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·10. Januar 2025
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A dívida do Corinthians com o empresário Giuliano Bertolucci pelo meio-campista Ramiro chegou a R$ 42 milhões. O valor representa 54% do montante total que o agente cobra do Timão na Justiça.
Ramiro foi contratado pelo Corinthians no começo de 2019, na gestão de Andrés Sanchez, a princípio sem custos. O Timão não desembolsou qualquer valor referente à taxa de transferência na época.
O acordo entre Corinthians e Giuliano Bertolucci foi o seguinte:
Se chegasse qualquer proposta por Ramiro durante a temporada 2019, o alvinegro não era obrigado a liberá-lo, independente dos valores oferecidos. Seria uma decisão unilateral do clube.
A partir de janeiro de 2020, caso alguma instituição topasse pagar 3 milhões de euros (R$ 12,7 milhões na cotação da época), o Corinthians teria duas opções: ou igualar a quantia, adquirindo de vez os 70% dos direitos econômicos e ficar com o jogador ou liberar Ramiro, não levar nada, mas também se eximir de qualquer pagamento.
O Corinthians decidiu adquirir os 70% dos direitos de Ramiro, mas não conseguiu honrar com seu compromisso desde então. O clube chegou a amortizar R$ 6 milhões do débito em determinado momento, mas devido a juros e correções, o valor saltou de cerca de R$ 13 milhões para R$ 42,2 milhões, como informou inicialmente o portal Meu Timão.
Em nota oficial enviada à reportagem da Gazeta Esportiva, Andrés Sanchez, presidente em exercício na época da contratação de Ramiro, disse que a pandemia da covid-19 foi a principal responsável pela falta de pagamento do clube, que viu sua receita reduzir drasticamente.
O cartola ainda classificou a chegada de Ramiro como “uma oportunidade de aquisição a custo zero de um atleta convocado para a Seleção Brasileira”. Com a camisa do Timão, em duas passagens, o meia participou de 120 partidas (82 como titular), com seis gols marcados.
Ramiro deixou o Corinthians ao final da temporada de 2022, quando acabou seu contrato.
O Corinthians vive momento dramático financeiramente, com sua dívida chegando a R$ 2,4 bilhões, contabilizando o débito referente à Neo Química Arena.
O clube adotou o Regime Centralizado de Execuções (RCE), que faz parte do plano do Timão para organizar as ordens de pagamentos a credores e execuções judiciais, mas ainda assim sofre com bloqueios na Justiça, como o do empresário André Cury, que impossibilitou a diretoria de pagar o salário do elenco e da comissão técnica nesta semana.
A contratação do volante Ramiro foi uma excelente oportunidade de aquisição a custo zero de um atleta convocado para a seleção brasileira.
Ramiro veio do Grêmio, que devia cerca de 3 milhões de euros ao agente do jogador e atuaria até dezembro de 2019 apenas pelos salários, sem que o Corinthians fosse obrigado a liberá-lo. Somente a partir de janeiro de 2020, caso chegasse uma oferta de cerca R$ 12,5 milhões, haveria obrigação de liberá-lo, ou de igualar a proposta.
No início de 2020, o Corinthians se comprometeu a adquirir 70% dos direitos econômicos do atleta. A situação, no entanto, se complicou em março, quando a pandemia reduziu dramaticamente as receitas e todos os clubes tiveram que renegociar com credores e devedores, naquele que foi o último ano do meu mandato.
Porém, nunca deixamos de atender todos os credores de forma transparente, sempre prestando contas e expondo a dificuldade a cada situação.
Mas, como eu já disse, o Corinthians hoje é um clube milionário, parece não faltar dinheiro no clube.
Atenciosamente, Andrés Sanchez