O show do Cruzeiro que mudou o Brasileirão | OneFootball

No Brasileirão de 2003, o Cruzeiro de Vanderlei Luxemburgo consolidou sua hegemonia na era dos pontos corridos, e poucos jogos ilustram melhor esse domínio do que a vitória por 3 a 0 sobre o Grêmio, episódio relembrado pelo Lance. Com mais de 50 mil torcedores no Mineirão, a equipe mineira deixou claro que a conquista do título era só questão de tempo.

O jogo, válido pela 42ª rodada, marcou uma das atuações mais marcantes daquele elenco estrelado. O placar foi decidido ainda nos primeiros 40 minutos, com gols de Wendell, Alex e Mota, em um primeiro tempo em que o talento e a organização do Cruzeiro passaram por cima da escalação improvisada de Adílson Batista no Grêmio. Alex, principal jogador da campanha, comandou as ações e deixou sua marca com uma finalização precisa, além de criar a jogada do primeiro gol em cobrança de falta.

A superioridade da Raposa ficou evidente frente a um Grêmio fragilizado, que apostou em mudanças surpreendentes, escalando Carlos Miguel e Caio sem o entrosamento esperado. A estratégia gremista não surtiu efeito e, já no intervalo, Adílson foi forçado a fazer alterações, mas o cenário pouco mudou. Na etapa final, o Grêmio esboçou reação e até pressionou em algumas jogadas aéreas, exigindo boas defesas de Gomes. No entanto, o sistema defensivo cruzeirense, liderado por Cris e Edu Dracena, mostrou o porquê de ser um dos melhores do campeonato.

A vitória levou o Cruzeiro a 89 pontos, praticamente selando as chances matemáticas de conquista, que se confirmariam duas rodadas depois. Ao final daquela campanha histórica, foram 100 pontos somados, 31 vitórias e um título que simbolizou a afirmação do clube no novo formato de disputa nacional.

O jogo também foi especial para Roger, do Grêmio, que completava seu 500º jogo pelo clube, mas ficou marcado pela decepção. “Precisamos ter mais atenção. Sabíamos da força do Cruzeiro”, reconheceu o lateral após o apito final. Já Adílson Batista admitiu as falhas de sua equipe: “Falhamos justamente no que treinamos. Vamos ter que corrigir isso”.

Em campo, o Cruzeiro escalou Gomes; Maurinho, Cris, Edu Dracena, Leandro; Augusto Recife, Maldonado, Wendell, Alex; Márcio Nobre e Mota, sob o comando de Luxemburgo. O Grêmio contou com Eduardo Martini; Anderson Lima, Baloy, Roger, Gilberto; Emerson, Tinga, Carlos Miguel, Caio; Christian, sob orientação de Adílson Batista.

Aquela noite foi mais do que uma vitória expressiva; representou o ápice de um Cruzeiro dominante, que soube transformar talento individual em sucesso coletivo e marcou definitivamente seu nome na história do Campeonato Brasileiro, conforme destacou o Lance.

Photo by Pedro Vilela/Getty Images