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·24. März 2025
Francisco Neto: «Kika e Jéssica? Teremos de nos reinventar»

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·24. März 2025
As declarações de Francisco Neto, selecionador nacional, em conferência de imprensa, após ter divulgado a lista de convocadas para o duplo confronto com a Espanha na Liga das Nações.
Ausências de Kika Nazareth e Jéssica Silva e análise ao jogo: «Como é lógico, é sempre de lamentar, seja qual for a atleta que não esteja disponível. Temos de continuar a trabalhar e confiamos muito nas jogadoras que convocamos. Será uma dupla jornada com um nível de adversidade altíssimo, como são todos os jogos da Liga A. Estamos a falar de uma Espanha que é campeã do Mundo e dominadora dos últimos tempos. Teremos de apresentar a nossa melhor versão. Serão desafios muito intensos, altamente competitivos e onde, mais uma vez e à imagem do que tem sido a Liga das Nações, nos irá colocar problemas diferentes dos que temos vindo a enfrentar nos últimos tempos. É sempre positivo poder estar nestes contextos, porque são estes contextos que fazem crescer a nossa equipa.»
Principal arma de Portugal: «Acima de tudo, a nossa principal arma terá que ser sempre a nossa organização e o nosso coletivo. Sabemos que são jogos muito complicados e que só coletivamente e com uma organização capaz em todos os momentos do jogo poderemos criar problemas e solucionar os problemas que a Espanha nos vai apresentar. A nossa arma tem sido a capacidade coletiva, a nossa entreajuda e espírito de sacrifício. Sempre que pudermos e conseguirmos, vamos criar problemas às equipas adversárias. Foi isso que fizemos na última dupla jornada e é esse registo que vamos procurar contra esta poderosa Espanha.»
Ausências de Kika Nazareth e Jéssica Silva abalam expetativas: «As expetativas nunca são abaladas. Acima de tudo, sabemos que cada jogadora portuguesa aporta coisas diferentes ao nosso jogo. Isso é inegável. Significa que teremos também de nos reinventar. Não é a primeira vez que vamos a estágio sem a Francisca ou sem a Jéssica. Claro que é sempre importante contar com todas as jogadoras, não só com estas duas. Temos outras jogadoras lesionadas e que gostaríamos de ter disponíveis. Temos de confiar no nosso coletivo e no que cada uma delas, individualmente, nos pode aportar. A ideia de jogo tem que ser sustentada nisso: em função das jogadoras presentes, de que forma podemos tirar o melhor rendimento delas. Não podemos cair no erro de querer que outras jogadoras façam as mesmas coisas do que as jogadores que não estão cá.»
Objetivo: «O objetivo para a Liga das Nações está traçado. Foi definido no início, está coordenado com toda a gente. Queremos, para já, consolidar Portugal na Liga A. Consolidar Portugal na Liga A significa, para já, garantir a manutenção. Depois, em função de garantir isso, perceber o que a competição nos dará. Temos a nossa ambição, sabemos o que queremos e sabemos que estamos mais próximos das equipas de topo, mas temos a humildade de reconhecer que vamos jogar contra as campeãs do Mundo.
Acreditamos nas nossas capacidades, nas nossas jogadoras e que, se formos altamente coletivos e concentrados, como temos sido em muitos dos jogos, estamos mais perto de atingir os nossos pontos. Sei que é cliché, mas temos muito esta ideia do jogo a jogo. Não há histórias iguais. Portugal está diferente e vai apresentar-se diferente da última dupla jornada, assim como a Espanha. Faz parte da história das seleções. Temos a ambição de conquistar os nossos pontos, estamos focados em nós e em ser altamente coletivos. Se formos mais competentes do que os adversários, teremos os nossos pontos no final. Se não formos, é continuar a trabalhar para melhorar.»
Confronto entre Inglaterra e Espanha: «Acho que a Inglaterra levou a melhor, mas a Espanha jogou melhor. Altamente dominadora, volume ofensivo muito grande, muitas bolas recuperadas no meio-campo adversário. É a Espanha que todos conhecemos. A grande ilação é que na Liga A os pormenores contam muito. Foi dessa maneira que conseguimos ser competitivos na última dupla jornada e foi também nos pormenores que não conseguimos a manutenção na primeira participação. É a aprendizagem que temos: os jogos são muito equilibrados e os pormenores fazem diferença. A Espanha vem de orgulho ferido, é detentora do título. Temos de estar preparados.»
Pontos mais débeis da Espanha: «Todas as equipas têm os seus pontos mais fortes e mais débeis. Como é lógico, se apresentar aqui, a Montse vai estar atenta e vai perceber o que é que eu vejo da Espanha. Sabemos que a Espanha é uma equipa com um equilíbrio muito forte em todos os momentos. Gosta de ter bola, gosta de pressionar as adversárias e tem muitas vezes referências individuais para não permitir que as equipas adversárias consigam ter bola. Temos de ter capacidade para ter bola sob pressão e tentar sair das amarras que a Espanha nos vai colocar. O grande desafio é conseguir ter bola sob pressão.»