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·13. August 2025
Noval sobre a revolução silenciosa no Ninho do Urubu: de mato e arroz com linguiça ao CT milionário

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·13. August 2025
Carlos Noval foi diretor de base no Flamengo e viu a transformação do clube de perto. Ele foi desligado no mês passado, mas os 15 anos de clube o credenciam a falar sobre a mudança na infraestrutura.
Não é novidade que o Flamengo, como um todo, passou por uma transformação, e isso se reflete na infraestrutura do clube. Noval viu o Ninho do Urubu com pouca estrutura, muito mato e até casa abandonada.
Mas o tempo levou o Mengão a mudar drasticamente, como ele indica na sua entrevista ao 'ge'.
"O Ninho não tinha nada. Era mato, uma casa muito abandonada onde ficavam seis, sete meninos alojados. Só dois campos praticamente. A porta era uma porteira de fazenda, não tinha muro, nada. Para quem chega hoje lá e vê, não acredita que 15 anos atrás o Flamengo fosse aquilo ali. Com o tempo o clube foi se estruturando, melhorando a parte financeira e orçamentária. Deu para construirmos aos poucos", diz Carlos Noval.
As condições eram precárias, e quem se alimentava no clube, se contentava com o mínimo, sem poder exigir o que se tem hoje em dia.
"Começou mais pela alimentação, que não tinha. Os que eram alojados, na época, comiam até arroz com linguiça, salsicha, um pedacinho de carne. Era precário. Passamos a realmente dar uma alimentação mais adequada. Dois amigos meus eram donos de supermercado e começaram a ceder essas comidas. Para muitos ali o café da manhã era a alimentação que eles tinham o dia inteiro. Era muito difícil de trabalhar. Hoje tem tudo. Os departamentos estruturados, tudo do bom e do melhor, departamentos funcionando em conjunto. Nutricionista, fisiologista, tudo o que um atleta precisa para se desenvolver e estar no profissional", lembra.
O clube passou de uma estrutura precária a um CT considerado como melhor do continente, e que quando recebe reforços vindos da Europa, confessam não dever nada aos seus times antigos.
Samuel Lino, por exemplo, chegou a afirmar que o Ninho do Urubu é melhor que o CT do Atlético de Madrid.
Isso se deve a alguns nomes, como Vini Jr e Lucas Paquetá, como revela Carlos Naval, que hoje olha para um CT com dez campos, miniestádio, academia, quartos de concentração, e tudo isso sem utilizar módulos abandonados do time profissional, como era feito antigamente.
"Quem entra hoje não acredita no que era. O Flamengo não tinha uma academia para base. A academia foi montada em 2014 dentro de um galpão de madeira que era o refeitório dos funcionários das obras. O profissional mudou os equipamentos e sobraram alguns mais antigos. Pegamos para montar a academia dos moleques. Era um chão de cimento, mas aquilo foi uma felicidade monstra para todos nós. Um passo a mais", comenta.
A venda de Vini Jr propiciou um CT ainda melhor para o Flamengo, e Carlos Noval conseguiu fazer com que a base do Mengão tivesse seu próprio orçamento.
"O clube foi se reestruturando, foi ter um orçamento melhor com a venda do Vinicius, dos meninos. Começou atrás até, com a venda do Samir, Jorge. Consegui de a base ter um orçamento só dela. Antes era englobado com o profissional, não sabíamos o que tinha de autonomia para usar ou não para a base. Começou a melhorar e hoje é isso, essa potência. Dois CTs maravilhosos, não tem o que reclamar. O CT da base acho que é melhor que o de vários clubes", conclui o ex-diretor.