Corinthians escolhe continuar com Nike a partir de 2026; conheça detalhes da oferta aceita pelo clube | OneFootball

Corinthians escolhe continuar com Nike a partir de 2026; conheça detalhes da oferta aceita pelo clube | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Central do Timão

Central do Timão

·25. Juni 2025

Corinthians escolhe continuar com Nike a partir de 2026; conheça detalhes da oferta aceita pelo clube

Artikelbild:Corinthians escolhe continuar com Nike a partir de 2026; conheça detalhes da oferta aceita pelo clube
  1. Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

A novela envolvendo o fornecimento de material esportivo do Corinthians finalmente chegou a um fim. Após semanas de tratativas e negociações, uma reunião no Parque São Jorge, realizada nesta terça-feira, 24, sacramentou a manutenção da parceria entre o clube e a Nike, iniciada em 2003. Com isso, a empresa venceu a concorrente Adidas, que havia feito uma oferta para vestir o Alvinegro por dez anos a partir de 2026.

Cerca de dez pessoas participaram da reunião na sede corinthiana, envolvendo membros da diretoria interina comandada por Osmar Stabile e também de órgãos fiscalizadores do clube. A decisão pela Nike foi considerada após a análise de diversos aspectos, não apenas financeiros mas também logísticos e legais – sobretudo em relação a uma possível briga judicial com a empresa, por romper com a renovação automática ativada em dezembro pela Fisia, representante da marca no Brasil.


OneFootball Videos


Artikelbild:Corinthians escolhe continuar com Nike a partir de 2026; conheça detalhes da oferta aceita pelo clube

Foto: Reprodução/Nike

O que a Nike ofereceu

A proposta da Nike, aceita pelo Corinthians, contempla um acordo entre 2026 e 2035, portanto com a duração de dez anos. A empresa se comprometeu a pagar R$ 59 milhões anuais, sendo R$ 18 milhões fixos, R$ 38 milhões de mínimo garantido de royalties e R$ 3 milhões de verbas de marketing. Um detalhe, porém, é importante: o mínimo garantido de royalties será reajustado anualmente pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), cujo acumulado variou entre 4,6% e 5,8% ao ano entre 2022 e 2024.

Vale lembrar que, pelo acordo atual, este mínimo garantido de royalties era de apenas R$ 3,3 milhões. Ou seja, o valor foi multiplicado em 11,5 vezes no novo contrato. Na visão de membros do clube, este salto no montante que o Corinthians deve receber independente do volume de vendas de seus itens pela Nike irá pressionar a empresa por uma melhor distribuição destes itens nas suas cadeias de lojas oficiais.

O Corinthians ainda garantiu o recebimento de R$ 100 milhões na forma de um adiantamento. Segundo a apuração da Central do Timão junto a fontes no clube, ainda não foi acertado objetivamente como esse adiantamento será abatido ao longo do contrato. Houve uma tentativa para que o valor fosse descontado de cotas não utilizadas do enxoval, ou seja, do material esportivo cedido ao clube, mas a ideia não avançou.

Outra questão debatida em relação ao adiantamento dizia respeito à sua própria correção monetária. A Nike desejava que o montante fosse corrigido pela SELIC, a taxa básica de juros da economia brasileira e que hoje em dia, por exemplo, está em 15% ao ano, ou quase o triplo do IPCA. Após negociações, porém, o Corinthians conseguiu que este adiantamento fosse corrigido pelo IPCA, assim como o mínimo garantido dos royalties será.

Superior na comparação

O reajuste do mínimo garantido dos royalties é considerado uma conquista do clube nas negociações com a Nike. Isso pois trata-se de algo que a oferta da Adidas não oferecia, e permitiu que, no somatório dos valores oferecidos, a proposta estadunidense prevalecesse à europeia, considerando os valores totais.

Explica-se: a proposta alemã incluía R$ 100 milhões a título de luvas por assinatura, além de R$ 35 milhões anuais de mínimo garantido de royalties, R$ 18 milhões fixos e mais R$ 2 milhões de verba de marketing. Portanto, R$ 55 milhões fixos por ano, até 2035, que somados às luvas resultam em um total de R$ 650 milhões em dinheiro.

Já no caso da proposta da Nike, graças ao reajuste pelo IPCA do mínimo garantido de royalties, estima-se que, apenas com esses valores, o clube receba R$ 480 milhões ao longo dos dez anos. Somando-se os R$ 21 milhões/ano relativos aos valores fixos e verbas de marketing, chega-se a um total de R$ 690 milhões em dinheiro até 2035.

Com isso, a compreensão no Parque São Jorge é de que a correção pelo IPCA do mínimo garantido de royalties, obtido nas negociações com a Nike, faz com que o adiantamento oferecido pela empresa funcione, na prática, da mesma forma que as luvas oferecidas pela Adidas, sem que isso signifique uma perda de dinheiro para o clube no contrato como um todo – pelo contrário, inclusive.

Outros detalhes

O aceite da oferta da Nike também colocou um ponto final em qualquer risco de judicialização de antigas pendências do Corinthians com a empresa. Isso pois o clube possuía débitos junto à sua fornecedora, sobretudo de materiais esportivos retirados além da cota contratual e que, em tese, deveriam ser pagos. Pendências do tipo, se cobradas, poderiam chegar à casa das dezenas de milhões de reais.

A questão da distribuição dos materiais do Corinthians nas lojas oficiais da Nike e parceiros pelo Brasil afora foi bastante debatida. A apuração da Central do Timão é de que, com o martelo batido pela manutenção da parceria, clube e empresa irão discutir a inclusão de possíveis penalidades caso esta distribuição volte a falhar e prejudique o acesso dos torcedores aos produtos do Alvinegro.

Em relação ao material esportivo recebido pelo clube, também houve uma mudança, que já havia sido adiantada pela Central do Timão. Se até agora o recebimento do enxoval era limitado a uma cota financeira, deixando a quantidade de peças entregues dependente do valor unitário de cada produto e também da cotação do dólar, agora a medição será feita pela quantidade de peças efetivamente entregues ao clube.

Ainda na noite desta terça-feira, o jornalista Pedro Ramiro divulgou outros detalhes do acerto com a Nike, sendo um deles a adoção de um bônus pago pela empresa ao Corinthians de R$ 25 por peça vendida além de um teto de 750 mil peças por ano. Um item semelhante existia na oferta da Adidas, mas o teto nesta proposta era maior, de um milhão de peças.

Outro tópico levantado pelo jornalista, e confirmado pela Central do Timão, foi a existência de um estudo, encomendado pelo Corinthians, sobre os riscos financeiros de forçar na Justiça uma rescisão contratual com a Nike. A análise de riscos estimou que o clube poderia ter que pagar à empresa até R$ 150 milhões, relativos a itens como enxovais retirados além das cotas contratuais, danos emergentes e lucros cessantes.

Por fim, outra questão trazida nesta apuração dá conta de uma mudança no prazo mínimo para o clube ter o direito de negociar com outra fornecedora, caso queira. No acordo atual, esta janela é de três meses antes do final do contrato. Na proposta aceita nesta terça-feira, o prazo pula para um ano antes do fim do vínculo.

Na avaliação das fontes ouvidas pela redação, a decisão pela Nike refletiu um posicionamento mais conservador da gestão interina, considerando o momento institucional do clube e os riscos financeiros e jurídicos de romper com a empresa, cuja renovação contratual até 2029 está, para todos os efeitos, ativa. Procurou-se evitar uma tomada de decisão que pudesse culminar em um problema a ser resolvido por gestões futuras do Corinthians.

Além disso, também existe a compreensão de que ambas as propostas, de Nike e Adidas, eram boas e muito melhores que os termos do atual acordo do clube com os estadunidenses, de forma que qualquer decisão colocaria o clube em um “novo patamar” em relação ao fornecimento de material esportivo.

Confira a entrevista completa:

Impressum des Publishers ansehen