Portal dos Dragões
·17. Januar 2025
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Com o lema ‘Só há um Porto’, celebra-se esta sexta-feira um ano desde que André Villas-Boas apresentou a sua candidatura às eleições do FC Porto, que, por sua vez, conquistou mais de 80 por cento dos votos, pondo fim a 42 anos de liderança de Pinto da Costa. A cerimónia teve lugar na Alfândega do Porto, na presença de muitos dos seus apoiantes, entre os quais Jorge Costa, atual diretor do futebol profissional, que viu Villas-Boas assumir a missão de tornar o FC Porto «mais forte, competitivo, vencedor, dos sócios e para os sócios.»
«A história não é benevolente com quem não conhece a sua evolução.» Com esta citação de José Maria Pedroto, que teve a viúva e o filho do mestre na plateia, AVB lançou-se na contenda eleitoral, referindo que para ele, Pinto da Costa será sempre «o presidente dos presidentes do FC Porto.» No entanto, a mensagem era clara: «Estamos gratos, mas é tempo de mudança», afirmou.
«Por que esta candidatura e por que agora? Porque, neste momento, já não somos capazes de construir valor, de crescer enquanto clube e organização, de propagar a nossa cultura, de formar equipas vencedoras e de cimentar o associativismo que tanto nos orgulha. De repente, parecemos estar capturados por um conjunto de interesses que não têm a ver com o FC Porto e que ferem os valores fundamentais da nossa instituição», criticou.
A sua candidatura teve um impacto avassalador entre os adeptos do Porto. Os apoiantes de Pinto da Costa perceberam que Villas-Boas era um adversário que conseguia não só o apoio de figuras de destaque do clube, mas também de milhares de adeptos que não se identificavam com a gestão do presidente mais titulado do mundo.
Após alguma resistência, as casas do FC Porto abriram-se a Villas-Boas, e a onda de entusiasmo foi crescendo. No dia 27 de abril, 26.876 associados participaram na votação, que se revelou o ato eleitoral mais concorrido da história dos azuis e brancos. Villas-Boas triunfou nas 44 mesas de voto e foi aclamado 32.º presidente do FC Porto às 2h12 da madrugada de 28 de abril, momento em que a ata final foi lida e assinada pela mesa da Assembleia Geral e pelos representantes das quatro candidaturas.
Outro lema da sua campanha foi: «Serei implacável com quem tiver lesado o FC Porto.» E assim foi. O Portal da Transparência foi um dos serviços disponibilizados aos sócios, mas foi a auditoria forense realizada pela Deloitte, que apresentou um relato detalhado das contas do FC Porto nos últimos 10 anos, que chocou muitos adeptos ao revelar os gastos excessivos, as comissões exorbitantes pagas a agentes, o estilo de vida luxuoso dos administradores, e as férias pagas a membros e familiares dos Super Dragões, mesmo em tempos em que os funcionários enfrentavam salários em atraso.
Entre as promessas já cumpridas, destaca-se a criação das equipas de futebol feminino e de futsal de formação, a renegociação do contrato com a Ithaka, a otimização da rentabilidade do Dragão e o aumento do número de sócios, que agora se aproxima dos 150 mil. No entanto, a Academia da Maia, concebida por Pinto da Costa, foi abandonada por AVB, que planeia construir um Centro de Alto Rendimento (CAR) nas imediações do Olival.
Os quase nove meses desde a sua eleição têm refletido uma gestão centrada na transparência, na modernização e na proximidade com os adeptos, enfrentando com determinação os desafios financeiros e desportivos. Foram dados passos para a estabilização das contas com o objetivo de respeitar as diretrizes da UEFA e manter o clube a salvo da suspensão das competições europeias.
A renegociação da dívida da SAD do FC Porto era outra das suas promessas. Nesse âmbito, concretizou com a US Private Placement, através da JP Morgan e outros intervenientes do mercado internacional, uma emissão de obrigações no valor total de 115 M€, com uma taxa de juro de 5,62% e um prazo de pagamento de 25 anos, o que permitiu enfrentar a dívida de curto prazo. O próximo desafio, uma vez que esta dívida foi contraída para pagar outra dívida, é melhorar de forma significativa os capitais próprios da Sociedade.
A política de proximidade com os adeptos tem sido um pilar fundamental da gestão, simbolizada pela iniciativa ‘Lucky Fans’, que oferece experiências únicas e surpresas aos sócios, fortalecendo ainda mais a ligação com a comunidade portista.
Com uma Taça de Portugal conquistada enquanto presidente do clube, ainda com Pinto da Costa na liderança da SAD, e uma Supertaça já em funções na Sociedade (assumiu o cargo a 28 de maio de 2024), o desafio desportivo é agora uma prioridade. Vítor Bruno teve um bom início de época ao conquistar a Supertaça, mas as eliminações do FC Porto na Taça de Portugal e na Taça da Liga, nas meias-finais, assim como as exibições irregulares da equipa, tanto na Liga Europa como na Liga, geraram descontentamento entre os adeptos e a contestação das facções mais radicais. No entanto, para todos os efeitos, o FC Porto encontra-se a um ponto do líder Sporting no campeonato e ocupa o 18.º lugar na Liga Europa, que garante o acesso ao ‘play off.’
– Regularização dos salários em atraso aos funcionários, ainda antes da sua posse na SAD;– Redução do vencimento fixo da administração de 2 milhões de euros para 486 mil por época;– Criação das equipas de futebol feminino e de futsal de formação;– Reformulação do protocolo com as claques;– Alteração na política de bilheteira, com a criação de uma plataforma para a compra de ingressos e recompensando os sócios mais assíduos nos jogos da equipa;– Lançamento gratuito do novo cartão físico e digital de sócio, com tecnologia de ponta;– Renegociação do contrato com a Ithaka e otimização da rentabilidade do Estádio do Dragão;– Reorganização de todo o futebol de formação;– Criação de um Gabinete de Alta Performance para todas as modalidades;– Lançamento do Portal da Transparência;– Publicação da auditoria forense à SAD do FC Porto referente ao período de 2014 a 2024;– Aumento do número de sócios, que se aproxima agora dos 150 mil;– Cumprimento das regras de ‘Fair Play’ financeiro em diálogo constante com a UEFA para evitar a exclusão do FC Porto das competições europeias;– Empréstimo obrigacionista da SAD do FC Porto, que resultou em um encaixe de 21 milhões de euros;– Renegociação da dívida com uma emissão de obrigações no valor total de 115 milhões de euros, com 5,62% de taxa de juro, a ser devolvido em um prazo de 25 anos;– Reforço do compromisso com a sustentabilidade ambiental, social e económica.