Central do Timão
·16. Januar 2025
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O caso envolvendo o acordo de patrocínio entre a casa de apostas VaideBet e o Corinthians ganhou mais um capítulo. Em entrevista concedida ao portal Uol Esporte, Toninho Duettos, produtor e sócio do cantor Gusttavo Lima, afirmou ter sido o intermediador da negociação.
A participação do empresário na negociação do patrocínio havia sido revelada por José André da Rocha Neto, proprietário da VaideBet, em depoimento à Polícia Civil. Toninho Duettos confirmou a versão do dono da casa de apostas e revelou que foi procurado para entrar em contato com o clube.
Foto: Reprodução/Instagram
“Por eu ser conhecido, o José André, da Vai de Bet, me perguntou se eu tinha contato com o Corinthians, já que estavam fechando patrocínio master de uma bet”, disse o empresário à reportagem do Uol.
Entretanto, segundo Toninho, que também atua como agenciador de grandes nomes da música sertaneja brasileira, no momento de acertar os termos do contrato a situação mudou. O empresário diz ter sido “passado para trás” e apontou uma ação de “má-fé” da diretoria do Corinthians. Em contato com a Gazeta Esportiva na última semana, o agente já havia detalhado a situação e desabafado sobre o caso.
“Foi exatamente isso. Ele (Rocha Neto) perguntou se eu conseguia o contato de alguém do Corinthians. Eu falei que sim, eu tinha conseguido o contato do Washington, que conseguiu os contatos de Marcelo Mariano e do presidente. Falei com eles, liguei para eles e eles disseram que já estavam em reuniões com algumas Bets de fora. Eu disse: ‘vamos falar pessoalmente’. Falamos no Tivoli, eles falaram as propostas e o André fechou”, disse.
Citado por Toninho Duettos na declaração, Washington Araújo é coordenador de redes e está ligado ao departamento de marketing do Corinthians. Ele trabalhou na campanha eleitoral de Augusto Melo e é investigado em outro inquérito como suspeito de cumprir o papel de ser o elo entre a gestão do clube e influencers apoiadores do presidente do clube nas redes sociais.
“Eu conheci o Washington através de um funcionário meu da época, o Sandro, que conheceu ele antes de ocorrer a eleição. Ele (Washington) disse ‘sou amigo do possível novo presidente do Corinthians’. A gente até começou a conversar para fazer eventos, shows na Neo Química Arena”, afirmou Toninho.
“Encontramos com Washington no interior de São Paulo, em Mogi das Cruzes ou Mogi Mirim, não lembro, não conheço muito São Paulo. A ideia era tratar sobre shows. Quando teve a eleição e o Augusto ganhou, o Washington ligou. Depois, falei da Bet quando o André (Rocha Neto) me ligou. Ele (Rocha Neto) ficou sabendo do patrocinador máster e perguntou, aí liguei para o Washington e, depois, falei com Marcelinho”, continuou.
De acordo com Toninho Duettos, Washington e Sandro eram as duas pessoas presentes na reunião no Hotel Tivoli e que Rocha Neto não soube dizer os nomes no depoimento à Polícia Civil. O sócio de Gusttavo Lima se mostrou surpreso ao saber que Washington trabalha no Corinthians e disse que não entrou na Justiça contra o clube por não ter nenhum documento ou qualquer compromisso formal.
“Era para ser eu, o combinado era pra ser eu, Washington e o Sandro. Depois de fechado, o pessoal mudou tudo, disse que não podia ser eu, que tinha que ser uma empresa que atendia eles e aí rodei no negócio. Cobrei, mas o Marcelinho disse que depois via alguma coisa. Levei uma bolada nas costas, literalmente. Sandro ligou, xingou o Marcelinho, foi feio”, contou.
Quem apareceu como intermediadora no contrato foi a empresa Rede Social Media Design LTDA, do empresário Alex Cassundé, que ficou com o direito de receber 7% do valor total do acordo de patrocínio entre Corinthians e VaideBet, o que, durante a vigência do contrato, renderia, ao fim do período de três anos, R$ 25,2 milhões. Essa quantia deveria ser repassada pelo clube, em parcelas mensais de R$ 700 mil.
Segundo Toninho Duettos, os dirigentes do Corinthians informaram que a empresa teria que ser colocada como intermediadora do negócio, mas que a empresa do agente ainda seria remunerada pelo negociação.
“Falaram que tinha que ser essa empresa (Rede Social Media Design), que já era cadastrada lá. Dariam um jeito de nos remunerar de alguma forma (pela intermediação). Incluir a Duettos Music (no contrato) nunca falaram”, contou Toninho ao Uol.
No entanto, o empresário disse que não recebeu nenhum valor e que Marcelinho Mariano, diretor administrativo e seu contato dentro do clube, parou de responder às mensagens logo após o contrato ser assinado. Apesar disso, por não contar com nenhum documento oficial, Toninho Duettos e Sandro Ribeiro, seu funcionário, não entraram na Justiça contra o Corinthians.
Ainda assim, Sandro Ribeiro afirmou ao Uol que possui prints de conversas no WhatsApp, fotos e vídeos do dia em que estiveram na reunião que concretizou o acordo. O funcionário de Toninho Duettos afirmou que mostrará as provas à Polícia caso seja chamado para depor, algo que deve acontecer em breve.
“Se eu for chamado para prestar depoimento, vou mostrar. Tenho como provar tudo o que eu e Toninho falamos”, disse.
Alex Cassundé optou por não se manifestar
Segundo o Uol Esporte, a reportagem entrou em contato com Alex Cassundé para ouvir sua versão. Entretanto, o empresário e seu advogado, Cláudio Salgado, optaram por não se manifestar sobre o caso.
A diretoria do Corinthians, por sua vez, respondeu ao portal que o clube é “vítima no caso VaideBet” e que o presidente do clube, Augusto Melo, “desconhece qualquer depoimento que está sendo vazado pela imprensa”.
Em seu depoimento à Polícia Civil, José André da Rocha Neto, proprietário da VaideBet, afirmou não conhecer Alex Cassundé e reforçou que o empresário não participou das reuniões que buscavam concretizar o acordo.
Alex Cassundé, por sua vez, disse em depoimento prestado à Polícia Civil em 2024 que entrou em contato com o proprietário da VaideBet após uma busca no ChatGPT, mecanismo de buscas que utiliza inteligência artificial, e afirmou que não negociou com a empresa e que não exigiu comissão ao Corinthians.
Após diversas polêmicas, o acordo de patrocínio foi rompido depois de uma denúncia apontando que a Rede Social teria repassado mais de R$ 1 milhão à empresa Neoway Soluções Integradas, que foi apontada como uma empresa de fachada aberta no nome de uma “laranja” chamada Edna Oliveira dos Santos.
Toda a situação envolvendo o acordo com a VaideBet gerou uma grande pressão em Marcelinho Mariano, que foi a principal figura da diretoria corinthiana no caso. Augusto Melo havia optado até então por não afastar Marcelo Mariano, acusado de cometer ingerências em diversos setores do clube. Entretanto, após a situação voltar à tona nas últimas semanas, a situação se tornou insustentável e o dirigente deixou o clube.
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