
Gazeta Esportiva.com
·1. September 2025
MP pede afastamento de Andrés, Duilio e Augusto Melo de conselhos do Corinthians

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·1. September 2025
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu à Justiça que os últimos três presidentes do Corinthians, Augusto Melo, Duilio Monteiro Alves e Andrés Sanchez, sejam afastados dos Conselhos Deliberativo e de Orientação do clube durante as investigações do órgão sobre o possível uso indevido de cartões corporativos. Cabe agora ao juiz responsável pelo caso acatar ou não a solicitação.
O pedido foi feito pelo promotor Cássio Roberto Conserino ao Departamento de Inquéritos Policias do Tribunal de Justiça de São Paulo, no último dia 21 de agosto. No entanto, até o momento, não houve manifestação do Poder Judiciário.
A informação foi publicada inicialmente pela Rádio Bandeirantes e confirmada pela Gazeta Esportiva.
(Foto: Reprodução/YouTube)
Os ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves, atualmente, integram o Conselho Deliberativo e o Cori. Portanto, se afastados judicialmente, ambos ficariam impedidos de frequentar qualquer reunião destes órgãos.
Augusto Melo, por sua vez, perdeu os seus direitos políticos com o impeachment sofrido no mês passado. Porém, assim como Andrés e Duilio, ele também pode perder seus direitos como associado e não participar de eventuais votações entre os sócios, caso a Justiça acate a solicitação do MP.
(Foto: Peter Leone/O Fotografico/Gazeta Press)
A reportagem da Gazeta Esportiva entrou em contato com os últimos três ex-presidentes do Corinthians e também com Romeu Tuma Júnior, presidente do CD. Até o momento, apenas Augusto Melo se manifestou (veja abaixo). Caso os demais se pronunciem, a matéria será atualizada.
“A defesa do ex-presidente Augusto Melo esclarece que, muito embora o pedido formulado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo vise o afastamento de alguns conselheiros e, de forma reflexa, pretenda também alcançar o nome do ex-presidente, é importante destacar que, da parte de Augusto Melo, não há qualquer objeção, resistência ou receio em relação a tal medida.
Durante toda a sua gestão à frente do Sport Club Corinthians Paulista, Augusto Melo pautou sua conduta pela transparência e pela responsabilidade, a ponto de jamais ter feito uso de seu cartão corporativo. Assim, entende que eventual apuração, longe de representar qualquer ameaça, apenas reforçará sua idoneidade e demonstrará, de maneira inequívoca, que sempre agiu com zelo e probidade na administração do clube.
Por essa razão, recebe com absoluta serenidade a iniciativa do Ministério Público, reafirmando que não teme qualquer investigação e que está convicto de que a verdade dos fatos evidenciará sua postura correta e responsável diante do Corinthians e de sua torcida.”
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado pelo Ministério Público em meados de junho deste ano. À época, o órgão também agendou oitivas com o atual presidente, Osmar Stabile, o vice Armando Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, a fim de entender o funcionamento dos cartões corporativos do Corinthians.
Inicialmente, a apuração do MP iria abranger somente o período das gestões de Andrés Sanchez (2018 a 2020) e Duilio (2021 a 2023). Porém, após ouvir alguns depoimentos, o órgão decidiu investigar também o mandato de Augusto Melo. Além de uma suposta apropriação indébita, são apurados também os possíveis crimes de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.
O caso veio à tona no início do mês de julho, quando Andrés admitiu ter utilizado o cartão de forma indevida para pagamento de despesas pessoais em Tibau do Sul, Rio Grande do Norte, no fim de seu último mandato, em 2020.
Dias após a revelação dos gastos, ele ressarciu o Corinthians com juros e correção monetária. O ex-presidente, no entanto, responderá a um processo disciplinar na Comissão de Ética e Disciplina do clube. Os torcedores pedem punições e até a expulsão de Andrés.
Houve, também, uma acusação de supostos gastos pessoais durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. As despesas, contudo, não estão necessariamente ligadas ao ex-presidente. Ele não reconhece as faturas e registrou uma notícia-crime na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade/Dope), solicitando a inclusão desta no inquérito policial já em andamento, que denuncia a circulação de documentos falsos e manipulados.