Jogada10
·27. März 2025
Pressionado por venda da SAF do Vasco, Pedrinho fala sobre #RevendaJá: ‘Não é assim’

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·27. März 2025
Além de explicar a venda dos mandos de campo dos jogos contra Palmeiras e Botafogo, e falar sua expectativa para a temporada do Vasco, o presidente Pedrinho também discorreu sobre outros tópicos importantes que permeiam o Gigante da Colina.
Afinal, além de Brasileirão e Sul-Americana estarem à porta, problemas fora do campo seguem ocorrendo no clube. Pedrinho, então, explicou obras para melhoria na iluminação de São Januário, possíveis novos investidores para a SAF e uma potencial reeleição como presidente.
“É bom deixar claro que era um desejo da gestão. Eu vi os jogos e me incomodava muito. Depois de uns jogos eu chamei o Coutinho e perguntei se tinha alguma interferência no jogo. Visualmente é ruim, não é boa a imagem, não do jogo, mas estava escuro, me incomodava. O Coutinho falou que estava um pouco escuro, o Léo Jardim reclamou um pouquinho do posicionamento dos refletores. Aí, nós começamos a iniciativa, respeitando a governança, de direcionar um dinheiro para um investimento dos refletores. Quando surge essa oportunidade, me surgiu o desejo de fazer aquele jogo de luz e tal. Tudo isso tem um custo. Mas para mim, vale a pena. Não é porque depois vem a obra do estádio, que não podemos fazer melhorias”, disse ao “Colina em Foco”, em entrevista divulgada nesta quinta-feira (27).
Perguntado sobre o processo de Arbitragem e o recurso da 777 Partners, antiga sócia da SAF do Vasco, Pedrinho atualizou sobre em que pé a mesma se encontra. Ele revela, então, que ainda não há novidades, já que a 777 atrapalha o processo ao não definir seu representante legal no Brasil.
“Eu acho que as informações são muito claras para todos nós. Vocês hoje têm acesso. A gente não sabia nem quem era o representante. Primeiro era a A-CAP, depois não era a A-CAP. Está na mesma situação em termos das porcentagens. 31% teoricamente da A-CAP, 30% da associação e 39% da arbitragem, que é controlado hoje pelo presidente da associação e do presidente do Conselho Administrativo da SAF, que sou eu, mas é o que eu falo. A gente faz tudo dentro das possibilidades permitidas pela lei. Até procurar novos investidores”, explicou.
O mandatário também abriu o jogo sobre um movimento de parte da torcida do Vasco, que criou a #RevendaJá. Para Pedrinho, porém, erros do passado, como vender a SAF sem responsabilidade, não podem tornar a ocorrer.
“Surgiu a #RevendaJá, elas acham que é só vender. Não é assim. Se não, mais uma vez, as pessoas querem que a pessoa se coloque à frente do Vasco e se livre. Eu entrei nesse compromisso, eu tenho que ter responsabilidade, que é muito grande. Se tivesse um investidor, a parceria já teria sido feita. Têm mais NDA’s, agora a gente tem que ter muito cuidado. Revende, revende, para quem? De qualquer jeito? A responsabilidade é minha com você, torcedor. Não está comprando um carro. Não é assim, cara. Mais claro e transparente do que eu sou, impossível. Ou as pessoas acreditam ou não acreditam”, desabafou.
Para ele, o clube precisa buscar autossustentabilidade.
“O que a gente precisa é que, se não tiver investidor, eu preciso pagar as contas, gerar receita, fazer o Vasco ser autossustentável. Eu preciso. A gente faz tudo o que precisa fazer para conseguir um investidor, mas a gente vai tocar o clube. Porque o clube precisa andar. O torcedor precisa entender a importância desse processo. E eu vou fazer tudo dentro da legalidade que proteja a Instituição. A minha responsabilidade é muito maior do que meu antecessor”, refletiu.
Mas em relação a tais investidores, existe alguém mais perto de comprar a SAF do Vasco? Pedrinho responde.
“Questão do investidor a gente precisa receber, a gente faz o esforço de passar, de correr atrás, a gente liga para saber se estão acompanhando os números, se já observaram, qual a perspectiva. A gente não fica sentado. Mas em algum momento o investidor precisa chegar e fazer uma proposta ou um modelo de gestão, porque a gente não sabe qual vai ser o modelo. Se é um investidor que vai querer comprar os 70%, se é um investidor que vai investir na base, enfim. Diversos modelos. Mas não chegou proposta. Agora, eu não vou obrigar ninguém a fazer proposta pelo Vasco”, revelou.
Uma das perguntas dizia respeito a uma possível reeleição de Pedrinho. Afinal, seu mandato se encerra ao fim de 2026 e muitas das questões em jogo podem não ter finalização antes de tal data.
“Nesse momento, eu não penso em nada a não ser fazer o que tem que ser feito. Eu não acredito nessas frases: “Vai dar certo”. Não. Eu vou fazer de tudo para dar certo e é o que eu vou fazer. Eu não estou preocupado com reeleição. Estou preocupado em fazer o que eu entrei para fazer. Eu não entrei para não tirar nenhuma empresa. Se você pegar minha campanha, foi: “fiscalizar, colaborar, cobrar e contribuir”. Só que quando a gente entra, acontece tudo o que aconteceu. E apesar de não ter a obrigação, eu me senti na obrigação de entrar com a ação. Se eu não entro, seria muito pior para a Instituição. Entrando com a ação e entendendo tudo o que está acontecendo, a gente percebeu o que precisa ser feito para reestruturar financeiramente, que é falado há anos, e nunca fizeram, que é a RJ”, disse.
Pedrinho diz, então, que não tem “desejo” de se reeleger.
“Ao término do meu mandato, se entrar outro (presidente), ele tem que continuar pagando as dívidas. Se eu permanecer, eu tenho que continuar pagando as dívidas. O que eu acho que até lá, ao fim do meu mandato, ela já estará num caminho bem interessante. Você já está ali dentro do cronograma de pagamento da RJ e as pessoas têm que ser responsáveis para honrar o compromisso. A reeleição não mexe comigo, não tenho esse desejo. Eu vou fazer o meu melhor e vou continuar com a frase: “As pessoas no Vasco têm que fazer menos mal ao Vasco”. Tem muita gente que é muito oportunista”, encerrou.