MundoBola Flamengo
·4. Februar 2025
In partnership with
Yahoo sportsMundoBola Flamengo
·4. Februar 2025
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) solicitou que o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, seja retirado do processo que apura os responsáveis pelo incêndio que vitimou 10 jovens atletas no Ninho do Urubu. O requerimento foi expedido nesta segunda-feira (3) pela promotora Roberta Dias Laplace.
Caberá ao juiz do caso analisar o pedido e decidir se acata ou não. Caso concorde com o requerimento, Bandeira de Mello estará livre do processo antes mesmo do caso ser julgado. O MP entende que o caso prescreveu em relação a EBM e ele não pode mais ser punido independente do resultado do julgamento. A informação é do portal 'UOL'.
Vale lembrar que foi o próprio Ministério Público que indiciou Bandeira de Mello por homicídio com dolo eventual (quando se assume risco de matar) em junho de 2019. O pedido de retirada do processo é baseado no prazo para a prescrição do crime de acordo com a idade do acusado.
Esse prazo é de oito anos caso o acusado tenha mais de 21 anos na data do crime ou menos de 70 anos quando a sentença for emitida. Como possui 71 anos e fará 72 em 2025, o tempo para a prescrição para o ex-presidente cai pela metade: quatro anos. A Tragédia do Ninho do Urubu vai completar seis anos no próximo sábado. Ou seja, caso ninguém seja responsabilizado até 2027, o MP poderá pedir a "extinção de punibilidade" todos que foram acusados em 2019.
Os outros réus no processo são: Márcio Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo, Marcelo Sá, engenheiro do Flamengo; Claudia Pereira Rodrigues, Weslley Gimenes, Danilo da Silva Duarte e Fabio Hilário da Silva, da NHJ (empresa que forneceu os contêineres); e Edson Colman da Silva, técnico de refrigeração.
O ex-presidente do Flamengo e agora deputado federal manifestou surpresa pela decisão do Ministério Público. Veja a nota na íntegra:
"Foi com surpresa que recebi a notícia do incomum pedido de reconhecimento de prescrição feito pela Promotoria. Afinal, estávamos há mais de 100 dias aguardando que eles apresentassem suas alegações finais e permitissem o julgamento do caso. Agora, o órgão que me acusou não parece interessado em uma decisão do Judiciário.
Após mais de 4 anos de processo, todas as provas produzidas apontam a minha inocência. Prefiro acreditar que não, mas talvez isso explique a demora da Promotoria para apresentar as suas alegações finais e a agilidade do mesmo órgão em pedir essa prescrição
Da minha parte e de minha equipe de defesa, sempre houve efetiva colaboração com a Justiça na busca pelas causas dessa tragédia. Atos protelatórios que visassem uma possível prescrição nunca foram opções para nós. Não por acaso, minha equipe de defesa sempre atuou em estrito cumprimento dos prazos estabelecidos a fim de promover a celeridade do processo
Após 6 anos de dor, entendo que todos merecemos uma resposta que possa aplacar, ainda que minimamente, esse imenso sofrimento. Partes, torcedores, público em geral e, principalmente, as famílias das vítimas merecem essa resposta. Sigo confiando no trabalho sério da Justiça e convicto da minha inocência"
Um incêndio atingiu as instalações do Ninho do Urubu onde dormiam os jogadores das categorias de base do Flamengo na madrugada do dia 8 de janeiro de 2019. Dez atletas faleceram e três ficaram feridos. Outros 13 jovens conseguiram escapar. As investigações feitas apontaram que o incêndio começou após um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado. Além de identificar que os atletas não poderiam utilizar as estruturas por falta de regularização.
O clube entrou em acordo com todas as famílias das vítimas na Justiça. Nesta terça-feira (4), aliás, o Rubro-Negro emitiu nota para comunicar o acordo com a família de Christian Esmério.