Mercado do Futebol
·3. Dezember 2024
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O Atlético esteve a 90 minutos de conquistar o sonho da Libertadores. Viveu um mês que poderia ser histórico para o clube, com as conquistas das duas Copas mais relevantes para o futebol brasileiro. Os títulos não vieram.
A derrota para o Botafogo, com um jogador a mais por 100 minutos, não foi por acaso – foi uma consequência. Os dez jogadores do Botafogo tiveram mais organização, melhor porte físico e concentração. O Atlético nunca esteve no jogo. Pesou a falta de qualidade do elenco. Pesou a sequência ruim dos últimos jogos, a falta de futebol e os graves problemas físicos.
O atleticano é acostumado a apoiar o seu clube independentemente das derrotas, afinal, torcer para o Clube Atlético Mineiro é um sinal de resistência. O problema é que o atleticano se vê perdido. Não sabe o que esperar do time em campo, não sabe o que projetar pro futuro. A temporada de 2024 foi marcada por vexames nas categorias de base, futebol feminino e masculino.
Galo Feminino foi rebaixado à Série A2 do Brasileirão e eliminado na fase de grupos do Campeonato Mineiro (Foto: Fábio Pinel/Atlético)
Você acorda feliz, pois viu o dono do Galo afirmar que trará “mais quatro Hulks”, e que “o elenco do ano que vem será ainda melhor”. Mas você dorme triste, ao ver que, desde 2021, o elenco do time profissional está sendo sucateado. 2025, segundo Rubens Menin, seria o ano dos “grandes investimentos”. Vamos ver. Você acredita?
São verdadeiras “pataquadas”, em diferentes setores do clube. Desde repor a saída de Diego Costa com a chegada de Fábio Gomes, passando pagar altos salários a atletas que não rendem, até ver o presidente falar que “o futebol feminino não está no planejamento financeiro”. E como esquecer as estapafúrdias “notas de repúdio”, aprovadas pelo antigo diretor de comunicação (o homem da chuteira)? O atleticano sente que é impossível ser feliz.
Os donos do Atlético tentam passar uma imagem de ambiente empresarial. Na fase boa do time, fizeram um “Business Day”. Não cansam de dizer que toda contratação de jogador passa por uma análise colegiada, e que as dívidas estão equalizadas. Só que os débitos, que estavam na casa de R$ 700 milhões há alguns anos, passaram da casa do bilhão. O “Galo Business Day” nunca mais aconteceu. O órgão colegiado, apoiado pelo suposto departamento de scouting, montou um elenco que foi humilhado contra Flamengo e Botafogo, e está em vias de terminar o ano com a pior pontuação do clube em Brasileirões desde 2011. Atleticano, você se lembra daquele time de Magno Alves e Daniel Carvalho? Ele fez mais pontos que a Galo SAF de Hulk e Paulinho, até aqui.
Paulinho, inclusive, que jogou à base de injeções por meses. Como resultado, ficará os primeiros cinco meses de 2025 sem jogar. Se houvesse um reserva de qualidade, ele teria parado para se tratar. Mas as análises do órgão colegiado foram incapazes de dar a Gabriel Milito mais opções ofensivas. Vale informar que o Botafogo desembolsou treze milhões para contratar Savarino, enquanto o Galo gastou quinze milhões para trazer Palacios.
Puxando o gancho sobre Gabriel Milito. O argentino é muito culpado, parece ser um treinador que só tem o “Plano A”. Mas que treinador no mundo chegaria a duas finais de Copas com um elenco tão desequilibrado?
Os mandatários da SAF Alvinegra vão aos microfones prometer as melhores coisas do mundo. Criam expectativas que eles mesmo não sabem concretizar. Aí, no final, quem fica frustrado é o torcedor, que paga centenas de reais para ir a um jogo, outras centenas para ser sócio, e quase 400 reais para comprar uma camisa oficial. Muita gente sofreu mais de 50 horas dentro de um ônibus para ver a final da Libertadores.
No final das contas, o atleticano se sente machucado, humilhado, desrespeitado. Perder um título faz parte do futebol, mas não saber como será o dia de amanhã dói. Hoje, mais do que nunca, o Galo luta sozinho.