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·5. Juni 2025

Polícia aponta recebimento de R$ 152 mil em espécie por Augusto Melo; presidente afastado se defende

Artikelbild:Polícia aponta recebimento de R$ 152 mil em espécie por Augusto Melo; presidente afastado se defende
  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

Um relatório da Polícia Civil revelou que o presidente afastado do Corinthians Augusto Melo recebeu R$ 152.070 em depósitos em espécie entre dezembro de 2023 e abril de 2024. A informação consta em manifestação das autoridades à Justiça, em um pedido de habeas corpus movido por dois advogados em favor do então dirigente, às vésperas da reunião do Conselho Deliberativo (CD) no último dia 26, que culminou em seu afastamento cautelar.

Este habeas corpus visava sustar o inquérito policial do caso VaideBet, conduzido pelo delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Na resposta ao pedido, que acabou negado em primeira instância, a Polícia Civil apontou as movimentações financeiras e afirmou que as mesmas são investigadas como suspeitas.


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Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Segundo o relatório, os depósitos, em sua maioria abaixo de R$ 2 mil, totalizaram valores mensais entre R$ 18.250 e R$ 41.750. A prática é apontada como possível tentativa de “burlar mecanismos de controle”, já que depósitos acima de R$ 2 mil exigem identificação desde 2020, segundo normas do Banco Central. Anteriormente, o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) há havia produzido um alerta sobre as transações.

Após os depósitos em espécie, a conta do presidente afastado recebeu transferências PIX de valores irrisórios (até R$ 100), interpretadas pela polícia como forma de identificar os responsáveis pelos recursos anteriores. Carlos Eduardo Melo Silva (Kadu Melo), sobrinho do presidente afastado e conselheiro do clube, foi um dos identificados nessas operações. Confira o detalhamento mês a mês dos valores:

Dezembro/2023: R$ 41.750 (16 depósitos, incluindo R$ 31.850 em 1º/12)

Janeiro/2024: R$ 29.700 (17 depósitos)

Fevereiro/2024: R$ 18.250 (10 depósitos)

Março/2024: R$ 30.700 (17 depósitos)

Abril/2024: R$ 31.770 (17 depósitos)

A suspeita da Polícia Civil é de que a mecânica dos depósitos pode representar uma “fragmentação de recursos”. Todas estas informações foram divulgadas primeiramente pelo portal UOL, a quem Augusto Melo enviou uma nota, se defendendo das suspeitas da polícia. Confira:

“Todas as minhas transações bancárias foram entregues à Polícia para investigação por minha vontade. Os valores que ali constam todos em minha declaração de Imposto de Renda, feita anualmente.

Sou dono de comércio e de um estacionamento, muitas vezes o dinheiro que entra é em espécie e o meu pró-labore e de meus sócios são retirados em dinheiro vivo, para isso, eu preciso que seja depositado em minha conta.

Minhas contas e vida são limpas e estou sempre à disposição para esclarecimentos, seja do torcedor, da imprensa ou das autoridades responsáveis por quaisquer investigação.”

Posteriormente, a Central do Timão também procurou a assessoria de Augusto Melo, questionando o motivo da coincidência de datas entre os valores recebidos em espécie e a vigência do patrocínio da VaideBet no Corinthians. Confira a resposta:

“Os depósitos em espécie são oriundos dos estabelecimentos de Augusto Melo. Dentro desse período ocorreram empréstimos que o mesmo fez aos comércios, dinheiro que entrou a mais durante o final de ano, nada além do normal e tudo devidamente declarado no IR feito anualmente.”

Poucas horas depois, o presidente afastado voltou a se manifestar, desta vez pelas suas redes sociais, reiterando sua defesa. Confira:

“O presidente eleito do Sport Club Corinthians Paulista, Augusto Melo, e sua defesa vêm a público manifestar sua indignação e repudiar a forma como informações sob segredo de justiça vêm sendo reiteradamente vazadas e manipuladas pela imprensa, comprometendo o direito à defesa e expondo injustamente o nome de Augusto Melo.

Não há condições de se aceitar o vazamento de uma documentação importante para sua defesa, em que seus advogados não tiveram acesso ao relatório, ou conclusão ou qualquer fatia do conteúdo que o portal UOL teve.

Defendemos o direito da imprensa, e salientamos nossa resposta ao portal, que entrou em contato respeitosamente e procurou a defesa do presidente artes de publicar o conteúdo. O que precisa ficar frisado é que os depósitos constam em extratos bancários entregues voluntariamente por Augusto Melo à Polícia Civil, mediante autorização expressa para a quebra de seu sigilo bancário. Ou seja, não há ocultação de dados e nenhuma conduta suspeita.

A defesa trabalha com a convicção de que o processo será trancado por falta de justa causa, diante da ausência de qualquer indício concreto de ilegalidade. E reforça: depósitos de até R$2 mil são tecnicamente o limite aceito por caixas eletrônicos de qualquer banco no Brasil.

A verdade prevalecerá.”

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