Clube Atlético Mineiro
·9. Februar 2025
Cruzeiro x Atlético: coletiva de imprensa com Cuca
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·9. Februar 2025
Após a vitória do Atlético contra o Cruzeiro, no clássico desse domingo, o técnico Cuca concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa do Mineirão para analisar a partida realizada pelo Galo. Com o triunfo, o time chega para a última rodada da fase de classificação do Estadual com 13 pontos, na vice-liderança do Grupo A.
Pergunta: Queria sua análise do clássico, ideia inicial de jogo e, depois, a alteração de tirar um zagueiro por um atacante com o adversário com um jogador a menos… Além disso, o peso da vitória…
Cuca: “Primeiro de tudo, temos que comemorar internamente, sem estripulias, mas comemorar internamente, pois era um jogo decisivo. A tua derrota hoje, e até mesmo o empate, nos eliminaria, praticamente, do Campeonato Mineiro. E vocês sabem como é o clássico com mando de campo, 60 mil pessoas, time de mesma qualidade da sua, que é o Cruzeiro. Então, a gente ultrapassou tudo isso, sobretudo porque nos preparamos muito bem para esse jogo. Durante toda a semana, treinamos bem. E hoje fizemos um grande jogo. Até a expulsão do Gabigol, acho que o jogo estava muito igual, com uma pequena vantagem para nós, um pouco mais de controle do jogo. Mas o Cruzeiro teve chance pela direita, que cruzou e o Gabigol bateu, mas o Everson pegou. Tivemos jogadas importantes no ataque, estava um jogo gostoso. Ocorreu a expulsão, e eu pensei em fazer a troca no momento. Mas acho que o time não iria entender naquele momento.
“Quando vimos o posicionamento do Cruzeiro, com duas linhas de quatro, mais o Matheus (Pereira) na frente, entendemos que não precisaríamos ter dois zagueiros. Bastava um zagueiro na sobra, como ficou o Lyanco. Lógico, há o risco de contra-ataque, mas com homem a mais no meio. Criamos oportunidades, até fazer o gol. Aí fica um jogo mais tranquilo, sem tanto risco. Tivemos controle do jogo, sem dar uma chance clara para o rival empatar, e fomos coroados, no fim, com mais um gol, um gol de contra-ataque, que definiu a partida”.
Pergunta: Queria que você falasse de dois jogadores: o Tomás Cuello, um jogador de velocidade que você enxergou como uma deficiência no elenco. E o Alan Franco, que se tornou um jogador importante no Galo depois de ter trabalhado com você em 2021…
Cuca: “Vou começar pelo Alan Franco. Em 2021, ele jogou poucas vezes, mas se demonstrava um cara importante. Quando eu dava treino específico de alguma forma, sempre via ele conversando com algum menino, instruindo. Isso me marcou muito. Era um líder sem jogar. Eu falei para ele isso, que agradeceu, mas pediu para jogar mais. E vai jogar. Ele vem se firmando como primeiro volante. Está indo bem. A gente pode melhorar um pouco mais a nossa saída, e vamos trabalhar para isso. Mas ele deu essa condição. Nós, com cinco, seis partidas, levamos um gol. Então, não temos sofrido grandes susto lá atrás. Está equilibrado”.
“E o Cuello é um jogador polivalente, jogou pelo lado direito hoje, foi para dentro quando o Scarpa veio pelo lado, foi para a ponta esquerda. Participou dos dois gols. Vamos achar o lugar para ser o mais útil. Foi um dos melhores em campo, jogou muito bem, mesmo não estando 100%, por conta da lesão no tornozelo”.
Pergunta: na pré-temporada, nos EUA, você disse que ainda não tinha como dar previsão de quando o time estaria com a sua cara, pois peças iriam chegar. O Atlético evoluiu no período, o time está com a sua cara? Ou próximo disso?
Cuca: “Acho que estamos de menos para mais, crescendo jogo a jogo. Tem jogo que você não vai ir tão bem, mas estamos evoluindo e potencializando todo o elenco, essa é a maior contratação que vamos ter. Ainda temos campo para melhorar mais. Nosso ambiente é bom, nosso trabalho é respeitoso entre todos. A gente vence o jogo e não tem euforia nenhuma. Quarta-feira temos decisão. Não adianta vencer hoje e não vencer quarta. Vamos nos preparar bem, também”.
Chama a atenção o desempenho da defesa do Atlético com você. É um gol sofrido em seis jogos. O que você tem priorizado nesse início de trabalho para o Atlético sofrer poucos gols?
Cuca: “É, quando você fala de sistema defensivo, ele começa lá na frente. Temos que enaltecer a marcação forte que começa lá na frente. Quando você marca pressão, automaticamente você fica no mano a mano lá atrás. Não tem problema, desde que eles não tenham um jogador livre para o lançamento, se não é suicídio. Nós temos lá na frente o “perde-pressiona” muito bom, para que não sobre nenhum jogador do adversário que possa sobrar e fazer esse lançamento de achar os atacantes, porque 90% dos atacantes são mais rápidos do que os zagueiros, e com bola lançada, na velocidade… O zagueiro tem que mudar de direção. Então, é matar a origem de jogada, não deixá-la existir”.
Pergunta: O Lyanco tem sido o retrato desse time. Você conseguiu transformá-lo em um tomador de cartão para uma vítima. Qual o trabalho feito com esse jogador?
Cuca: “Nós temos conversado muito com ele, muito mesmo. Para ele usar todo o potencial dele, dentro do limite. Hoje, ainda que não fui perguntado, tem uma queixa do Cruzeiro em relação a um pisão dele no braço do Dudu. Sou muito cuidadoso com isso, para não vir aqui e falar algo para ser desmentido depois pela imagem. Eu perguntei ao Lyanco, e ele me disse que deu a passada e não viu o braço dele. Eu tive o cuidado de ver, quando o Dudu cai, ele fica com o braço aberto, e o Lyanco passa a perna por cima dele, nesse passar da perna, o Dudu vem com o braço, na direção, junto. Quem está dentro do campo sabe que foi uma coisa que não aconteceu por querer, e sim, acidente de trabalho. E foi muito bem interpretado pelo árbitro, pelo VAR. Você sente quando tem maldade do jogador, e aí ele tem que ser punido. Se ele tivesse me falado lá dentro que pisou mesmo, eu falaria para vocês. E ele me falou exatamente o que a imagem mostra, que o braço (do Dudu) veio de encontro à passada dele, que ele tinha dado para passar em cima, ele nem viu. Enfim, é uma pena fazer barulho em cima disso, não acho que foi isso que fez o resultado da partida. Na maneira geral, merecemos vencer. E fica a pressão em cima da arbitragem. Vieram aqui para dentro no intervalo, socaram tudo, o VAR, e fica isso condicionado lá para frente. Queremos que as coisas fiquem no limite para que o árbitro fique condicionado. Arbitragem foi boa, hoje”.
Pergunta: Atlético tem muita variação tática nessa temporada. Outras versões do Galo no seu comando tinha menos. É uma ideia sua adequar o time de acordo com o adversário, ou você procura melhor formação para dar sequência a ela?
Cuca: “Eu sempre trabalhei assim. Em 2021, a gente tinha o Zaracho que jogava de segundo volante, fazia o ala direito, fazia o meia, entrava na área, fazia diagonais. A gente utilizava o Mariano como terceiro zagueiro, o Nacho de segundo volante. É bom para o treinador ter essas peças de várias funções. Faz com que a gente não precisa ter um elenco de 30 jogadores, você pode ter 23 e trabalhar o resto com os meninos”.
Pergunta: Sobre repertório que temos visto, marcar e atacar de formas diferentes, transição, bola longa, momentos de posicional. Como é a rotina de trabalho para desenvolver tanto repertório em tempo de treinos curto…
Vantagem é ficar morando no CT. Aí eu não tenho muito o que fazer. Eu desço lá, reúno a comissão. Eles ficam meio bravos, porque amanhã cedo estamos lá, né Victor? E a gente planeja tudo, os treinamentos, situações, levamos para o campo, mostramos vídeos para os jogadores. Estar 24h no Clube, vivendo isso, ajuda a fazer. E o entendimento deles, que é bom. Tem uns que ainda não estão entendendo muito bem, mas vai melhorar…
Pergunta: Se um lance involuntário bate na mão do jogador dentro da área, o árbitro pode interpretar como pênalti. Por que no seu ponto de vista, mesmo sendo um lance sem querer, mas que poderia quebrar um braço do jogador do Cruzeiro… Um lance sem querer poderia ter machucado o jogador….
Cuca: “Só ver a imagem, pega a imagem com mais calma, faz ela em câmera lenta e depois no normal. Quando o Dudu está deitado aqui, o Lyanco dá o passo por cima do corpo do Dudu, e ele fechou o braço na hora que o pé está saindo. Não estava o braço do Dudu ali e o Lyanco mirou e pisou, caso contrário, ele deveria ser expulso. Por isso que te falo, não teve risco de lesão grave, porque foi um acidente”.
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