Esporte News Mundo
·2. November 2024
In partnership with
Yahoo sportsEsporte News Mundo
·2. November 2024
Por muitos anos, duas gerações de atleticanos, separados por quase duas décadas, tiveram que se apegar à história. A história dos grandes jogos e das grandes conquistas de outrora. Dos craques como Dario e Reinaldo, que há tanto tempo penduraram as chuteiras. Torcer para o Galo era, obviamente, um exercício de amor, mas, principalmente, de fé.
Fé nas palavras dos mais velhos, daqueles que prometeram dias melhores e daqueles que vibraram nas arquibancadas do antigo Maracanã com o gol de Dario, de cabeça, contra o Botafogo, no primeiro título de Campeonato Brasileiro do país. Fé nas palavras daqueles de quem herdaram o amor, a rivalidade e também a frustração pela forma que foram derrotados na final do Campeonato Brasileiro de 1980 e na queda da Copa Libertadores da América de 1981. Ambas protagonizadas pelo rival de domingo.
A história que foi contada, escrita e vivida para chegar até a final da Copa do Brasil contra o Flamengo, se atrelou às gerações e aos mais de 40 anos do começo dessa sina.
No início dos anos 1980, as duas equipes protagonizaram dois confrontos polêmicos que ainda incomodam o torcedor atleticano. O primeiro é a final da Taça de Ouro, o Campeonato Brasileiro, de 1980. O Galo havia vencido o jogo de ida por 1 a 0, com gol de Reinaldo, para mais de 90 mil presentes no Mineirão.
Com a vantagem, o Atlético jogava por um empate para se sagrar bicampeão brasileiro. Mas, o árbitro da partida expulsou três, incluindo Reinaldo, autor dos dois gols do Galo no jogo da volta. O Flamengo, então, venceu por 3 a 2, com três jogadores a mais, na frente dos mais de 150 mil presentes no Maracanã.
No ano seguinte, em 1981, a história teimava em perseguir os times. No jogo-desempate marcado para o Serra Dourada, Atlético e Flamengo decidiam quem avançaria para a fase final do torneio continental. No entanto, o jogo que começou, nunca terminou. Mais uma vez o árbitro se tornou o centro das atenções e expulsou 5 atleticanos. A partida foi paralisada e o rubro-negro avançou com uma vitória em W.O.
A arquiteta Raquel Siman (25) faz parte da nova geração de torcedores que cresceram com as histórias contadas, mas que pode ver o time ser campeão da Copa do Brasil duas vezes, da Libertadores e do Brasileirão. Embora tenha pouca idade, ela carrega consigo a importância do confronto e o peso da rivalidade.
— Na atual situação dos times, para mim, o Flamengo se torna mais rival que o Cruzeiro. Eu sinto que a nossa torcida tenta passar muito isso pros jogadores em campo, a história, a rivalidade, a importância da vitória. E eles têm pegado o recado. Então toda vez que a gente pega o Flamengo em alguma decisão de mata-mata, obviamente o fardo é maior, mas a história não pesa para a gente, eu acho que é justamente o contrário, dá mais vontade ainda de fazer o melhor — diz.
A arquiteta Raquel Siman (25) em um jogo do Atlético-MG, no Mineirão (Foto: Reprodução/Instagram)
Curiosamente, no choque de gerações, o empresário Júnior Ferreira (41), que nasceu três anos após a conquista do Brasileirão de 1971, prefere que o elenco entre em campo no domingo sem a responsabilidade do retrospecto do confronto.
— O jogo de 1981, sem sombra de dúvidas, é o maior roubo da história do futebol brasileiro. Mas não tem como voltar no tempo e acho que os torcedores, a diretoria e os jogadores têm que esquecer isso e focar nos 180 minutos que nos separam do tricampeonato — conclui.
Mas como deixar para trás toda a tensão emocional que o jogo carrega? Como ironia do destino, essa é a quarta vez em que Atlético e Flamengo se enfrentam na Copa do Brasil. Nas outras três, um deles sempre acabou campeão da competição. Em 2006 e 2022, o time carioca passou pelo alvinegro nas quartas e nas oitavas, respectivamente, e levantou a taça. Em 2014, foi a vez do Galo. Ele eliminou o adversário nas semifinais e se sagrou campeão no fim. Consequentemente, por se tratar de uma final, a estatística vai se manter.
Se depender de Júnior e Raquel, a alternância entre os campeões pende para o time comandado por Gabriel Milito dessa vez. Para eles, o confronto tem uma gama imensa de candidatos à héroi. Para Júnior, é a vez de “Hulk e Scarpa fazerem a diferença no ataque e, já na defesa, Everson e Battaglia”.
Raquel preferia que um desfalque da equipe fosse o protagonista, mas Deyverson não poderá atuar por já ter disputado a Copa do Brasil com a camisa do Cuiabá. No entanto, ela surpreende ao elencar um improvável candidato, porém, importante personagem nessa final. Segundo ela, o volante equatoriano Alan Franco será fundamental contra o Flamengo, pois “ele tem feito partidas excepcionais, com bons passes, boas interceptações e desarmes”.
O empresário Júnior Ferreira (41) em um jogo do Galo, na Arena MRV (Foto: Reprodução/Instagram)
A batalha no meio de campo, com certeza, será um dos pontos cruciais da partida. Se tratando de um jogo longe dos domínios atleticanos, o treinador Gabriel Milito, provavelmente, vai montar um verdadeiro estratagema para derrotar Filipe Luís.
O treinador, que mais de uma vez se mostrou um profissional capaz, ganhou a confiança dos torcedores. O empresário Júnior Ferreira é um deles e confia plenamente nas escolhas de Milito, e vê tons constantes de evolução.
— Ele está em evolução e adquirindo cada vez mais a confiança dos jogadores. Teve altos e baixos, né?! Errou quando pode errar e até acho que, em certo momento, ele usou o Campeonato Brasileiro para fazer as mudanças táticas. Então ele testa e o que não dá certo, descarta. O Milito não comete erro nas Copas — afirma.
Raquel está em sintonia com o empresário. Segundo ela, o técnico argentino tem muito mérito no quão longe o Galo chegou.
— Desde o primeiro dia do Milito eu apostei minhas cartas nele. Mesmo com menos de uma temporada no Galo e com um elenco que não foi ele que montou, ganhamos o Campeonato Mineiro, chegamos em uma final de Libertadores e uma final de Copa do Brasil. O cara é inteligente e estratégico. Tem que confiar — diz.
O Atlético-MG visita o Rio de Janeiro para enfrentar o Flamengo pelo primeiro jogo da finalíssima da Copa do Brasil. A partida acontece no próximo domingo (3/11), às 16 horas, no Maracanã.
Live
Live
Live
Live
Live
Live
Live
Live