Avaí F.C.
·21. Juli 2025
Profissionais do setor de captação revelam os bastidores do trabalho realizado no Avaí

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·21. Juli 2025
Silencioso, criterioso e estratégico: assim é o trabalho de captação de talentos desenvolvido no Avaí Futebol Clube. Responsável por descobrir jovens promessas e conduzi-las ao ambiente de formação do clube, o departamento já colhe frutos de um planejamento sólido, que alia observação técnica, sensibilidade humana e investimento. Exemplo disso são os recentes casos de Nando Lima e Dudu Wozniak, atletas das categorias de base que foram convocados para as seleções brasileiras Sub-15 e Sub-17.
Luca França, um dos profissionais da área começou sua trajetória como analista de desempenho nas categorias Sub-14, Sub-17 e Sub-20. Com conhecimento aprofundado do elenco, foi convidado a integrar a captação e, desde então, atua diretamente na busca por novos talentos.
“Nosso papel é identificar jovens com potencial para o clube, entendendo não só o momento atual do atleta, mas o que ele pode se tornar no futuro. É uma análise que vai além do jogo”, explica.
Luca França está no Avaí desde 2019 e hoje atua como captador das categorias de base do clube. Foto: Raphael Santos/ Avaí F.C.
A partir da categoria Sub-14, quando o clube passa a oferecer contratos de formação, a atuação da captação se intensifica e ganha abrangência nacional. Competições em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul entram no radar, assim como torneios de destaque como a Copa Votorantim e o Campeonato Brasileiro de base.
A análise do perfil comportamental dos atletas também é parte essencial do processo. “A técnica e o físico são mais fáceis de observar. Já o comportamento exige mais. Por isso, temos uma rede forte de parceiros e clubes que nos ajudam com informações importantes sobre cada jogador”, destaca Marcelo Pereira, coordenador da categorias de formação do clube.
Segundo Luca, entre os desafios enfrentados no processo de captação, estão os altos custos logísticos e a forte concorrência. “Hoje, há muitos captadores atuando no Brasil inteiro. E captação exige investimento: viagem, hospedagem, alimentação. Por isso, cada oportunidade precisa ser bem planejada.”
Foi o que aconteceu com o meia Nando Lima, captado durante uma competição em Volta Redonda-RJ, quando atuava pelo Grêmio Mauaense. Quase um ano depois de chegar ao Avaí, o atleta foi convocado para defender a Seleção Brasileira Sub-15 na Copa 2 de Julho, na Bahia. “Ver esse reconhecimento tão rápido é gratificante, e só acontece porque há uma estrutura que nos dá suporte para estar nos lugares certos, na hora certa”, avalia o observador.
De volta ao Avaí no início de 2024, Marcelo Pereira é outro nome de referência na base do clube. Com passagem anterior de 11 anos pelo Leão, ele já treinou todas as categorias de base, do Sub-11 ao Sub-20, e atuou na formação de atletas como Rafinha, Guga, Gabriel Magalhães e Luanzinho. Hoje, está à frente da coordenação em campo e da captação na iniciação, etapa que exige atenção redobrada.
“Por lei, não podemos alojar atletas menores de 14 anos. Então, quando captamos alguém de fora do estado, é preciso avaliar com muito cuidado, porque envolve a família inteira. A gente lida com os sonhos — dos meninos e também dos pais — e precisa ter responsabilidade com isso”, ressalta.
Após dois anos longe do Avaí, Marcelo está de volta ao clube, agora como coordenador das categorias de iniciação esportiva.Foto: Raphael Santos/ Avaí F.C.
Ele também reforça a importância das parcerias locais, com escolas e projetos sociais, para ampliar a rede de observação. “A gente não consegue estar em todos os lugares. Ter boas indicações é fundamental. Visitamos projetos, avaliamos atletas e, principalmente, estreitamos laços para que a escola ou o treinador confiem em nos indicar os talentos.”
Um dos frutos desse trabalho foi o zagueiro Dudu, que chegou ao clube aos 10 anos após se destacar em um amistoso contra uma escola de Curitiba, em 2019. Hoje, é mais um nome com passagem pela Seleção Brasileira de Base. “É um atleta muito disciplinado, comprometido, que foi coroado com essa convocação. E isso mostra que estamos no caminho certo”, celebra Marcelo.
Para ambos os profissionais, as conquistas fora das quatro linhas têm um peso especial. “O título é importante, claro. Mas o maior troféu é ver o atleta performando, chegando ao profissional e sendo vendido para grandes centros, como já aconteceu com o Arthur Chaves e o Lipe”, ressalta Marcelo. “É ver o Avaí se destacando no cenário nacional pela formação, pela metodologia, pelo cuidado com o atleta desde o início”, cita Luca.
Além do setor de captação, a base do Avaí conta com psicologia, assistência social, fisiologia, nutrição e comunicação. O trabalho é coletivo e pensado em todas as dimensões da formação de um jovem atleta. “Quando um jogador veste a camisa da Seleção, ele leva com ele o nome do Avaí. Isso não tem preço. E só é possível porque o clube acredita no processo e investe em pessoas comprometidas com esse projeto”, conclui Marcelo.
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