela internacional ao Flamengo em 2011. No entanto, a passagem se encerrou com vaias para o jogador no último jogo dele com o Manto Sagrado, deixando o clube pela porta dos fundos.
Isso porque o atleta travou uma verdadeira batalha com a diretoria por conta dos vários meses de salários atrasados. Sem receber, o jogador passou a não se dedicar completamente, levando a um fim triste na equipe. Pela porta dos fundos, Ronaldinho colocou o Flamengo na Justiça, pedindo indenização de R$ 40 milhões após o rompimento do contrato.
Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
O Flamengo iniciou o processo de reconstrução com Eduardo Bandeira de Melo, em 2013. A iniciação foi complicada, e o clube teve que se desfazer de Vágner Love, muito identificado com a torcida na época. O time comunicou Lobe que não poderia arcar com a dívida feita com o CSKA, seu ex-clube, devendo quitar o acordo até 2024.
Além disso, com salário de R$ 500 mil e R$ 1,2 milhão de direitos de imagem atrasados, o clube estava em débito com o jogador e não conseguiria pagá-lo. Portanto, por preciso abrir mão, já que Love viu a saída da Gávea como única opção diante do imbróglio.
O jogador chegou a abrir mão de grande parte dos direitos de imagem, e o clube prometeu quitar o resto da dívida. Ele tinha três anos de contrato, mas não pôde cumprir até o final.
DIVULGAÇÃO/FLAMENGO
Arturo Vidal também não saiu bem do Flamengo, e a mesma força que fez para chegar, fez para sair. O jogador saiu após rescisão amigável no meio de 2023, se transferindo gratuitamente para o Athletico-PR.
O jogador estava insatisfeito com o pouco espaço que vinha tendo, jogando poucos minutos. Na sua cabeça, conforme revelou em entrevista ao La Tercera, do Chile, estava 100% e não entendia a presença no banco de reservas, saindo brigado com o técnico Sampaoli.
“Podem pensar que estou mal, mas me sinto 100%. Não compartilho da decisão da comissão técnica”, disse.
Foto: Ricardo Moreira/Getty Images
O caso polêmico mais recente envolveu o atacante Marinho, no ano passado. Após se recusar viajar para o Chile, onde o clube enfrentou o Ñublense, pela Libertadores, alegando sentir dores musculares, o atacante foi afastado das atividades.
Assim, o Fla tentou emprestar o jogador, mas sem sucesso. O jogador tentou ser reintegrado ao elenco, mas o pedido foi negado, e então, a rescisão de contrato foi assinada para que Marinho ficasse livre no mercado. Após a problemática, Marinho foi para o Fortaleza.
Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
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