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·21. August 2025

Violência na Argentina assola novamente o futebol na América do Sul

Artikelbild:Violência na Argentina assola novamente o futebol na América do Sul

O futebol sul-americano está lambendo as feridas nesta quinta-feira (21), após um novo caso de violência nas arquibancadas: os graves enfrentamentos entre torcedores argentinos e chilenos em Buenos Aires, que terminaram com mais de 100 pessoas detidas e 19 feridos, três deles em estado grave.

Os confrontos no Estádio Libertadores de América, palco do jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana entre Independiente e Universidad de Chile, transcenderam o mundo da bola.


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O ministro do Interior do Chile, Álvaro Elizalde, chegou a Buenos Aires por ordem do presidente do país, Gabriel Boric, para prestar auxílio aos feridos, alguns dos quais esfaqueados, segundo testemunhas, e acompanhar a situação dos detidos.

A Chancelaria do Chile informou que 19 chilenos estão hospitalizados e 101 foram presos. Seis menores de idade já foram libertados. A imprensa local informa que três chilenos estão gravemente feridos.

Todos sofreram traumatismo craniano, um deles após saltar da arquibancada ao ser encurralado por torcedores do Independiente. Embora tenha se recuperado bem da cirurgia, seu estado de saúde continua grave, segundo as autoridades.

“É uma pena. Faz alguns anos que não disputamos essas fases decisivas das copas internacionais e hoje não nos identificamos nem um pouco com a forma como os torcedores são tratados”, disse Facundo Manent, torcedor do Independiente de 29 anos, à AFP.

“Desde que o jogo começou, os torcedores chilenos estavam jogando tudo o que se pode imaginar: pedras, assentos, urina, fezes… Não havia cercas de proteção”, acrescentou Manent, ao lamentar a demora de quase uma hora até a polícia agir.

Punições severas

A Justiça da Argentina ainda não deu informações sobre os detidos, que estão incomunicáveis.

Nas portas de uma das delegacias onde a maioria dos chilenos presos está detida, familiares e amigos aguardam notícias.

“Eles não sabem organizar um jogo deste tamanho. Todos sabem que as coisas são jogadas de um lado para o outro”, disse à AFP o chileno Victor Cepeda, enquanto esperava em frente à delegacia por dois amigos detidos, com quem viajou de Santiago para assistir à partida.

“Vamos proteger os direitos dos nossos cidadãos sem prejudicar qualquer acusação que possa ser feita pela justiça”, escreveu Boric no X, onde denunciou o “inaceitável linchamento de chilenos”.

Torcedores de Independiente e ‘La U’ entraram em confronto nas arquibancadas do setor visitante armados com pedras e pedaços de pau.

“Não há mortos por milagre”, afirmou Michael Clark, presidente da Universidad de Chile, após visitar os feridos.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, pediu “punições exemplares” e a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) prometeu que atuará “com a maior firmeza” contra os responsáveis.

Segundo uma fonte da Conmebol que pediu anonimato, antes de tomar uma decisão, primeiro a entidade vai “reunir informações sobre os eventos que ocorreram dentro e fora do estádio”.

O regulamento da Confederação estabelece multas, perda de pontos, fechamento de estádios, eliminação e até exclusão de torneios futuros.

Violência incomum

O caos se iniciou quando torcedores da ‘La U’ atiraram pedras, assentos, garrafas e outros objetos em direção à parte inferior das arquibancadas, onde estava a torcida do Independiente, confirmou um jornalista da AFP.

“Eles retiraram os equipamentos dos banheiros e atiraram na arquibancada, uma violência incomum. As prevenções que foram tomadas eram as lógicas. O início do problema ficou claro”, acusou Néstor Grindetti, presidente do Independiente.

O Ministério Público de Buenos Aires anunciou nesta quinta-feira o início das investigações.

“Foi feita uma inspeção visual do local onde aconteceram os fatos e foram solicitados os relatórios aos órgãos de segurança competentes, assim como as câmeras de segurança do estádio”, disse a fonte do clube argentino à AFP.

Ariel Alarcón, da Polícia de Investigação do Chile, afirmou a jornalistas do lado de fora do Ministério Público que a libertação ou o eventual indiciamento dos detidos dependerá dos crimes dos quais eles serão acusados.

“Podem ser liberados ou processados ao longo do dia ou amanhã”, afirmou.

Os incidentes aconteceram no início do segundo tempo, quando os times empatavam em 1 a 1. O árbitro suspendeu a partida e a Conmebol anunciou seu cancelamento depois. No jogo de ida, os chilenos haviam vencido por 1 a 0.

A Conmebol e o Independiente foram acusados de cometerem falhas na organização da partida.

A Associação Nacional de Futebol Profissional (ANFP) do Chile criticou o clube argentino por sua “passividade” na hora de conter a violência.

O ministro da Segurança da província de Buenos Aires, Javier Alonso, acusou a Conmebol de atrasar a suspensão do jogo “quando era claro que havia uma atitude hostil”.

Por sua vez, o Ministério de Segurança da Argentina criticou a Confederação por suas “falhas graves”.

Pelo menos 650 policiais e agentes de segurança privada foram desdobrados na operação.

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